Deleuze e a filosofia de Maïmon
Data
2020-11-12
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Initially, the hypothesis we followed is that the problem of genesis precedes and conditions Deleuze's gaze on Kant, expressly that formulated by Maïmon. We argue, then, that the alliance between the two is justified for two main reasons. Firstly, it fulfills a strategic function: Deleuze returns to Maïmon´s problems that generated the post-Kantian tradition at the beginning, but to formulate alternative solutions to German idealism through a set of its own allies. Second, we try to demonstrate how Deleuze's option inscribes his reading of Kant in the culture of his time, mainly because of the influence of Gueroult's writings on him. Based on Difference and repetition (1968) and from the genetic requirements, we approach the ambiguities of Kantism, pointing out how the criticism of Kant fulfills a programmatic function, because in the ambiguity attributed to the Kantian theses of Cogito, Time and Idea, at the same time Deleuze establishes the coordinates of the problem that will guide his return to transcendental philosophy. Finally, we introduce Deleuze's break with Kant's philosophy. Based on the triple layer of questions developed in previous moments (the problem of genesis, the French debate around it and the ambiguities of Kantism), it is necessary to highlight the role of Maïmon in the search for a new regime of foundation, especially in that concerns the differential genesis of sensation. With the concept of transcendental empiricism, Deleuze brings the Ideas of Maïmon's infinite understanding back to the realm empiricist of the real experience.
Inicialmente, a hipótese que seguimos é a de que o problema da gênese precede e condiciona o olhar de Deleuze sobre Kant ao longo de sua obra, expressamente o formulado por Maïmon. Defendemos, então, que a aliança entre os dois se justifica por duas razões principais. Em primeiro lugar, ela cumpre uma função estratégica: Deleuze retorna para as problemáticas maïmonianas que geraram a tradição pós-kantiana em seu início, mas para formular soluções alternativas ao idealismo alemão através de um conjunto de aliados próprio. Em segundo lugar, procuramos demonstrar como a opção de Deleuze inscreve sua leitura de Kant na cultura de seu tempo, principalmente por conta da influência dos escritos de Gueroult sobre ele. Em seguida, com base em Diferença e repetição (1968) e a partir das exigências genéticas, abordamos as ambiguidades do kantismo, apontando como a crítica contra Kant cumpre uma função programática, pois na ambiguidade atribuída às teses do Cogito, Tempo e Ideia, ao mesmo tempo Deleuze estabelece as coordenadas do problema que orientará sua retomada da filosofia transcendental. Por fim, introduzimos a ruptura de Deleuze com a filosofia de Kant. A partir da tripla camada de questões desenvolvidas nos momentos anteriores (o problema da gênese, o debate francês em torno dele e as ambiguidades do kantismo), trata-se de destacar o papel de Maïmon na busca por um novo regime de fundamentação, especialmente no que diz respeito à gênese diferencial da sensação. Com o conceito de empirismo transcendental, Deleuze reconduz as Ideias do entendimento infinito de Maïmon ao domínio empirista da experiência real.
Inicialmente, a hipótese que seguimos é a de que o problema da gênese precede e condiciona o olhar de Deleuze sobre Kant ao longo de sua obra, expressamente o formulado por Maïmon. Defendemos, então, que a aliança entre os dois se justifica por duas razões principais. Em primeiro lugar, ela cumpre uma função estratégica: Deleuze retorna para as problemáticas maïmonianas que geraram a tradição pós-kantiana em seu início, mas para formular soluções alternativas ao idealismo alemão através de um conjunto de aliados próprio. Em segundo lugar, procuramos demonstrar como a opção de Deleuze inscreve sua leitura de Kant na cultura de seu tempo, principalmente por conta da influência dos escritos de Gueroult sobre ele. Em seguida, com base em Diferença e repetição (1968) e a partir das exigências genéticas, abordamos as ambiguidades do kantismo, apontando como a crítica contra Kant cumpre uma função programática, pois na ambiguidade atribuída às teses do Cogito, Tempo e Ideia, ao mesmo tempo Deleuze estabelece as coordenadas do problema que orientará sua retomada da filosofia transcendental. Por fim, introduzimos a ruptura de Deleuze com a filosofia de Kant. A partir da tripla camada de questões desenvolvidas nos momentos anteriores (o problema da gênese, o debate francês em torno dele e as ambiguidades do kantismo), trata-se de destacar o papel de Maïmon na busca por um novo regime de fundamentação, especialmente no que diz respeito à gênese diferencial da sensação. Com o conceito de empirismo transcendental, Deleuze reconduz as Ideias do entendimento infinito de Maïmon ao domínio empirista da experiência real.