O destino dos traços visíveis do passado: o problema da produção de conhecimento no diálogo crítico de Pierre Vilar com Louis Althusser
Data
2019-05-03
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
The present study seeks to (re)construct the critical dialogue of Pierre Vilar with Louis Althusser, between the years 1964 and 1973 in France. Both were intellectuals who gained international projection in the 1960s and defined themselves as Marxists, however, Vilar was a historian and Althusser a philosopher. The places of production of these two intellectuals impacted on the way they understood Marxism, as well as a "dispute" on the concept of raw material, where there was no common accord. The definition of this concept produced impacts on the conception of knowledge production for each one of the authors, marking two singular forms of appropriation of Marxism and two distinct defenses on how it was possible to produce knowledge. We present this dialogue of a theoretical nature, while recognizing that it is the product of a situation profoundly influenced by the 20th Congress of the Communist Party of the Soviet Union in 1956 and by May 1968 in France. Our research intends to be a contribution to the area of History of Historiography, as a study of the history of theoretically oriented history writing, with this, we establish that our objective refers to the discussion of concepts and theoretical or methodological formulations that were put by the two authors. In highlighting his position on this subject, of fundamental importance still today, we have recovered not only a very important period in the history of historiography, but also recognize the position of these two authors in the face of the problem of knowledge production and consequently of the definition of the raw material of this process.
O presente estudo busca (re)construir o diálogo crítico de Pierre Vilar com Louis Althusser, entre os anos de 1964 e 1973 na França. Ambos foram intelectuais que ganharam projeção internacional na década de 1960 e definiam-se como marxistas, contudo, Vilar era um historiador e Althusser um filósofo. Os lugares de produção desses dois intelectuais impactaram na forma como compreendiam o marxismo, assim como o uma “disputa” em torno do conceito de matéria-prima, ponto em que não havia comum acordo. A definição desse conceito produziu impactos na concepção de produção de conhecimento para cada um dos autores, marcando duas formas singulares de apropriação do marxismo e duas defesas distintas sobre como era possível produzir conhecimento. Apresentamos esse diálogo de caráter teórico, sem deixar de reconhecer, com isso, que ele é produto de uma conjuntura profundamente influenciada pelo XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 1956, e pelo Maio de 1968 na França. Nossa pesquisa pretende ser uma contribuição à área da História da Historiografia, como um estudo da história da escrita da história teoricamente orientado, com isso, estabelecemos que nosso objetivo remete a discussão de conceitos e formulações teóricas ou metodológicas que foram postas pelos dois autores. Ao destacar seu posicionamento acerca desse tema, de importância fundamental ainda hoje, resgatamos não só um período muito importante da história da historiografia, mas também reconhecemos o posicionamento desses dois autores diante do problema da produção do conhecimento e consequentemente da definição da matéria-prima desse processo.
O presente estudo busca (re)construir o diálogo crítico de Pierre Vilar com Louis Althusser, entre os anos de 1964 e 1973 na França. Ambos foram intelectuais que ganharam projeção internacional na década de 1960 e definiam-se como marxistas, contudo, Vilar era um historiador e Althusser um filósofo. Os lugares de produção desses dois intelectuais impactaram na forma como compreendiam o marxismo, assim como o uma “disputa” em torno do conceito de matéria-prima, ponto em que não havia comum acordo. A definição desse conceito produziu impactos na concepção de produção de conhecimento para cada um dos autores, marcando duas formas singulares de apropriação do marxismo e duas defesas distintas sobre como era possível produzir conhecimento. Apresentamos esse diálogo de caráter teórico, sem deixar de reconhecer, com isso, que ele é produto de uma conjuntura profundamente influenciada pelo XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 1956, e pelo Maio de 1968 na França. Nossa pesquisa pretende ser uma contribuição à área da História da Historiografia, como um estudo da história da escrita da história teoricamente orientado, com isso, estabelecemos que nosso objetivo remete a discussão de conceitos e formulações teóricas ou metodológicas que foram postas pelos dois autores. Ao destacar seu posicionamento acerca desse tema, de importância fundamental ainda hoje, resgatamos não só um período muito importante da história da historiografia, mas também reconhecemos o posicionamento desses dois autores diante do problema da produção do conhecimento e consequentemente da definição da matéria-prima desse processo.