Associação de múltiplas variantes genéticas com a extensão e gravidade da doença coronária
Data
2017-02-24
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
OBJECTIVES: Cardiovascular diseases, mainly ischemic heart disease and stroke, respond for the majority of deaths worldwide. Sedentary lifestyle and industrialized foods have determined na increase in metabolic diseases and cardiovascular risk. The concept of metabolic syndrome (MS) has emerged, and patients after an acute coronary syndrome (ACS) are associated with greater anatomic obstruction in the coronary tree. Despite the strong environmental influence, MS can be influenced in each componente by genetic variants. Polymorphisms related to lipid metabolism, lipid peroxidation, increase in blood pressure levels, and vascular reactivity can interact with environment to determine greater severity of coronary atherosclerosis in individuals with MS, acting sinergistically, even though the individual contribution of each genetic variant is small. Thus. The aim of this study was to examine the contribution of genetic polymorphisms on the extension and severity of coronary disease in subjects with MS and recente ACS. METHODS: One-hundred and sixteen patients of both genders, with three ormore criteria for MS (NCEP III) were prospectively evaluated, in the hospitalization period after na ACS. In this cross sectional study we performed clinical evaluation, laboratory parameters, assessment of inflammation and hemostasia markers, TBARS (thiobarbituric acid reactive substances), adiponectin, endotelial function (FMD). The extension and severity of coronary disease was assessed by measuring the Gensini score. Polymorphisms of the genes encoding paraoxonase-1 (PON-1), methylenotetrahydrofolato reductase (MTHFR), endothelial nitirc oxide sintase (ENOS), angiotensin-converting enzyme (ECA), angiotensin II type 1 receptor (AT1R), apolipoprotein C3 (APOC3), lipoprotein lipase (LPL) were analysed using PCR-RFLP, with data presented according to genotype distribution. Statistical analyses used Chisquare, or Fisher’s exact test, for categorical variables and to test for deviation of the Hardy-Weinberg equilibrium. Numerical variables were compared by Student’s t testo r Mann-Whitney test, when appropriate. Pearson’s correlation test was also used. Significance was set at a P-value < 0.05. RESULTS: One-hundred and sixteen patients with MS in the hospital phase after na ACS, aging 56 + 9 years, 68% males, were evaluated. Polymorphisms of PON-1, MTHFR and ENOS were not in Hardy-Weinberg equilibrium. Many genotypes were associated with clinical variables, such as heart rate, diastolic blood pressure, or laboratory parameters like C-reactive protein, glycated hemoglobin, adiponectin, coagulation and fibrinolysis, in addition to associations with hormones or hepatic and muscle enzymes. Only the DD genotype of the D9N polymorphism of LPL was associated with greater severity and extension of coronary lesions. Genetic score was greater in patients with Gensini score < P50 (13.7 + 1.5 vs. 13.0 + 1.6, P=0.066). There was a weak inverse correlation between genetic score and Gensini score (R=-0.194, P=0.078). CONCLUSION: The polymorphisms studied had small contribution to the extension and severity of coronary disease. Only the D9N polymorphism of LPL has contributed to the severity of coronary disease in patients with MS after na ACS. Combined analyses of these polymorphismspresented weak association with severity of coronary disease, being the disease more severe with lower genetic score.
OBJETIVOS: As doenças cardiovasculares, especialmente a doença isquémica do coração e o acidente vascular cerebral são responsáveis pela maior parte das mortes em todo o mundo. A adoção de estilo de vida sedentário e acesso a alimentos industrializados determinou aumento de distúrbios metabólicos e maior risco cardiovascular. Surgiu o conceito de síndrome metabólica (SM) que, em pacientes com síndrome coronária aguda (SCA), também se associa a maior grau de obstrução anatômica. Apesar da forte influência ambiental, a SM pode ser influenciada em cada um de seus componentes por variantes genéticas. Polimorfismos relacionados ao metabolismo lipídico, oxidação de lipoproteínas, aumento da pressão arterial e reatividade vascular podem interagir com condições ambientais e determinar maior gravidade da aterosclerose coronária em portadores de síndrome metabólica, podendo atuar sinergicamente, ainda que sua contribuição individual possa ser mais restrita. Assim, o objetivo do estudo foi o de examinar a contribuição de polimorfismos genéticos para maior gravidade da doença coronária em indivíduos portadores de SM e recente SCA. MÉTODOS: Foram avaliados prospectivamente 116 pacientes de ambos os sexos, com três ou mais critérios para SM (NCEP III) no período de hospitalização após uma SCA. Neste estudo transversal, foram realizadas avaliação clínica, de parâmetros laboratoriais, inflamatórios, da hemostasia, TBARS (substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico), adiponectina e função endotelial (FMD). A extensão e gravidade da doença coronária foram avaliados pelo escore de Gensini. Os polimorfismos dos genes da paraoxonase-1 (PON-1), metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR), óxido nítrico sintase endotelial (ENOS), enzima conversora da angiotensina (ECA), receptor tipo 1 da angiotensina II (AT1R), apolipoproteína C3 (APOC3), lipoproteína lipase (LPL) foram analisados por PCR-RFLP, sendo os dados apresentados de acordo com os genótipos. Análise estatística utilizou qui-quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher para comparar variáveis categóricas e testar desvios do equilíbrio de Hardy-Weinberg. As variáveis numéricas foram comparadas pelo teste t de Student ou Mann-Whitney, além de teste de correlação de Pearson. Considerou-se o nível de significância para valores de P < 0,05. RESULTADOS: Foram avaliados 116 pacientes portadores de SM na fase hospitalar após uma SCA, com idade 56 + 9 anos, sendo 68% homens. Os polimorfismos dos genes PON-1, MTHFR e ENOS não se encontravam em equilíbrio de Hardy-Weinberg na população estudada. Vários genótipos estudados estiveram associados com variáveis clínicas ou laboratoriais, como frequência cardíaca, pressão arterial diastólica, proteína C-reativa, hemoglobina glicada, adiponectina, proteínas envolvidas na coagulação ou fibrinólise, além de algumas associações com hormônios ou enzimas hepáticas e musculares. Apenas o genótipo DD do polimorfismo D9N da lipoproteína lipase se associou com lesões coronarianas de maior gravidade e extensão. O escore genético foi maior nos pacientes com escore de Gensini < P50 (13,7 + 1,5 vs. 13,0 + 1,6, P=0,066). Houve fraca correlação inversa entre o escore genético e o de Gensini (R=-0,194, P=0,078). CONCLUSÃO: Os polimorfismos estudados tiveram pequena contribuição para a extensão e gravidade da doença arterial coronariana. Apenas o polimorfismo D9N da lipase lipoproteica contribuiu para maior gravidade da doença coronarina em pacientes com síndrome metabólica com recente síndrome coronariana aguda. Análise combinada dos polimorfismos analisados apresentou fraca associação com a gravidade da doença coronariana, sendo a doença tanto mais grave quanto menor o escore genético.
