Efeitos da Administração Subcrônica de Gonadotrofinas no comportamento de Ratas: Mimetizando Protocolos de Reprodução Assistida em Humanos

Data
2023-12-01
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Estima-se que no Brasil, 7 a 10% dos casais em idade reprodutiva recorrem anualmente a serviços especializados no tratamento de distúrbios da fertilidade. Embora a estimulação ovariana se mostre eficiente no aumento das chances de gestação, o efeito de concentrações suprafisiológicas e oscilantes de hormônios gonadais sobre os distúrbios afetivos permanece a ser esclarecido. A fim de mimetizar em roedores o contexto dos tratamentos de reprodução humana assistida (TRHA), submetemos ratas Wistar de 10 semanas de idade, com ciclo estral regular, a três ciclos de estimulação ovariana controlada, também chamada superovulação, com intervalo de 8 dias entre cada ciclo. O protocolo de superovulação consistui na injeção de 150 UI/Kg i.p. de gonadotrofina coriônica equina (eCG), seguida de 75 UI/Kg i.p. de gonadotrofina coriônica humana (hCG), após 48 horas. As ratas foram distribuídas em 2 grupos: a) Superovulação (SOV; n=15): foram submetidas aos três ciclos de estimulação ovariana; e b) Sham (SH; n=16): receberam apenas salina i.p.; Ao final do experimento foram avaliados parâmetros biométricos e hormonais, bem como as respostas de defesa relacionadas à ansiedade, através da Caixa de Transição Claro-Escuro, com validação no teste de Campo Aberto. Respostas de defesa relacionadas a anedonia e parâmetros de locomoção foram avaliados através do Teste Splash. Os dados foram analisados através do Modelo Linear Generalizado (GzLM). As fêmeas submetidas ao tratamento hormonal (grupos SOV) mostraram aumento significativo no ganho de massa corporal, massa relativa dos ovários, número de corpos lúteos e nas concentrações plasmáticas de progesterona. Não foi observada diferença significativa na dosagem do estradiol. Na Caixa de Transição Claro-Escuro, o grupo SOV apresentou um maior tempo da 1ª latência, maior tempo no escuro, maior número de transições e de transições claro-escuro, um comportamento do tipo ansioso. No teste Campo Aberto não houve diferença estatística entre os grupos nos parâmetros avaliados. No Teste Splash, grupo SOV não apresentou modificações em relação ao comportamento de autocuidado, e sim, aumento da distância percorrida, indicativo de comportamento do tipo ansioso. Em conjunto, nossos achados apontam para um comportamento ansioso produzido por oscilações de concentrações suprafisiológicas de hormônios gonadais.
It is estimated that in Brazil, 7 to 10% of couples of reproductive age annually resort to specialized services for the treatment of fertility disorders. Although ovarian stimulation proves effective in increasing the chances of pregnancy, the effect of supraphysiological and oscillating concentrations of gonadal hormones on affective disorders remains to be clarified. In order to mimic the context of assisted human reproduction treatments (AHRT) in rodents, we subjected 10-week-old Wistar rats with regular estrous cycles to three cycles of controlled ovarian stimulation, also called superovulation, with an 8-day interval between each cycle. The superovulation protocol consisted of the injection of 150 IU/kg i.p. of equine chorionic gonadotropin (eCG), followed by 75 IU/kg i.p. of human chorionic gonadotropin (hCG) after 48 hours. The rats were divided into 2 groups: a) Superovulation (SOV; n=15): underwent the three cycles of ovarian stimulation; and b) Sham (SH; n=16): received only i.p. saline. At the end of the experiment, biometric and hormonal parameters were evaluated, as well as anxiety-related defense responses through the Light-Dark Transition Box, validated in the Open Field test. Defense responses related to anhedonia and locomotion parameters were assessed through the Splash Test. Data were analyzed using the Generalized Linear Model (GLM). Females subjected to hormonal treatment (SOV groups) showed a significant increase in body mass gain, relative ovarian mass, number of luteal bodies, and plasma progesterone concentrations. No significant difference was observed in estradiol levels. In the Light-Dark Transition Box, the SOV group showed a longer 1st latency time, longer time in the dark, more transitions, and more light-dark transitions, indicative of anxious behavior. In the Open Field test, there was no statistical difference between groups in the evaluated parameters. In the Splash Test, the SOV group showed no changes in self-care behavior but an increase in traveled distance, indicative of anxious behavior. Overall, our findings suggest anxious behavior produced by oscillations in supraphysiological concentrations of gonadal hormones.
Descrição
Citação
SOARES, Thalita Aparecida Avelino. Efeitos da Administração Subcrônica de Gonadotrofinas no comportamento de Ratas: Mimetizando Protocolos de Reprodução Assistida em Humanos. 2023. 27 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) - Universidade Federal de São Paulo, Instituto de Saúde e Sociedade, Santos, 2023.
Coleções