Efeito da pressão positiva aguda na cavidade nasal
Data
2018-10-25
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
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Título de Volume
Resumo
Introduction: Many studies have shown the influence of nasal obstruction on
sleep disorders and adaptation to continuous positive airway pressure (CPAP).
However, data are lacking on the impact of continuous positive pressure on the
nasal cavity – whether in healthy individuals or patients with allergic rhinitis – and
on the effect, if any, of topical corticosteroids on nasal patency after exposure to
CPAP. In addition, it has been hypothesized that increasing interstitial hydrostatic
pressure within the sinonasal mucosa of patients with nasal polyposis may
decrease polyp size. Objective: The overarching goal of this series of studies was
to evaluate the effect of continuous positive pressure on the nasal cavity of healthy
individuals, subjects with allergic rhinitis, and subjects with nasal polyposis by
objective and subjective methods. Methods: Three studies were carried out. The
first included 27 subjects who were exposed to 2 hours of positive nasal pressure
by CPAP via nasal mask with a pressure of 20 cm/H2O. A questionnaire on nasal
allergic symptoms was applied, and participants were subsequently divided into
two groups: with and without nasal allergic symptoms. Four methods were applied
immediately before and after exposure to positive pressure: a visual analogue
scale (VAS) of nasal obstruction; the Nasal Obstruction Symptom Evaluation
(NOSE) scale; peak nasal inspiratory flow (PNIF) measurement; and acoustic
rhinometry (AcRh). For the second study, 10 patients with nasal allergic rhinitis
were exposed to 1 hour of positive nasal pressure by CPAP via nasal mask with a
pressure of 15 cm/H2O. VAS, NOSE, PNIF, and AcRh measurements were
obtained immediately before exposure to positive pressure. Topical intranasal
budesonide therapy (400 mcg/day) was administered for 4 weeks, and the
aforementioned tests were performed again, now before and after exposure to
positive pressure. For the third study, 12 patients with nasal polyposis and 27
controls without polyposis were exposed to CPAP (20 cm/H2O) for 2 hours. VAS,
NOSE, PNIF, AcRh, and nasal endoscopy (for polyp grading with the Meltzer
Clinical Scoring System) were performed before and after the
intervention. Results: In the first study, an increase in nasal obstruction was
observed both on subjective parameters (VAS and NOSE) and on objective
evaluation (reduction of nasal cavity volume on AcRh and lower PNIF).
Deterioration of indicators of nasal patency was worse in subjects with nasal allergic complaints. In the second study, comparison of VAS, NOSE, PNIF, and
AcRh findings after and before topical budesonide therapy and after exposure to
positive pressure showed a statistically significant improvement in nasal
obstruction scores and indicators of nasal patency. In the third study, for the
polyposis group, VAS, NOSE and AcRh findings did not differ significantly (p=0.72,
p=0.73, and p=0.17, respectively), but PNIF worsened (p=0.04) after exposure to
CPAP. There was a statistically significant reduction in nasal polyp volume
(p=0.04). The control group experienced deterioration of all measured parameters
of nasal obstruction. Conclusion: Acute exposure to positive pressure via CPAP
impairs nasal patency. This effect is even more pronounced in individuals with
nasal allergic symptoms. Topical corticosteroid therapy was able to mitigate the
irritant effects of CPAP on the nasal mucosa, leading to improvement of nasal
patency parameters. In patients with nasal polyposis, CPAP exposure reduced the
size of nasal polyps, but also reduced nasal patency as measured by PNIF.
However, it had no significant effects on acoustic rhinometry findings or clinical
symptoms of nasal obstruction.
Introdução: A influência da obstrução nasal nos distúrbios do sono e na adaptação ao CPAP tem sido amplamente demonstrada. Entretanto, poucos estudos mostram o impacto da pressão positiva contínua na cavidade nasal, seja em indivíduos normais, ou em pacientes com rinite alérgica; assim como o efeito do corticosteroide tópico na patência nasal após a exposição ao CPAP. Além disso, despeito dos poucos dados, acreditase que o aumento da pressão hidrostática intersticial nos pólipos de pacientes com rinossinusite crônica com pólipos nasais possa diminuir o volume dos mesmos Objetivo: Esta linha de pesquisa teve como objetivo geral avaliar o efeito da pressão positiva contínua na cavidade nasal de indivíduos normais, com rinite alérgica e com pólipos nasais, por meio de métodos objetivos e subjetivos. Método: Três pesquisas foram realizadas. A primeira incluiu 27 indivíduos que foram expostos a pressão positiva nasal por 2 horas por meio de CPAP e máscara nasal com pressão de 20cm/H2O. Um questionário sobre sintomas alérgicos nasais foi aplicado e 2 grupos foram estabelecidos – com e sem sintomas alérgicos nasais. Imediatamente antes e após a exposição à pressão positiva, escores de obstrução nasal foram obtidos pela escala visual analógica (EVA), pela escala de sintomas de obstrução nasal (NOSE), pelo pico de fluxo nasal inspiratório e por rinometria acústica. No segundo estudo, 10 pacientes com rinite alérgica nasal foram expostos a pressão positiva nasal por 1 hora com CPAP e máscara nasal com pressão de 15cm/H2O. Os mesmos testes foram aplicados imediatamente antes e após exposição à pressão positiva. Após tratamento com budesonida tópica nasal na dose de 400mcg/dia por 4 semanas os testes foram novamente realizados antes e após a exposição à pressão positiva. No terceiro estudo, 12 pacientes com rinossinusite