Prometeu acorrentado: o fetiche do novo ensino médio e a crise no mundo do trabalho
Data
2020-11-23
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
The object of our research is the relationship between the reform of high school. (Law nº 13.415/2017) and the metamorphoses in the world of work, taking as source the bibliography of the theoretical field of Education and Work, as well as documents of international agencies. Our starting point was that the "new" High School and the deepening precarization of working conditions and relations are linked to the structural crisis of capitalism (MÉSZÁROS, 2002; 2012). The central objective is to understand the reform of High School articulates itself to the changes in the world of work and corroborates for a restricted, lightened and devoid of commitment to a paradigm of integral formation, that is, the easing of the last stage of basic education is in line with the flexible accumulation regime (HARVEY, 1992). From the perspective of the International Division of Labor (DIT), however, it is important to emphasize that labor in the context of financial and speculative capitalism must have as a characteristic the integral capture of the subjectivity of the working class (ALVES and ANTUNES, 2004), orchestrated by lowering the value of the labor force with the subtraction of labor and social rights. With regard to the results of the research we can assure that the "new" high school is fully in line with the requirements of the flexible accumulation regime and the training of labor force for temporary jobs, outsourced, uberized, pejotizados, precarizated, Besides long-term unemployment, therefore, for the capitalists it makes no sense to proletarians with an enlightenment education that has as prerequisites access to science, culture, art, articulated with the mastery of writing and calculation. That being said, the capitalists at the global level use education for the transmission of values of bourgeois sociability and for the formation of a mass of proletarians that will be optimized in a marginal way in the labor market. In this sense, it is evident in the documents of the multilateral bodies, as well as in the new High School, the idea of flexibility that, coupled with neoliberal modernity, induces the unwary to believe that creative processes will solve the issues posed by work, but the more visible face of flexibility has been the removal of elementary rights. Thus, we can say about the interest of these agencies, especially those of the OECD and the WB (WORLD BANK GROUP), in influencing the educational process of countries. Another point to highlight concerns the formation of flexible workers conditioned to accept the rules and values of bourgeois society and devoid of the critical mass, essential instrument for the leap of consciousness in the class struggle and overcoming capitalist sociability. According to the research that education is a social mediation created and controlled by the bourgeois state in the midst of neoliberal orthodox policies, it is in this context that the reform of high school took place, tangential for the setbacks in the rights and achievements of the working class. The documents of international organizations symbolize the suppression, easing, commodification, precarization of education and the "new" High school illustrates the paradigm of formation that the state should make available notably to the poor and concomitantly satisfy the filibusters who negotiate education as a common commodity and glimpse the profit from the vilification of a universal right.
O objeto da nossa pesquisa é a relação entre a reforma do Ensino Médio. (Lei nº 13.415/2017) e as metamorfoses no mundo do trabalho, tomando como fonte a bibliografia do campo teórico da Educação e Trabalho, assim como documentos de agências internacionais. Nosso ponto de partida teve como pressuposto que o “novo” Ensino Médio e o aprofundamento da precarização das condições e relações de trabalho estão concatenados com a crise estrutural do capitalismo (MÉSZÁROS, 2002; 2012). O objetivo central é compreender como a reforma do Ensino Médio se articula às mudanças no mundo do trabalho e corrobora para uma formação restrita, aligeirada e desprovida de compromisso com um paradigma de formação integral, ou seja, a flexibilização da última etapa da educação básica está em consonância com o regime de acumulação flexível (HARVEY, 1992). Na perspectiva da Divisão Internacional do Trabalho (DIT), todavia, é importante ressaltar que a mão de obra no âmbito do capitalismo financeiro e especulativo deve ter como característica a captura integral da subjetividade da classe trabalhadora (ALVES e ANTUNES, 2004), orquestrada pelo rebaixamento do valor da força de trabalho com a subtração dos direitos trabalhista e sociais. No que tange aos resultados da pesquisa podemos asseverar que o “novo” ensino médio está em plena consonância com as exigências do regime de acumulação flexível e a formação de força de trabalho para empregos temporários, terceirizados, uberizados, pejotizados, precarizados, além de desemprego de longa duração, assim sendo, para os capitalistas não faz sentido proletários com uma educação iluminista que tenha como pré-requisito o acesso à ciência, cultura, arte, articuladas ao domínio da escrita e do cálculo. Dito isto, os capitalistas em âmbito global usam a educação para a transmissão de valores da sociabilidade burguesa e para a formação de uma massa de proletários que será otimizada de forma marginal no mercado de trabalho. Nesse sentido, fica evidente nos documento dos órgãos multilaterais, bem como no novo Ensino Médio, a ideia de flexibilização que, aliada à modernidade neoliberal, induz os incautos a acreditarem que processos criativos resolverão as questões postas pelo trabalho, porém a face mais visível da flexibilidade tem representado a supressão de direitos elementares. Assim, podemos afirmar sobre o interesse destas agências, notadamente os da OCDE e do BM, em influenciar o processo educacional dos países. Outro ponto a destacar diz respeito à formação de trabalhadores flexíveis condicionados a aceitar as regras e valores da sociedade burguesa e desprovidos de massa crítica, instrumento essencial para o salto de consciência na luta de classes e superação da sociabilidade capitalista. Estamos asseverando na pesquisa que a educação é uma mediação social criada e controlada pelo Estado burguês no bojo das políticas ortodoxas neoliberais é neste contexto que ocorreu a contrarreforma do Ensino Médio, tangenciada pelos retrocessos nos direitos e conquistas da classe trabalhadora. Os documentos dos organismos internacionais simbolizam a supressão, flexibilização, mercantilização, precarização da educação e o “novo” Ensino Médio ilustra o paradigma de formação que o Estado deve disponibilizar notadamente para os pobres e de forma concomitante satisfazer os flibusteiros que negociam a educação como uma mercadoria comum e vislumbram o lucro com o vilipendio de um direito universal.
