A face oculta dos profissionais de enfermagem que trabalham em uma unidade de terapia intensiva

Data
2006
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Este trabalho resulta das minhas preocupações em relação aos auxiliares de enfermagem e enfermeiros que trabalham em uma Unidade de Terapia Intensiva. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, de natureza fenomenológica, na modalidade de fenômeno situado, o qual pretendo abordar de forma sucinta, de modo a nortear o caminho a ser percorrido neste estudo. Tem o objetivo de compreender o significado de ser um profissional de enfermagem que atua numa Unidade de Terapia Intensiva. Busca ainda entender como estes profissionais se sentem trabalhando neste setor e apreender seu modo de ser e sentir, a partir do relato de suas experiência na Unidade de Terapia Intensiva. Para tanto, busquei capturar as descrições dos funcionários, tendo como pergunta orientadora: "Como você se sente trabalhando na UTI?". Partindo das descrições das experiências vividas por profissionais de enfermagem, procurei construir a estrutura geral do fenômeno. As reflexões desvelaram que a falta de materiais, o número reduzido de profissionais de enfermagem, a não valorização destes e a falta de respeito para com eles fazem com que se sintam menosprezados e insatisfeitos. Este ambiente de UTI pode ser gerador de situações estressantes, como deterioração das relações entre funcionários, hostilidade entre pessoas, perda de tempo com discussões inúteis, isolamento entre os membros da equipe durante o trabalho e pouca cooperação entre os profissionais. Estas situações levam à deficiência na qualidade da assistência de enfermagem e a um cuidado não humanizado. Quando a vida pessoal é afetada, começa-se a perceber que há problemas. O funcionário, ao se distanciar de si mesmo, aliena-se, isolando-se do mundo, e se fecha igualmente para o outro, mesmo que este outro seja a razão do seu cuidado e do seu viver.
This study is the result of my concerns about nursing assistants and nurses that work in an Intensive Care Unit. It has a qualitative approach in the phenomenological field, in the modality of situated phenomenon, which I intend to broach briefly, in order to guide the way to be traveled over. It aims to understand the meaning of being a nursing professional working in an ICU. It also seeks to understand how these professionals feel working in this area and apprehend their way of being and how they feel as of taking care. For this I tried to capture the professionals’ descriptions, following the guide question: “How do you feel working in an ICU?”. At first, from the professionals’ living experiences descriptions, I tried to build a phenomenon general structure. The thoughts revealed that the material lack, the small number of professionals, their depreciation and the lack of respect to them make them feel disdained and unsatisfied. This ICU atmosphere may generate stressing situations such as professional relations deterioration, hostility between people, time waste with unnecessary discussions, isolation between co-workers, and little cooperation. These situations lead to a lack of quality in the efficiency of nursing assistance and to a non-humanized care. When personal life is affected, it realizes that problems exist. Getting distant from itself, the professional gets alienated, isolating itself from the world, and is not open to the other, even if this other is the reason of his care and his living.
Descrição
Citação
SALOMÉ, Geraldo Magela. A face oculta dos profissionais de enfermagem que trabalham em uma unidade de terapia intensiva. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2006.
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