crônica com pólipos nasais e 27 controles foram expostos a CPAP (20cm/H2O) por 2 horas. Os testes para mensuração dos escores de obstrução nasal, assim como a endoscopia nasal (graduação de pólipos de Meltzer) foram realizados antes e depois da intervenção. Resultados: No primeiro estudo, observouse aumento da obstrução nasal tanto nos testes subjetivos (EVA e NOSE) como nas avaliações objetivas, mostrando redução do volume da cavidade nasal na rinometria acústica e diminuição do pico de fluxo nasal inspiratório. Indivíduos com queixas alérgicas nasais, apresentaram uma piora mais acentuada nos parâmetros da permeabilidade nasal. No segundo estudo, a comparação entre os testes antes e após o uso da budesonida tópica e após a exposição à pressão positiva mostrou uma melhora nos escores de obstrução nasal e patência nasal, estatisticamente significantes. No terceiro estudo, para o grupo de pacientes com rinossinusite com pólipos nasais, EVA, NOSE e rinomanometria não diferiram significantemente (p = 0,72, p = 0,73 e p = 0,17, respectivamente), mas os valores do pico de fluxo nasal inspiratório pioraram (p = 0,04) após a exposição ao CPAP. Houve redução estatisticamente significante nos pólipos nasais (p = 0,04). O grupo controle apresentou piora dos parâmetros de obstrução nasal em todos os testes utilizados. Conclusão: A exposição aguda à pressão positiva com CPAP, deteriora a patência nasal e em indivíduos com sintomas alérgicos nasais, a piora é ainda mais acentuada. O uso do corticoide tópico é capaz de mitigar os efeitos irritativos na mucosa nasal da pressão positiva, levando a uma melhora dos parâmetros da patência nasal. Pacientes com rinossinusite crônica com pólipos nasais expostos a CPAP apresentam redução do volume dos pólipos nasais, embora a patência nasal, estabelecida pelo pico de fluxo nasal inspiratório e pela rinometria acústica não determine efeitos significativos nos sintomas de obstrução nasal
Introdução: A influência da obstrução nasal nos distúrbios do sono e na adaptação ao CPAP tem sido amplamente demonstrada. Entretanto, poucos estudos mostram o impacto da pressão positiva contínua na cavidade nasal, seja em indivíduos normais, ou em pacientes com rinite alérgica; assim como o efeito do corticosteroide tópico na patência nasal após a exposição ao CPAP. Além disso, despeito dos poucos dados, acreditase que o aumento da pressão hidrostática intersticial nos pólipos de pacientes com rinossinusite crônica com pólipos nasais possa diminuir o volume dos mesmos Objetivo: Esta linha de pesquisa teve como objetivo geral avaliar o efeito da pressão positiva contínua na cavidade nasal de indivíduos normais, com rinite alérgica e com pólipos nasais, por meio de métodos objetivos e subjetivos. Método: Três pesquisas foram realizadas. A primeira incluiu 27 indivíduos que foram expostos a pressão positiva nasal por 2 horas por meio de CPAP e máscara nasal com pressão de 20cm/H2O. Um questionário sobre sintomas alérgicos nasais foi aplicado e 2 grupos foram estabelecidos – com e sem sintomas alérgicos nasais. Imediatamente antes e após a exposição à pressão positiva, escores de obstrução nasal foram obtidos pela escala visual analógica (EVA), pela escala de sintomas de obstrução nasal (NOSE), pelo pico de fluxo nasal inspiratório e por rinometria acústica. No segundo estudo, 10 pacientes com rinite alérgica nasal foram expostos a pressão positiva nasal por 1 hora com CPAP e máscara nasal com pressão de 15cm/H2O. Os mesmos testes foram aplicados imediatamente antes e após exposição à pressão positiva. Após tratamento com budesonida tópica nasal na dose de 400mcg/dia por 4 semanas os testes foram novamente realizados antes e após a exposição à pressão positiva. No terceiro estudo, 12 pacientes com rinossinusite crônica com pólipos nasais e 27 controles foram expostos a CPAP (20cm/H2O) por 2 horas. Os testes para mensuração dos escores de obstrução nasal, assim como a endoscopia nasal (graduação de pólipos de Meltzer) foram realizados antes e depois da intervenção. Resultados: No primeiro estudo, observouse aumento da obstrução nasal tanto nos testes subjetivos (EVA e NOSE) como nas avaliações objetivas, mostrando redução do volume da cavidade nasal na rinometria acústica e diminuição do pico de fluxo nasal inspiratório. Indivíduos com queixas alérgicas nasais, apresentaram uma piora mais acentuada nos parâmetros da permeabilidade nasal. No segundo estudo, a comparação entre os testes antes e após o uso da budesonida tópica e após a exposição à pressão positiva mostrou uma melhora nos escores de obstrução nasal e patência nasal, estatisticamente significantes. No terceiro estudo, para o grupo de pacientes com rinossinusite com pólipos nasais, EVA, NOSE e rinomanometria não diferiram significantemente (p = 0,72, p = 0,73 e p = 0,17, respectivamente), mas os valores do pico de fluxo nasal inspiratório pioraram (p = 0,04) após a exposição ao CPAP. Houve redução estatisticamente significante nos pólipos nasais (p = 0,04). O grupo controle apresentou piora dos parâmetros de obstrução nasal em todos os testes utilizados. Conclusão: A exposição aguda à pressão positiva com CPAP, deteriora a patência nasal e em indivíduos com sintomas alérgicos nasais, a piora é ainda mais acentuada. O uso do corticoide tópico é capaz de mitigar os efeitos irritativos na mucosa nasal da pressão positiva, levando a uma melhora dos parâmetros da patência nasal. Pacientes com rinossinusite crônica com pólipos nasais expostos a CPAP apresentam redução do volume dos pólipos nasais, embora a patência nasal, estabelecida pelo pico de fluxo nasal inspiratório e pela rinometria acústica não determine efeitos significativos nos sintomas de obstrução nasal