O objeto da nossa pesquisa é a relação entre a reforma do Ensino Médio. (Lei nº 13.415/2017) e as metamorfoses no mundo do trabalho, tomando como fonte a bibliografia do campo teórico da Educação e Trabalho, assim como documentos de agências internacionais. Nosso ponto de partida teve como pressuposto que o “novo” Ensino Médio e o aprofundamento da precarização das condições e relações de trabalho estão concatenados com a crise estrutural do capitalismo (MÉSZÁROS, 2002; 2012). O objetivo central é compreender como a reforma do Ensino Médio se articula às mudanças no mundo do trabalho e corrobora para uma formação restrita, aligeirada e desprovida de compromisso com um paradigma de formação integral, ou seja, a flexibilização da última etapa da educação básica está em consonância com o regime de acumulação flexível (HARVEY, 1992). Na perspectiva da Divisão Internacional do Trabalho (DIT), todavia, é importante ressaltar que a mão de obra no âmbito do capitalismo financeiro e especulativo deve ter como característica a captura integral da subjetividade da classe trabalhadora (ALVES e ANTUNES, 2004), orquestrada pelo rebaixamento do valor da força de trabalho com a subtração dos direitos trabalhista e sociais. No que tange aos resultados da pesquisa podemos asseverar que o “novo” ensino médio está em plena consonância com as exigências do regime de acumulação flexível e a formação de força de trabalho para empregos temporários, terceirizados, uberizados, pejotizados, precarizados, além de desemprego de longa duração, assim sendo, para os capitalistas não faz sentido proletários com uma educação iluminista que tenha como pré-requisito o acesso à ciência, cultura, arte, articuladas ao domínio da escrita e do cálculo. Dito isto, os capitalistas em âmbito global usam a educação para a transmissão de valores da sociabilidade burguesa e para a formação de uma massa de proletários que será otimizada de forma marginal no mercado de trabalho. Nesse sentido, fica evidente nos documento dos órgãos multilaterais, bem como no novo Ensino Médio, a ideia de flexibilização que, aliada à modernidade neoliberal, induz os incautos a acreditarem que processos criativos resolverão as questões postas pelo trabalho, porém a face mais visível da flexibilidade tem representado a supressão de direitos elementares. Assim, podemos afirmar sobre o interesse destas agências, notadamente os da OCDE e do BM, em influenciar o processo educacional dos países. Outro ponto a destacar diz respeito à formação de trabalhadores flexíveis condicionados a aceitar as regras e valores da sociedade burguesa e desprovidos de massa crítica, instrumento essencial para o salto de consciência na luta de classes e superação da sociabilidade capitalista. Estamos asseverando na pesquisa que a educação é uma mediação social criada e controlada pelo Estado burguês no bojo das políticas ortodoxas neoliberais é neste contexto que ocorreu a contrarreforma do Ensino Médio, tangenciada pelos retrocessos nos direitos e conquistas da classe trabalhadora. Os documentos dos organismos internacionais simbolizam a supressão, flexibilização, mercantilização, precarização da educação e o “novo” Ensino Médio ilustra o paradigma de formação que o Estado deve disponibilizar notadamente para os pobres e de forma concomitante satisfazer os flibusteiros que negociam a educação como uma mercadoria comum e vislumbram o lucro com o vilipendio de um direito universal.