Do Bando Ao Pcc: A Gestão Da Violência E Seus Desdobramentos Na Sociabilidade Em Paraisópolis
Data
2017-01-30
Autores
Oliveira, Eduardo Brandao 
Orientadores
Conparato, Bruno Konder
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
The favela of Paraisópolis, located between the Morumbi and Vila Andrade neighborhoods, in the city of São Paulo, is often seen as a poor, violent and marginalized area. However, these views are not based on scientific studies. Considering the favela area in the urban environment, I tried to present the transformations that occurred there in the social and urban structure. Above all, those perpetrated by the world of crime and its "norms," which permeate the local sociability. Analyzing the history of Paraisópolis and its social relations one must consider two distinct moments: the time when the favela was dominated by a gang that lost control and power to the PCC in the second moment. This is fundamental to understand how the local life is organized. To study these two moments is to understand a whole network of relationships that permeates the family, the neighborhood, friends and morality posed by this parallel power. In this way, it is possible to see how the old order and the present order are intimately linked to the action of the criminal world and the sociability present there. Therefore, I sought to understand the social relations in Paraisópolis under the aspect of a sociability marked in the past, by an order directly related to unilateral decisions of the gang, through the figure of Old Lourenço, whereas at present, decisions depend on a collective organization, the First Command of the Capital (PCC). Besides, I was able to understand the paths of sociability there and to observe how these relations were renewed over time from one of power to another.
A favela de Paraisópolis, localizada entre os bairros Morumbi e Vila Andrade, na cidade de São Paulo, muitas vezes, é vista como um espaço pobre, violento e marginalizado. Todavia, estas visões não são baseadas em estudos científicos. Considerando o espaço favela no meio urbano, procurei apresentar as transformações ali ocorridas na estrutura social e urbanística. Sobretudo, as perpetradas pelo mundo do crime e suas "normas", as quais permeiam toda a sociabilidade local. Analisar a história de Paraisópolis e suas relações sociais é não perder de vista dois momentos distintos do mundo do crime: a época em que a favela era dominada por um bando que perdeu o comando e o poder para o PCC. Períodos esses que são fundamentais para entender como se organiza a vida local. Estudar estes dois momentos é perpassar toda uma rede de relações que permeia a família, a vizinhança, amigos e a moralidade posta por esse poder paralelo. À guisa disso, é que se pode enxergar como a antiga ordem e a atual estão intimamente ligadas à ação do mundo do crime e à sociabilidade ali presentes. Portanto, busquei entender as relações sociais em Paraisópolis sob o aspecto de uma sociabilidade marcada, no passado, por uma ordem diretamente relacionada a decisões unilaterais (do bando), por meio da figura do Velho Lourenço, ao passo que, no presente, prevalecem decisões de um coletivo, isto é, o Primeiro Comando da Capital (PCC). Com isso, pude entender os caminhos da sociabilidade ali presente e observar como essas relações se renovaram ao longo do tempo de um de poder para outro.
A favela de Paraisópolis, localizada entre os bairros Morumbi e Vila Andrade, na cidade de São Paulo, muitas vezes, é vista como um espaço pobre, violento e marginalizado. Todavia, estas visões não são baseadas em estudos científicos. Considerando o espaço favela no meio urbano, procurei apresentar as transformações ali ocorridas na estrutura social e urbanística. Sobretudo, as perpetradas pelo mundo do crime e suas "normas", as quais permeiam toda a sociabilidade local. Analisar a história de Paraisópolis e suas relações sociais é não perder de vista dois momentos distintos do mundo do crime: a época em que a favela era dominada por um bando que perdeu o comando e o poder para o PCC. Períodos esses que são fundamentais para entender como se organiza a vida local. Estudar estes dois momentos é perpassar toda uma rede de relações que permeia a família, a vizinhança, amigos e a moralidade posta por esse poder paralelo. À guisa disso, é que se pode enxergar como a antiga ordem e a atual estão intimamente ligadas à ação do mundo do crime e à sociabilidade ali presentes. Portanto, busquei entender as relações sociais em Paraisópolis sob o aspecto de uma sociabilidade marcada, no passado, por uma ordem diretamente relacionada a decisões unilaterais (do bando), por meio da figura do Velho Lourenço, ao passo que, no presente, prevalecem decisões de um coletivo, isto é, o Primeiro Comando da Capital (PCC). Com isso, pude entender os caminhos da sociabilidade ali presente e observar como essas relações se renovaram ao longo do tempo de um de poder para outro.