Fluxo(s) da luz: um emaranhado de feixes sobre a Cracolândia
Data
2019-04-25
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
This current research intends to proposes a debate about the multiple images that come from the connections among state, artistic discussion, social movements and real estate intentions at Luz zone, where is the location of the place pejoratively known as Cracolândia, a place composed by buildings known for its rich historical architecture, but in ruins. It is surrounded by several cultural institutions as Public Security, welfare centres, Health departments, religious institutions, NGOs, among others. This zone is also known by the high concentration of homeless people who live there. This group is submitted to the media sensationalism, government promises, complaints done by social movements and artistic actions. All these elements result in the creation and deconstruction of social images, which superimpose each other in continuous ways, resulting in a complex palimpsest. This is the environment where Badaróss, a visual artist who lives in that zone, who is also a crack user, is affected by this whole package composed by speeches and images thrown over his body and his voice. On the other hand, Badaróss uses his work, as urban interventions, to return all the information and structural violence he suffers there. His work reminds noises that reveal another image, which comes inside out and from the bottom to the top, as consequences of this controversial and cacophonous social, political and cultural amalgam that lies there. This research aims to propose a reflexion and understand a Cracolândia beyond the war on drug’s fog which undercovers the real estate and financial interests that has been shaping that zone’s courses.
A presente pesquisa pretende refletir sobre as diversas imagens que emergem das relações entre o Estado, produção artística, movimentos sociais e os interesses imobiliários na região da Luz no centro da cidade de São Paulo, onde se localiza a área pejorativamente conhecida como “Cracolândia”. Território de arquitetura histórica e edificações em ruínas, permeadas por diversas instituições culturais públicas e privadas e forte presença de diversos setores do poder público, como a Segurança Pública, Assistência Social, Saúde e etc, além de instituições religiosas e ONGs que orbitam por entre a alta concentração de pessoas em situação de rua que vivem na região. Entre o sensacionalismo midiático, promessas governamentais, denúncias dos movimentos sociais e ações artísticas, imagens são construídas e desconstruídas continuamente, sobrepondo-se umas às outras formando um complexo palimpsesto. Neste contexto, Badaróss, artista visual morador da região, em situação de rua e usuário de crack é afetado por todo este emaranhado de discursos e imagens que se projetaram sobre seu corpo e sua voz. Por sua vez, em seu trabalho devolve para este território através de intervenções urbanas, ruídos que revelam uma imagem outra, de dentro para fora e debaixo para cima, como reação deste controverso e cacofônico amalgama social, político e cultural presente neste território. Esta pesquisa, portanto, visa pensar e tentar compreender uma “Cracolândia” para além da névoa da “guerra às drogas” que recobre os interesses imobiliários e financeiros que vem definindo os rumos da região.
A presente pesquisa pretende refletir sobre as diversas imagens que emergem das relações entre o Estado, produção artística, movimentos sociais e os interesses imobiliários na região da Luz no centro da cidade de São Paulo, onde se localiza a área pejorativamente conhecida como “Cracolândia”. Território de arquitetura histórica e edificações em ruínas, permeadas por diversas instituições culturais públicas e privadas e forte presença de diversos setores do poder público, como a Segurança Pública, Assistência Social, Saúde e etc, além de instituições religiosas e ONGs que orbitam por entre a alta concentração de pessoas em situação de rua que vivem na região. Entre o sensacionalismo midiático, promessas governamentais, denúncias dos movimentos sociais e ações artísticas, imagens são construídas e desconstruídas continuamente, sobrepondo-se umas às outras formando um complexo palimpsesto. Neste contexto, Badaróss, artista visual morador da região, em situação de rua e usuário de crack é afetado por todo este emaranhado de discursos e imagens que se projetaram sobre seu corpo e sua voz. Por sua vez, em seu trabalho devolve para este território através de intervenções urbanas, ruídos que revelam uma imagem outra, de dentro para fora e debaixo para cima, como reação deste controverso e cacofônico amalgama social, político e cultural presente neste território. Esta pesquisa, portanto, visa pensar e tentar compreender uma “Cracolândia” para além da névoa da “guerra às drogas” que recobre os interesses imobiliários e financeiros que vem definindo os rumos da região.