Variação intraespecífica no tamanho corporal e no dimorfismo sexual de tamanho em morcegos filostomídeos
Data
2014-04-25
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Sexual size dimorphism is widely studied in mammals. Its magnitude and direction present large variation among species, since there are different selective forces acting on each sex. Besides, how altitude and other climatic variables such as temperature and humidity can influence observed patterns are not clearly understood. For bats, most existing data suggest that females are the larger sex. However, more data are still needed. In this study, it was investigated the magnitude of sexual size dimorphism (SSD) in filostomid bats, its relationship with altitude, and whether altitude causes variation in body size. It was also tested whether male size varies more than female size, following the Rensch rule. Bats were captured in four localities, which are part of the Atlantic Forest, located in different altitudes. Forearm length and body mass were used as body size estimation. Anoura caudifer was the only species that presented sexual dimorphism with respect to forearm length, with females as the larger sex in the highest area. Artibeus lituratus and Carollia perspicillata showed an increased SSD with altitude because, at least to A. lituratus, females were larger in the highest area. Although A. caudifer presented variation in female body size and SSD, an altitudinal gradient was not observed. Sturnira lilium showed neither sexual dimorphism nor variation in SSD with altitude. Habitat characteristic, feeding rate and temperature variation are possible processes that may explain the increase in SSD in A. lituratus and C. perspicillata in the highest areas with respect to forearm length, and also contributing to larger body mass in A. lituratus females, which may be associated to heat conservation. Larger female trends may either indicate that selection may favor female fecundity or that sexual selection may favor small males, or even both. Within an interspecific context, the Rensch rule was not followed, possibly due to the low frequency of dimorphism in the studied species.
O dimorfismo sexual de tamanho é um fenômeno amplamente estudado em mamíferos. Sua magnitude e direção ainda geram dúvidas entre as espécies, pois pressões seletivas diferentes atuam sobre cada sexo. Além disso, não se sabe se, e como, a altitude e as condições ambientais como temperatura e umidade podem influenciar nos padrões observados. Para morcegos, existe aparente tendência da fêmea ser o sexo maior, mas faltam informações que comprovem ou rejeitem tal observação. Neste estudo, investigou-se a magnitude do dimorfismo sexual de tamanho (SSD) em morcegos filostomídeos e se a altitude gera variação no tamanho corporal, bem como no SSD. Também foi testado se o tamanho dos machos varia mais que o das fêmeas, concordando com a Regra de Rensch. Morcegos foram capturados em quatro localidades que fazem parte da Mata Atlântica, situadas em diferentes altitudes. Como estimativa do tamanho corporal, foram obtidos dados do tamanho do antebraço e massa corporal de cada animal capturado. Apenas Anoura caudifer apresentou dimorfismo sexual, e somente no antebraço, com a fêmea sendo o sexo maior na maior altitude. Artibeus lituratus e Carollia perspicillata apresentaram um aumento do SSD em função da altitude, uma vez que, principalmente em A. lituratus, as fêmeas foram maiores na maior altitude. A. caudifer apresentou variação no tamanho das fêmeas e no SSD, mas sem seguir um gradiente altitudinal. Sturnira lilium não apresentou dimorfismo sexual ou variação no SSD em relação à altitude. Características do habitat, frequência de alimentação e variações de temperatura, são possíveis processos que explicariam o aumento do SSD em A. lituratus e C. perspicillata nas maiores altitudes no que diz respeito ao tamanho do antebraço, além de contribuir para o aumento da massa corporal das fêmeas de A. lituratus, que pode estar associado à melhor conservação de calor. A tendência observada da fêmea ser o sexo maior pode indicar que a pressão de seleção favorece a fecundidade da fêmea ou que a seleção sexual favorece machos menores, ou ambos. Dentro de um contexto interespecífico, a regra de Rensch não foi atendida, possivelmente devido à baixa frequência de dimorfismo das espécies estudadas.
O dimorfismo sexual de tamanho é um fenômeno amplamente estudado em mamíferos. Sua magnitude e direção ainda geram dúvidas entre as espécies, pois pressões seletivas diferentes atuam sobre cada sexo. Além disso, não se sabe se, e como, a altitude e as condições ambientais como temperatura e umidade podem influenciar nos padrões observados. Para morcegos, existe aparente tendência da fêmea ser o sexo maior, mas faltam informações que comprovem ou rejeitem tal observação. Neste estudo, investigou-se a magnitude do dimorfismo sexual de tamanho (SSD) em morcegos filostomídeos e se a altitude gera variação no tamanho corporal, bem como no SSD. Também foi testado se o tamanho dos machos varia mais que o das fêmeas, concordando com a Regra de Rensch. Morcegos foram capturados em quatro localidades que fazem parte da Mata Atlântica, situadas em diferentes altitudes. Como estimativa do tamanho corporal, foram obtidos dados do tamanho do antebraço e massa corporal de cada animal capturado. Apenas Anoura caudifer apresentou dimorfismo sexual, e somente no antebraço, com a fêmea sendo o sexo maior na maior altitude. Artibeus lituratus e Carollia perspicillata apresentaram um aumento do SSD em função da altitude, uma vez que, principalmente em A. lituratus, as fêmeas foram maiores na maior altitude. A. caudifer apresentou variação no tamanho das fêmeas e no SSD, mas sem seguir um gradiente altitudinal. Sturnira lilium não apresentou dimorfismo sexual ou variação no SSD em relação à altitude. Características do habitat, frequência de alimentação e variações de temperatura, são possíveis processos que explicariam o aumento do SSD em A. lituratus e C. perspicillata nas maiores altitudes no que diz respeito ao tamanho do antebraço, além de contribuir para o aumento da massa corporal das fêmeas de A. lituratus, que pode estar associado à melhor conservação de calor. A tendência observada da fêmea ser o sexo maior pode indicar que a pressão de seleção favorece a fecundidade da fêmea ou que a seleção sexual favorece machos menores, ou ambos. Dentro de um contexto interespecífico, a regra de Rensch não foi atendida, possivelmente devido à baixa frequência de dimorfismo das espécies estudadas.
Descrição
Citação
ULIAN, Carina Maria Vela. Variação intraespecífica no tamanho corporal e no dimorfismo sexual de tamanho em morcegos filostomídeos. 2014. 58 f. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Diadema, 2014.