Eficácia de cobertura estéril de cateteres intravenosos periféricos na prevenção de flebite: estudo clínico pragmático, randômico e controlado com cegamento
Data
2020-08-27
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introduction: Peripheral venous catheterization is the most commonly performed invasive procedure in healthcare. Care practices and the use of technologies may influence the results of the use peripheral intravenous catheters (PIC), contributing to the reduction of complications and adverse events. Phlebitis is characterized as one of the most serious complication related to the use of PIC and this study has as hypothesis to analyze if the occurrence of phlebitis associated with PIC is influenced by the use of sterile dressing. Objectives: To verify the effect of using sterile dressing and sterile adhesive tape compared to non-sterile adhesive tape in PIC on the occurrence of phlebitis in adult patients attended at a hospital from the Western Brazilian Amazon. Methods: Pragmatic, randomized, controlled and single-blinded clinical study conducted in Rio Branco, Acre. The sample was calculated in 330 patients, aged 18 years or older and who met the inclusion criteria. Data collection took place between June 2018 and September 2019, after approval of ethical merit. To identify the type of sterile transparent dressing to be studied, was carried out an implementation study with a final sample of 71 patients, focusing analysis from the perspective of the patient, professional and clinics. The patients of the clinical study were randomly allocated to one of the study groups: Experimental group (sterile transparent dressing) or Standard Group (nonsterile adhesive tape). Phlebitis was diagnosed by the bedside nurse, according to presence and severity. If present, the nurse removed the CIP and an external evaluator was called to perform a diagnose of phlebitis with blindness regarding the intervention. Variables related to patient characterization, intravenous therapy, peripheral venipuncture, reasons for withdrawal and length of PIC stay, reasons for removal and length of coverage, and associated complications were investigated. For the statistical analysis, Chi-square, Fisher's Exact, student t test, and Mann-Whitney U tests were used. The multiple analysis was performed using the logistic regression model to estimate the Relative Risk (RR) and the Kaplan-Meier model, Cox regression, for survival analysis. RR calculation for 95% Confidence Interval (IC) was applied to estimate the degree of association between variables. In all tests, the significance level of 5% was considered. Result: In the implementation study, the IV3000TM ported dressing obtained the best result of the satisfaction indicators of professional and patient (p <0.0001). The average survival rate of PIC with IV3000TM ported dressing was 3.096 greater than Tegaderm3MTM Basic (p=0.006). The clinical study was carried out with 306 patients, 153 in each study group (24 follow-up losses), the majority being female (52.3%), with an average of 47.22(±16.1) years of age, with brown skin color (68.3%) and 51% had chronic diseases. Phlebitis was identified in 24.2% of the patients, with a difference between the study groups (p<0.0001). Using non-sterile tapes increased the chance of developing phlebitis by 5.958 times compared to patients who received sterile dressing (p=0.0001; 95% CI; 13.09-10.78). The average survival rate for PICs using sterile dressing was 5.387 times greater than catheters with non-sterile adhesive tape for stabilization (p = 0.0001). Conclusion: The use of sterile dressing was significantly effective in reducing phlebitis and other complications related to PIC, and longer catheter dwell time, when compared to the use of non-sterile adhesive tape.
Introdução: A cateterização venosa periférica é o procedimento invasivo mais realizado na assistência à saúde. Práticas de cuidado de enfermagem e o uso de tecnologias podem influenciar os resultados de uso de cateteres intravenosos periféricos (CIP), contribuindo para a redução de complicações e eventos adversos. A flebite caracteriza-se como uma das mais graves complicações relacionadas ao uso de CIP e este estudo tem como hipótese verificar se há influência do uso de cobertura estéril sobre a ocorrência de flebite associada à CIP. Objetivos: Verificar o efeito do emprego de cobertura estéril e fita adesiva estéril comparada a fita adesiva não estéril em CIP na ocorrência de flebite em pacientes adultos atendidos em um hospital da Amazônia Ocidental Brasileira. Casuística e método: Estudo clínico pragmático, randômico, controlado e único cego realizado em Rio Branco, Acre. A amostra foi calculada em 330 pacientes, com idade igual ou superior a 18 anos e que atendessem aos critérios de inclusão. A coleta dos dados ocorreu entre junho de 2018 e setembro de 2019, após aprovação do mérito ético. Para identificação do tipo de cobertura transparente estéril a ser avaliado, foi realizado estudo de implementação com amostra de 71 pacientes, enfocando características de análise na perspectiva do paciente, do profissional e clínicas. Os pacientes do estudo clínico foram alocados randomicamente em um dos grupos de estudo: Grupo estéril (película transparente estéril) ou Grupo Padrão (fita adesiva não estéril). A flebite foi diagnosticada pelo enfermeiro do local de estudo, segundo presença e gravidade. Se presente o enfermeiro retirava o CIP e acionava avaliador externo à unidade para diagnóstico de flebite com cegamento quanto à intervenção. Foram investigadas variáveis relativas à caracterização dos pacientes, TIV, punção venosa periférica, motivos da retirada e tempo de permanência do CIP, motivos da retirada e tempo de permanência da cobertura, e complicações associadas. Para a análise estatística empregaram-se os testes de Qui-quadrado de Person, Exato de Fisher, t de Student e teste U de Mann-Whitney. A análise múltipla foi realizada pelo modelo de regressão logística para estimar o Risco Relativo (RR) e o modelo de Kaplan-Meier, regressão de Cox, para análise de sobrevida. Foi aplicado cálculo de RR para Intervalo de Confiança (IC) de 95% para estimar o grau de associação entre as variáveis. Em todos os testes o nível de significância de 5% foi considerado. Resultados: No estudo de implementação a cobertura IV3000® ported obteve melhor resultado dos indicadores de satisfação profissional e do paciente (p<0,0001). A média de sobrevida de CIP com cobertura IV3000® ported foi 3,096 maior do que Tegaderm3M® Basic (p=0,006). O estudo clínico foi realizado com 306 pacientes, 153 em cada grupo de estudo (24 perdas de seguimento), sendo a maioria do sexo feminino (52,3%), com média de 47,22(±16,1) anos de idade, cor da pele parda (68,3%) e 51% apresentavam doenças crônicas. Identificou-se ocorrência de flebite em 24,2% dos pacientes, com diferença entre os grupos de estudo (p<0,0001). Usar a cobertura não estéril aumentou em 5,958 vezes a chance de desenvolvimento de flebite em comparação aos pacientes que receberam a cobertura estéril (p=0,0001; IC95%; 13,09-10,78). A média de sobrevida dos CIP em que se utilizou a cobertura IV 3000® ported foi 5,387 vezes maior do que os cateteres com fita adesiva não estéril (p=0,0001). Conclusão: O uso da cobertura e fita adesiva estéril teve eficácia significante na redução de flebite e de outras complicações relacionadas à CIP e maior tempo de permanência do cateter, quando comparado ao emprego de fita adesiva não estéril.
