Anestesia venosa versus inalatória em cirurgia pediátrica ambulatorial: revisão sistemática e metanálise
Data
2016-11-30
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Purpose: To evaluate the risk of perioperative complications comparing the use of intravenous to inhalational anaesthesia for paediatric outpatient surgery. Methods: Cochrane systematic review of randomized and quasi-randomized controlled clinical studies. We searched the following electronic databases: CENTRAL, MEDLINE, EMBASE and LILACS. We hand searched pertinent journals and reference lists of papers were inspected. No language restrictions were applied. We included randomized controlled trials comparing paediatric outpatient surgery using intravenous versus inhalational anaesthesia. The primary outcomes were the risk of postoperative nausea and vomiting (PONV), readmission to hospital and the risk of postoperative behavioural disturbances. The included secondary outcomes were the risk of intraoperative and postoperative respiratory and cardiovascular complications, time to recovery from anaesthesia and discharge from hospital. The selection of studies and risk of bias in included studies were assessed by two authors independently following the recommendation of Cochrane Collaboration system. We used the principles of Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation to assess the quality of the the body of evidence associated with outcomes in our review.When possible, the data of included studies were grouped in meta-analyses. For dichotomous variables, we calculated the odds ratio (OR) and for continuos outcomes, we calculated the mean difference (MD) and 95% CI. Result: 16 randomized trials that involved 900 children were included in this review.The use of intravenous anesthesia (propofol) decreased the risk of PONV(OR 2.96; 95% CI 1.35 to 6.49, four studies, 176 children, low quality evidence) and time to recovery from anesthesia (MD 3.61; 95% CI 0.32 to 6.90) compared to the use of sevoflurane.The risk of PONV also decreased for induction and maintenance of anesthesia with propofol versus induction with thiopental and maintenance with halothane and N2O (OR 3.23; 95% CI 1.49 to 7.02, four studies, 176 children, low quality evidence). There was no difference between groups for time to recovery from anesthesia. The use of propofol reduced the risk of postoperative behavioural disturbances compared to sevoflurane(OR 2.67;95%CI 1.14 to 6.23, four studies, 176 children, very low quality). There were no differences between the groups in the risk of intraoperative and postoperative respiratory and cardiovascular complications and for time to discharge from hospital. These results should be interpreted with caution due to heterogeneity between studies in the type and duration of operations, types of reported complications and the high risk of bias in almost all studies.Readmission to hospital was not reported in any of the included studies.Conclusions: there is insufficient evidence to determine the choice of the type of anaesthesia for paediatric outpatients undergoing surgery. More high-quality studies are needed to compare the different types of anaesthesia in different subsets of children undergoing ambulatory surgery.
Objetivo: Avaliar a segurança do uso da anestesia intravenosa, comparativamente ao uso da inalatória, em pacientes pediátricos submetidos a cirurgias ambulatoriais. Métodos: Revisão sistemática Cochrane de ensaios clínicos randomizados e quase randomizados. As seguintes bases de dados eletrônicas foram utilizadas: CENTRAL, MEDLINE, EMBASE e LILACS. Foram verificadas, também, listas de referências de artigos relevantes. Não houve restrição de idioma e data de publicação. Foram incluídos ensaios clínicos controlados e randomizados comparando a anestesia venosa com a inalatória em pacientes pediátricos submetidos a cirurgias ambulatoriais. Os desfechos primários foram risco de náuseas e vômitos no pós-operatório (NVPO), de admissão hospitalar e risco de distúrbios comportamentais no pós-operatório. Os desfechos secundários incluíram complicações respiratórias e cardiovasculares no intraoperatório e no pós-operatório, tempo de permanência na sala de recuperação anestésica e tempo para alta hospitalar. A seleção e a avaliação do risco de viés dos estudos incluídos nesta revisão sistemática foram realizadas por dois revisores, de forma independente, seguindo a recomendação da Colaboração Cochrane. Utilizamos os princípios do Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation para avaliar a qualidade de evidência dos desfechos da revisão. Quando possível, os dados dos estudos incluídos foram agrupados em metanálises. Para dados dicotômicos foi calculado o odds ratio (OR) e para os dados contínuos, foi calculada a diferença média (DM), com intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Resultados: Foram incluídos 16 estudos (900 crianças). O uso de anestesia venosa (propofol) reduziu o risco de NVPO (OR 2,96; IC 95% 1,35 a 6,49, quatro estudos, 176 crianças, baixa qualidade de evidência) e o tempo para alta da sala de recuperação da anestesia (DM 3,61, IC 95% 0,32 a 6,90) comparado ao uso de sevoflurano.O risco de NVPO também foi reduzido com o uso de propofol comparado ao uso da anestesia com tiopental e halotano + N2O (OR 3,23; IC 95% 1,49 a 7,02, quatro estudos, 176 crianças, baixa qualidade de evidência). Quanto ao desfecho tempo para alta da sala de recuperação pós-anestésica não ocorreu diferença entre esses grupos.O uso de propofol reduziu o risco para distúrbios comportamentais (OR 2,67, IC 95% 1,14 a 6,23, quatro estudos, muito baixa qualidade de evidência) comparado ao uso de sevoflurano. Quanto ao desfecho complicações cardiorrespiratórias e tempo para alta hospitalar não ocorreram diferenças entre os grupos. Os resultados necessitam de cuidados na sua interpretação pela presença de heterogeneidade com diferentes tipos e duração de cirurgias, diferentes desfechos reportados e pelo alto risco de viés na maioria dos estudos. O desfecho admissão hospitalar inesperada não foi reportado em nenhum estudo. Conclusões: Não existe evidência disponível para determinar a escolha do agente anestésico ideal para crianças submetidas a procedimentos cirúrgicos ambulatoriais. Novos estudos com melhor rigor metodológico são necessários com o uso de diferentes agentes anestésicos venosos e inalatórios nos diversos tipos de cirurgias ambulatoriais.
