Efeito das estatinas na progressão da calcificação coronariana em receptores de transplante renal
Data
2017-11-30
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Background: coronary artery calcification (CAC) is highly prevalent in kidney transplant recipients (KTRs) and has been associated with cardiovascular morbidity and mortality. Some studies have shown a reduction in CAC progression with statin therapy in the general and chronic kidney disease (CKD) populations. However, in kidney transplant there are no studies evaluating the impact of statin on cardiovascular disease. Objectives and Methods: the aim of the present study was to evaluate the effect of statins on CAC progression in incident kidney transplant recipients. A total of 100 incident renal transplant recipients were analyzed, mostly male (56%), aged 41.1 ± 37.6 years, with prior dialysis time 24 (11-60) months and most of them received a kidney for a living donors ( 67%). Patients were randomly assigned to the statin (n = 61, 10 mg daily with rosuvastatin or atorvastatin) and control group (n = 59). Coronary tomography scan and biochemical analyses were performed at baseline and 12 months. Results: at baseline, CAC was observed in 30% and 21% of patients in the statin and control groups, respectively (p = 0.39). The calcium score at baseline and its absolute and relative changes over 12 months of follow up were similar among the groups. In the statin group, total cholesterol (p < 0.001), low density lipoprotein cholesterol (p < 0.001) and triglycerides (p = 0.005) decreased, and the estimated glomerular function rate increased (p<0.001) significantly. CRP levels remained stable (p = 0.52) in the statin group but increased in the control group (p = 0.01). In the multivariate model, there was no difference in CAC progression between the groups (group effect p = 0.034; time-effect p = 0.23; interaction p = 0.74). Similar results were obtained when only calcified patients (calcium score > 10AU) were analyzed (group effect p = 0.051; time-effect p = 0.58; interaction p = 0.99). Conclusion: although statins reduce the levels of cholesterol, triglycerides, inflammation and improve graft function, the dose adopted in the current study did not delay CAC progression within 12 months of follow up.
Introdução: calcificação de artéria coronariana (CAC) é altamente prevalente em receptores de transplante renal (RTX) e tem sido associada com a morbimortalidade cardiovascular. Alguns estudos têm demonstrado uma redução na progressão da CAC com o uso de estatina na população com doença renal crônica (DRC). Entretanto, no transplante renal não existem estudos que avaliam o impacto da estatina na doença cardiovascular. Objetivos e Métodos: o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito das estatinas na progressão da CAC em RTX. Foram analisados 100 pacientes incidentes em transplante renal, maioria do gênero masculino (56%), com idade 41,1 ±37,6 anos, com tempo prévio de diálise 24 (11 – 60) meses e a maioria foram transplantados com doadores vivos (67%). Os pacientes foram aleatoriamente designados para uso de estatina (n = 61, 10 mg por dia de rosuvastatina ou atorvastatina) ou grupo controle (n = 59). Tomografia coronariana e análises bioquímicas foram realizadas no início e aos 12 meses do estudo. Resultados: no início do estudo, presença de CAC foi observada em 30% e 21% dos pacientes nos grupos de estatina e de controle, respectivamente (p = 0,39). O escore de cálcio no início do estudo e o delta absoluto e relativo após 12 meses de acompanhamento foram semelhantes entre os grupos. No grupo estatina, houve uma diminuição do colesterol total (p <0,001), do LDL (p <0,001) e do triglicérides (p = 0,005) e uma melhora na taxa de função glomerular (p <0,001). Os níveis de PCR permaneceram estáveis (p = 0,52) no grupo de estatina, enquanto houve um aumento no grupo de controle (p = 0,01). Na análise multivariada, não houve diferença na progressão da CAC entre os grupos (efeito grupo p = 0,034; efeito tempo p = 0,23; interação p = 0,74). Os resultados foram semelhantes quando somente os pacientes calcificados foram analisados (escore de cálcio ≥10AU) (efeito grupo p = 0,051; efeito tempo p = 0,58; interação p = 0,99). Conclusão: embora o uso de estatina tenha reduzido os níveis de colesterol, triglicérides, inflamação e melhorado a função do enxerto renal, a dose adotada não retadou a progressão da CAC no prazo de 12 meses de acompanhamento.
Introdução: calcificação de artéria coronariana (CAC) é altamente prevalente em receptores de transplante renal (RTX) e tem sido associada com a morbimortalidade cardiovascular. Alguns estudos têm demonstrado uma redução na progressão da CAC com o uso de estatina na população com doença renal crônica (DRC). Entretanto, no transplante renal não existem estudos que avaliam o impacto da estatina na doença cardiovascular. Objetivos e Métodos: o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito das estatinas na progressão da CAC em RTX. Foram analisados 100 pacientes incidentes em transplante renal, maioria do gênero masculino (56%), com idade 41,1 ±37,6 anos, com tempo prévio de diálise 24 (11 – 60) meses e a maioria foram transplantados com doadores vivos (67%). Os pacientes foram aleatoriamente designados para uso de estatina (n = 61, 10 mg por dia de rosuvastatina ou atorvastatina) ou grupo controle (n = 59). Tomografia coronariana e análises bioquímicas foram realizadas no início e aos 12 meses do estudo. Resultados: no início do estudo, presença de CAC foi observada em 30% e 21% dos pacientes nos grupos de estatina e de controle, respectivamente (p = 0,39). O escore de cálcio no início do estudo e o delta absoluto e relativo após 12 meses de acompanhamento foram semelhantes entre os grupos. No grupo estatina, houve uma diminuição do colesterol total (p <0,001), do LDL (p <0,001) e do triglicérides (p = 0,005) e uma melhora na taxa de função glomerular (p <0,001). Os níveis de PCR permaneceram estáveis (p = 0,52) no grupo de estatina, enquanto houve um aumento no grupo de controle (p = 0,01). Na análise multivariada, não houve diferença na progressão da CAC entre os grupos (efeito grupo p = 0,034; efeito tempo p = 0,23; interação p = 0,74). Os resultados foram semelhantes quando somente os pacientes calcificados foram analisados (escore de cálcio ≥10AU) (efeito grupo p = 0,051; efeito tempo p = 0,58; interação p = 0,99). Conclusão: embora o uso de estatina tenha reduzido os níveis de colesterol, triglicérides, inflamação e melhorado a função do enxerto renal, a dose adotada não retadou a progressão da CAC no prazo de 12 meses de acompanhamento.