Introdução: A cateterização venosa periférica é o procedimento invasivo mais realizado na assistência à saúde. Práticas de cuidado de enfermagem e o uso de tecnologias podem influenciar os resultados de uso de cateteres intravenosos periféricos (CIP), contribuindo para a redução de complicações e eventos adversos. A flebite caracteriza-se como uma das mais graves complicações relacionadas ao uso de CIP e este estudo tem como hipótese verificar se há influência do uso de cobertura estéril sobre a ocorrência de flebite associada à CIP. Objetivos: Verificar o efeito do emprego de cobertura estéril e fita adesiva estéril comparada a fita adesiva não estéril em CIP na ocorrência de flebite em pacientes adultos atendidos em um hospital da Amazônia Ocidental Brasileira. Casuística e método: Estudo clínico pragmático, randômico, controlado e único cego realizado em Rio Branco, Acre. A amostra foi calculada em 330 pacientes, com idade igual ou superior a 18 anos e que atendessem aos critérios de inclusão. A coleta dos dados ocorreu entre junho de 2018 e setembro de 2019, após aprovação do mérito ético. Para identificação do tipo de cobertura transparente estéril a ser avaliado, foi realizado estudo de implementação com amostra de 71 pacientes, enfocando características de análise na perspectiva do paciente, do profissional e clínicas. Os pacientes do estudo clínico foram alocados randomicamente em um dos grupos de estudo: Grupo estéril (película transparente estéril) ou Grupo Padrão (fita adesiva não estéril). A flebite foi diagnosticada pelo enfermeiro do local de estudo, segundo presença e gravidade. Se presente o enfermeiro retirava o CIP e acionava avaliador externo à unidade para diagnóstico de flebite com cegamento quanto à intervenção. Foram investigadas variáveis relativas à caracterização dos pacientes, TIV, punção venosa periférica, motivos da retirada e tempo de permanência do CIP, motivos da retirada e tempo de permanência da cobertura, e complicações associadas. Para a análise estatística empregaram-se os testes de Qui-quadrado de Person, Exato de Fisher, t de Student e teste U de Mann-Whitney. A análise múltipla foi realizada pelo modelo de regressão logística para estimar o Risco Relativo (RR) e o modelo de Kaplan-Meier, regressão de Cox, para análise de sobrevida. Foi aplicado cálculo de RR para Intervalo de Confiança (IC) de 95% para estimar o grau de associação entre as variáveis. Em todos os testes o nível de significância de 5% foi considerado. Resultados: No estudo de implementação a cobertura IV3000® ported obteve melhor resultado dos indicadores de satisfação profissional e do paciente (p<0,0001). A média de sobrevida de CIP com cobertura IV3000® ported foi 3,096 maior do que Tegaderm3M® Basic (p=0,006). O estudo clínico foi realizado com 306 pacientes, 153 em cada grupo de estudo (24 perdas de seguimento), sendo a maioria do sexo feminino (52,3%), com média de 47,22(±16,1) anos de idade, cor da pele parda (68,3%) e 51% apresentavam doenças crônicas. Identificou-se ocorrência de flebite em 24,2% dos pacientes, com diferença entre os grupos de estudo (p<0,0001). Usar a cobertura não estéril aumentou em 5,958 vezes a chance de desenvolvimento de flebite em comparação aos pacientes que receberam a cobertura estéril (p=0,0001; IC95%; 13,09-10,78). A média de sobrevida dos CIP em que se utilizou a cobertura IV 3000® ported foi 5,387 vezes maior do que os cateteres com fita adesiva não estéril (p=0,0001). Conclusão: O uso da cobertura e fita adesiva estéril teve eficácia significante na redução de flebite e de outras complicações relacionadas à CIP e maior tempo de permanência do cateter, quando comparado ao emprego de fita adesiva não estéril.