Objetivo: Avaliar a segurança do uso da anestesia intravenosa, comparativamente ao uso da inalatória, em pacientes pediátricos submetidos a cirurgias ambulatoriais. Métodos: Revisão sistemática Cochrane de ensaios clínicos randomizados e quase randomizados. As seguintes bases de dados eletrônicas foram utilizadas: CENTRAL, MEDLINE, EMBASE e LILACS. Foram verificadas, também, listas de referências de artigos relevantes. Não houve restrição de idioma e data de publicação. Foram incluídos ensaios clínicos controlados e randomizados comparando a anestesia venosa com a inalatória em pacientes pediátricos submetidos a cirurgias ambulatoriais. Os desfechos primários foram risco de náuseas e vômitos no pós-operatório (NVPO), de admissão hospitalar e risco de distúrbios comportamentais no pós-operatório. Os desfechos secundários incluíram complicações respiratórias e cardiovasculares no intraoperatório e no pós-operatório, tempo de permanência na sala de recuperação anestésica e tempo para alta hospitalar. A seleção e a avaliação do risco de viés dos estudos incluídos nesta revisão sistemática foram realizadas por dois revisores, de forma independente, seguindo a recomendação da Colaboração Cochrane. Utilizamos os princípios do Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation para avaliar a qualidade de evidência dos desfechos da revisão. Quando possível, os dados dos estudos incluídos foram agrupados em metanálises. Para dados dicotômicos foi calculado o odds ratio (OR) e para os dados contínuos, foi calculada a diferença média (DM), com intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Resultados: Foram incluídos 16 estudos (900 crianças). O uso de anestesia venosa (propofol) reduziu o risco de NVPO (OR 2,96; IC 95% 1,35 a 6,49, quatro estudos, 176 crianças, baixa qualidade de evidência) e o tempo para alta da sala de recuperação da anestesia (DM 3,61, IC 95% 0,32 a 6,90) comparado ao uso de sevoflurano.O risco de NVPO também foi reduzido com o uso de propofol comparado ao uso da anestesia com tiopental e halotano + N2O (OR 3,23; IC 95% 1,49 a 7,02, quatro estudos, 176 crianças, baixa qualidade de evidência). Quanto ao desfecho tempo para alta da sala de recuperação pós-anestésica não ocorreu diferença entre esses grupos.O uso de propofol reduziu o risco para distúrbios comportamentais (OR 2,67, IC 95% 1,14 a 6,23, quatro estudos, muito baixa qualidade de evidência) comparado ao uso de sevoflurano. Quanto ao desfecho complicações cardiorrespiratórias e tempo para alta hospitalar não ocorreram diferenças entre os grupos. Os resultados necessitam de cuidados na sua interpretação pela presença de heterogeneidade com diferentes tipos e duração de cirurgias, diferentes desfechos reportados e pelo alto risco de viés na maioria dos estudos. O desfecho admissão hospitalar inesperada não foi reportado em nenhum estudo. Conclusões: Não existe evidência disponível para determinar a escolha do agente anestésico ideal para crianças submetidas a procedimentos cirúrgicos ambulatoriais. Novos estudos com melhor rigor metodológico são necessários com o uso de diferentes agentes anestésicos venosos e inalatórios nos diversos tipos de cirurgias ambulatoriais.
Descrição
Citação
ORTIZ, Ana Carolina. Anestesia venosa versus inalatória em cirurgia pediátrica ambulatorial: revisão sistemática e metanálise. 2016. 132 f. Tese (Doutorado em Saúde Baseada em Evidências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2016.