Nem santas, nem beatas: o fenômeno visionário e as mulheres laicas em Portugal do século XVII

Data
2024-09-27
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Esta dissertação tem como objetivo analisar a experiência visionária de mulheres laicas condenadas pela Inquisição de Lisboa no século XVII. São investigados os casos de Monica Gomes (1660 - 1662), Maria de Macedo (1665 - 1667) Domingas Ferreira (1683 - 84) e Maria Ferreira (1683 - 1684) que, em comum, foram sentenciadas por fingimento. As experiências dessas mulheres podem ser entendidas a partir do fenômeno visionário e, além disso, segundo a sentença inquisitorial, seriam elas exemplos de santas fingidas. Ao analisar o visionarismo na Época Moderna, a historiografia destacou a predominância de personagens religiosas, sobretudo identificadas como beatas, entre os casos de fingimento de santidade condenados pelo Santo Ofício. Contudo, dentre os casos que sofreram tal destino, existem os de mulheres que não tinham uma ocupação religiosa, as quais tiveram as suas formulações quase que totalmente desconsideradas até aqui. Esta dissertação busca romper com essa tendência, propondo novos aspectos para a reflexão do fenômeno visionário entre mulheres e da avaliação inquisitorial de suas manifestações. Para isso, o trabalho investiga a formulação das experiências dessas personagens, suas possíveis referências, motivações e estratégias, assim como a avaliação inquisitorial de seus casos, pensando especialmente nas definições e qualificativos empregados pelos inquisidores. Assim, a dissertação oferece contribuições significativas para os estudos sobre a espiritualidade e religiosidade feminina em Portugal no período moderno.
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RODRIGUES, Victoria. Nem santas, nem beatas: o fenômeno visionário e as mulheres laicas em Portugal do século XVII. Dissertação (Mestrado em História) – Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2024.
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