Mundos Cruzados: História, Religião E Mestiçagem No Peru Colonial

Data
2017-09-26
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
The present research aims to analyze situations in which the notion of religion was used as substrate for the reframing of cultures, enabling new forms of contact between native populations and colonial agents in Colonial Andean, through the observation of communicative nuclei and specific symbolic horizons present in the different documents analyzed here: 1) a set of ecclesiastical service information, prepared by priest Cristóbal de Albornoz; 2) the conciliar directives produced at the Council of Trent and at the III Council of Lima; and 3) the Manuscript of Huarochirí, a document produced by a group of clergymen linked to the jesuit priest Francisco de Avila. We developed an analysis focused on elaborating a reflection on the meanings of cosmological and social practices from one civilization to the other, examining the role of accepting and denying these successive communicative exercises in the construction of a colonial evangelization project. The central objective of our work is the historical analysis of the religious and mythic-ritual mechanisms that developed within the shock provoked by the invasion and conquest of the Inca Civilization, presenting some of the doctrinal specificities resulting from this cosmological conflict in the midst of a specific and new conjuncture, which would have in the symbolism of religion its manifestation of contact and dialogue more latent and perceptible. In this way, this work apprehends and analyzes the different missiological results produced by the cosmological encounter in question, historically comprehending the unique tools of cultural interpretation (repressive, most of the time) developed by different segments of the Catholic Church and, as far as possible , by the populations of the central Andes in the course of the colonial invasion carried out in the second half of the 16th century and the first half of the 17th century.
A presente pesquisa busca trazer a tona situações nas quais a noção de religião foi utilizada como substrato para a resignificação das culturas, possibilitando novas formas de contato entre as populações nativas dos Andes e os agentes coloniais, por meio da observação de núcleos comunicativos e horizontes simbólicos específicos presentes nas diferentes tipologias documentais aqui analisadas, sendo elas: 1) um conjunto de informações de serviço eclesiástico, elaboradas pelo padre Cristobal de Albornoz; 2) as diretrizes conciliares produzidas no Concílio de Trento e no III Concílio de Lima; e 3) o Manuscrito de Huarochirí, um documento produzido por um grupo de clérigos ligados ao padre jesuíta Francisco de Ávila. Desenvolvemos uma análise centrada na edificação de uma reflexão sobre o entendimento das práticas cosmológicas e sociais de uma civilização para a outra, examinando o papel da aceitação/negação destes sucessivos exercícios comunicativos na construção de um projeto evangelizador colonial. O objetivo central de nosso trabalho é a análise histórica dos mecanismos religiosos e mítico-rituais que se desenvolveram dentro do choque provocado pela invasão e conquista do incaico, apresentando algumas das especificidades doutrinarias resultantes desse embate cosmológico em meio a uma específica e nova conjuntura espaço-temporal, que teria no simbolismo da religião sua manifestação de contato e diálogo mais latente e perceptível. Desse modo, este trabalho apreende e analisa os distintos resultados missiológicos produzidos pelo encontro-choque cosmológico em questão, compreendendo historicamente as singulares ferramentas de interpretação cultural (repressivas, na maioria das vezes) desenvolvidas por distintos segmentos da Igreja Católica e, na medida do possível, pelas populações dos Andes centrais no decorrer da invasão colonial realizada na segunda metade do século XVI e primeira metade do século XVII.
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