OBJETIVOS: As doenças cardiovasculares, especialmente a doença isquémica do coração e o acidente vascular cerebral são responsáveis pela maior parte das mortes em todo o mundo. A adoção de estilo de vida sedentário e acesso a alimentos industrializados determinou aumento de distúrbios metabólicos e maior risco cardiovascular. Surgiu o conceito de síndrome metabólica (SM) que, em pacientes com síndrome coronária aguda (SCA), também se associa a maior grau de obstrução anatômica. Apesar da forte influência ambiental, a SM pode ser influenciada em cada um de seus componentes por variantes genéticas. Polimorfismos relacionados ao metabolismo lipídico, oxidação de lipoproteínas, aumento da pressão arterial e reatividade vascular podem interagir com condições ambientais e determinar maior gravidade da aterosclerose coronária em portadores de síndrome metabólica, podendo atuar sinergicamente, ainda que sua contribuição individual possa ser mais restrita. Assim, o objetivo do estudo foi o de examinar a contribuição de polimorfismos genéticos para maior gravidade da doença coronária em indivíduos portadores de SM e recente SCA. MÉTODOS: Foram avaliados prospectivamente 116 pacientes de ambos os sexos, com três ou mais critérios para SM (NCEP III) no período de hospitalização após uma SCA. Neste estudo transversal, foram realizadas avaliação clínica, de parâmetros laboratoriais, inflamatórios, da hemostasia, TBARS (substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico), adiponectina e função endotelial (FMD). A extensão e gravidade da doença coronária foram avaliados pelo escore de Gensini. Os polimorfismos dos genes da paraoxonase-1 (PON-1), metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR), óxido nítrico sintase endotelial (ENOS), enzima conversora da angiotensina (ECA), receptor tipo 1 da angiotensina II (AT1R), apolipoproteína C3 (APOC3), lipoproteína lipase (LPL) foram analisados por PCR-RFLP, sendo os dados apresentados de acordo com os genótipos. Análise estatística utilizou qui-quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher para comparar variáveis categóricas e testar desvios do equilíbrio de Hardy-Weinberg. As variáveis numéricas foram comparadas pelo teste t de Student ou Mann-Whitney, além de teste de correlação de Pearson. Considerou-se o nível de significância para valores de P < 0,05. RESULTADOS: Foram avaliados 116 pacientes portadores de SM na fase hospitalar após uma SCA, com idade 56 + 9 anos, sendo 68% homens. Os polimorfismos dos genes PON-1, MTHFR e ENOS não se encontravam em equilíbrio de Hardy-Weinberg na população estudada. Vários genótipos estudados estiveram associados com variáveis clínicas ou laboratoriais, como frequência cardíaca, pressão arterial diastólica, proteína C-reativa, hemoglobina glicada, adiponectina, proteínas envolvidas na coagulação ou fibrinólise, além de algumas associações com hormônios ou enzimas hepáticas e musculares. Apenas o genótipo DD do polimorfismo D9N da lipoproteína lipase se associou com lesões coronarianas de maior gravidade e extensão. O escore genético foi maior nos pacientes com escore de Gensini < P50 (13,7 + 1,5 vs. 13,0 + 1,6, P=0,066). Houve fraca correlação inversa entre o escore genético e o de Gensini (R=-0,194, P=0,078). CONCLUSÃO: Os polimorfismos estudados tiveram pequena contribuição para a extensão e gravidade da doença arterial coronariana. Apenas o polimorfismo D9N da lipase lipoproteica contribuiu para maior gravidade da doença coronarina em pacientes com síndrome metabólica com recente síndrome coronariana aguda. Análise combinada dos polimorfismos analisados apresentou fraca associação com a gravidade da doença coronariana, sendo a doença tanto mais grave quanto menor o escore genético.
Descrição
Citação
FISCHER, Simone Cristina Pinto Matheus. Associação de múltiplas variantes genéticas com a extensão e gravidade da doença coronária. 2016. 71 f. Dissertação (Mestrado em Cardiologia) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2016