Mulheres da periferia em movimento : um estudo sobre novas trajetórias do feminismo
Data
2015-02-03
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
The study presented here as a Master's thesis aims to understand different views of feminism, particularly black feminism. The main empirical focus is on women who work in the periphery of São Paulo?s Eastern Zone. An ethnographic methodology was used to carry out this study. For about two years, we followed the practices and representations of women, narratives of family life drama, mostly focused on domestic violence - a theme which appeared forcefully in these narratives, though it was not the central focus of our study. We also placed the actions and reactions of women in historical perspective. The AMZOL study was strategic to establishing connections with the recent past. We understand that women's struggles in the periphery have specificities and are linked with the urban social movements of the 70s. We also noted later that in contemporary times problems of socio-spatial segregation, racism and economic inequality are tied to gender issues. The ethnographic study of two entities that act in support of women, Casa Viviane dos Santos and Casa Anastasia, revealed connections with the past struggles of the 70s, but also indicated that new themes and strategies are being defined. Racism, for example, appears as an important issue faced by the militants, beneficiaries and technicians of Casa Anastasia. Our results indicate that women from the periphery face unique issues. The condition of black women and the localities in which they live, marked by problems of urban segregation, racism, socioeconomic and gender inequalities, structure a specific framework, leading to particular reflections and experiences, which explain the alternatives and approaches of feminist practices in line with the experiences of poor and black women.
O estudo que apresentamos sob a forma de dissertação de mestrado tem por objetivo compreender diferentes visões do feminismo, em especial o feminismo negro. O foco empírico principal são as mulheres que atuam na periferia da Zona Leste de São Paulo. A metodologia aplicada é de natureza etnográfica. Durante aproximadamente dois anos acompanhamos as práticas e representações das mulheres, narrativas de dramas da vida familiar, em sua maioria, centrados na violência doméstica, tema que apareceu de maneira enfática, embora não fosse o objeto privilegiado do nosso estudo. Registramos também as ações e reações das mulheres em uma perspectiva histórica. O estudo da AMZOL foi estratégico no sentido de estabelecer conexões com o passado recente. Compreendemos que as lutas das mulheres na periferia possuem especificidades e se articulam com os movimentos sociais urbanos dos anos 1970. Constatamos posteriormente que, os problemas da segregação socioespacial, racismo e desigualdades econômicas articulam-se na contemporaneidade com as questões de gênero. Os estudos etnográficos realizados em duas entidades que atuam no apoio às mulheres, a Casa Viviane dos Santos e a Casa Anastácia, revelaram conexões com o passado de lutas dos anos 1970, mas, indicaram também que novas temáticas e estratégias estão sendo pautadas. O racismo, por exemplo, aparece como uma questão importante a ser enfrentada pelas militantes, usuárias e técnicas na Casa Anastácia. Os resultados a que chegamos indicam que as mulheres da periferia enfrentam questões particulares. A condição de mulher negra e as localidades em que vivem, marcadas pelos problemas da segregação urbana, racismo, desigualdades de classe, socioeconômicas e de gênero, configuram um quadro específico que conduzem a reflexões e experiências também particulares, que explicam as alternativas e caminhos de uma prática feminista em consonância com as experiências de mulheres negras e pobres.
O estudo que apresentamos sob a forma de dissertação de mestrado tem por objetivo compreender diferentes visões do feminismo, em especial o feminismo negro. O foco empírico principal são as mulheres que atuam na periferia da Zona Leste de São Paulo. A metodologia aplicada é de natureza etnográfica. Durante aproximadamente dois anos acompanhamos as práticas e representações das mulheres, narrativas de dramas da vida familiar, em sua maioria, centrados na violência doméstica, tema que apareceu de maneira enfática, embora não fosse o objeto privilegiado do nosso estudo. Registramos também as ações e reações das mulheres em uma perspectiva histórica. O estudo da AMZOL foi estratégico no sentido de estabelecer conexões com o passado recente. Compreendemos que as lutas das mulheres na periferia possuem especificidades e se articulam com os movimentos sociais urbanos dos anos 1970. Constatamos posteriormente que, os problemas da segregação socioespacial, racismo e desigualdades econômicas articulam-se na contemporaneidade com as questões de gênero. Os estudos etnográficos realizados em duas entidades que atuam no apoio às mulheres, a Casa Viviane dos Santos e a Casa Anastácia, revelaram conexões com o passado de lutas dos anos 1970, mas, indicaram também que novas temáticas e estratégias estão sendo pautadas. O racismo, por exemplo, aparece como uma questão importante a ser enfrentada pelas militantes, usuárias e técnicas na Casa Anastácia. Os resultados a que chegamos indicam que as mulheres da periferia enfrentam questões particulares. A condição de mulher negra e as localidades em que vivem, marcadas pelos problemas da segregação urbana, racismo, desigualdades de classe, socioeconômicas e de gênero, configuram um quadro específico que conduzem a reflexões e experiências também particulares, que explicam as alternativas e caminhos de uma prática feminista em consonância com as experiências de mulheres negras e pobres.
Descrição
Citação
CORREIA, Ana Paula de Santana. Mulheres da periferia em movimento: um estudo sobre novas trajetórias do feminismo. 2015. 206 f. Dissertação (Mestrado) - Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Guarulhos, 2015.