Correlação entre a área da craniectomia descompressiva e o prognóstico em pacientes com acidente vascular cerebral maligno de artéria cerebral média
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Data
2024-06-18
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introdução: No Brasil, as doenças cerebrovasculares, que englobam os acidentes vasculares cerebrais (AVC) isquêmicos, são uma importante causa de morbimortalidade. O chamado AVC maligno de artéria cerebral média ocorre quando uma grande quantidade de tecido cerebral, que inclui o território de irrigação da artéria cerebral média, é acometida. O infarto neste território, associado ao edema cerebral secundário à isquemia de grandes territórios cerebrais, leva a uma síndrome caracterizada por início súbito de hemiplegia contralateral ao lado acometido, com desvio conjugado do olhar direcionado ao lado da lesão cerebral. Estes pacientes evoluem, do segundo ao quinto dia, com progressivo rebaixamento do nível de consciência, que resulta em morte cerebral. Nestes casos, a craniectomia descompressiva (CD) pode melhorar o prognóstico. O tamanho da descompressão craniana, que é o pilar do procedimento de craniectomia descompressiva, vem sendo avaliado na literatura através de mensurações que não levam em consideração o formato, relevo tridimensional e o tamanho do crânio do indivíduo em questão. Objetivo: Quantificar de forma mais precisa a área do crânio removida durante a craniectomia descompressiva para tratamento de AVC maligno de artéria cerebral média, e avaliar a correlação desta área com o prognóstico. Métodos: Avaliamos uma série consecutiva de pacientes com AVC maligno de artéria cerebral média submetidos à CD. Descrevemos um método, baseado num programa de computação gráfica aberto, para cálculo preciso da área da craniectomia e consideramos a máxima área do hemicrânio supratentorial para criar o índice de descompressão craniana (IDC). Analisamos a associação do IDC e de outros fatores preditores previamente descritos com o prognóstico. Resultados: Incluímos no estudo 45 pacientes, que foram submetidos à CD para tratamento de AVC maligno de artéria cerebral média, entre 2015 e 2020. Identificamos 3 possíveis preditores: Idade, tempo entre o início dos sintomas e a CD e o IDC. Conclusões: Em nossa série de pacientes com AVC maligno de artéria cerebral média submetidos à craniectomia descompressiva, a relação entre a área da craniectomia e a máxima área teórica do hemicrânio supratentorial (IDC) foi associada ao prognóstico. Outros preditores foram: idade, tempo entre o início dos sintomas e a craniectomia descompressiva. Estudos prospectivos são necessários para confirmar estes achados e avaliar a causalidade entre os preditores descritos e o desfecho.
Introduction: Cerebrovascular diseases and cerebral infarction are major causes of morbidity and mortality worldwide. Malignant middle cerebral artery infarction occurs when a substantial cerebral region encompassing the middle cerebral artery territory becomes compromised. Cerebral edema resulting from ischemia gives rise to a clinical syndrome marked by the abrupt onset of contralateral hemiplegia, gaze deviation, and a gradual deterioration of the level of consciousness. In this context, decompressive craniectomy holds the potential to enhance clinical outcomes. However, existing literature evaluating the size of decompressive craniectomy, the fundamental aspect of the procedure, has often overlooked crucial factors. Measurements conducted so far lack consideration for aspects like shape, tridimensional curves, and the overall size of the supratentorial hemicranium. Objective: To articulate a more precise method for quantifying the removed bone flap area during decompressive craniectomy for malignant middle cerebral artery infarction and establish a correlation between this measurement and prognosis. Methods: We assessed a consecutive series of patients with malignant middle cerebral artery infarction who underwent decompressive craniectomy. We introduced a novel method, utilizing open-source graphical software, to calculate the bone flap area. Additionally, we considered the cranium size of each patient by employing the decompressive craniectomy index (DCI). Subsequently, we analyzed the correlation between this index and other established predictive factors with prognosis. Results: We enrolled 45 patients with malignant middle cerebral artery infarction who underwent decompressive craniectomy from 2015 to 2020. Within this cohort, we identified three predictive factors: age, the duration from symptom onset to decompressive craniectomy, and the relationship between the bone flap area and the maximum theoretical supratentorial hemicranium área (DCI). Conclusion: Our data indicate that, in our series, the decompressive craniectomy index (DCI) showed correlation with prognosis, alongside age and the time interval from symptom onset to decompressive craniectomy. To validate these findings and explore the causal relationship between DCI and prognosis, prospective studies are warranted.
Introduction: Cerebrovascular diseases and cerebral infarction are major causes of morbidity and mortality worldwide. Malignant middle cerebral artery infarction occurs when a substantial cerebral region encompassing the middle cerebral artery territory becomes compromised. Cerebral edema resulting from ischemia gives rise to a clinical syndrome marked by the abrupt onset of contralateral hemiplegia, gaze deviation, and a gradual deterioration of the level of consciousness. In this context, decompressive craniectomy holds the potential to enhance clinical outcomes. However, existing literature evaluating the size of decompressive craniectomy, the fundamental aspect of the procedure, has often overlooked crucial factors. Measurements conducted so far lack consideration for aspects like shape, tridimensional curves, and the overall size of the supratentorial hemicranium. Objective: To articulate a more precise method for quantifying the removed bone flap area during decompressive craniectomy for malignant middle cerebral artery infarction and establish a correlation between this measurement and prognosis. Methods: We assessed a consecutive series of patients with malignant middle cerebral artery infarction who underwent decompressive craniectomy. We introduced a novel method, utilizing open-source graphical software, to calculate the bone flap area. Additionally, we considered the cranium size of each patient by employing the decompressive craniectomy index (DCI). Subsequently, we analyzed the correlation between this index and other established predictive factors with prognosis. Results: We enrolled 45 patients with malignant middle cerebral artery infarction who underwent decompressive craniectomy from 2015 to 2020. Within this cohort, we identified three predictive factors: age, the duration from symptom onset to decompressive craniectomy, and the relationship between the bone flap area and the maximum theoretical supratentorial hemicranium área (DCI). Conclusion: Our data indicate that, in our series, the decompressive craniectomy index (DCI) showed correlation with prognosis, alongside age and the time interval from symptom onset to decompressive craniectomy. To validate these findings and explore the causal relationship between DCI and prognosis, prospective studies are warranted.
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Citação
RODRIGUES, Thiago Pereira. Correlação entre a área da craniectomia descompressiva e o prognóstico em pacientes com acidente vascular cerebral maligno de artéria cerebral média. 2024. 80 f. Tese (Doutorado em Neurologia e Neurociências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2024.