Fatores perinatais associados a anormalidades no traçado do eletroencefalograma de amplitude integrada em prematuros no primeiro dia de vida
Data
2016-10-20
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introduction: Given the growing concern about the neurological morbidities that premature infants are subject, to monitoring of brain electrical activity has gained ground in clinical practice; however, there are still gaps in knowledge about the factors that can influence brain function of preterm newborn infants on the first day of life. Objective: To evaluate the association between perinatal factors and abnormalities on electroencephalography amplitude-integrated (aEEG) in preterm newborn infants on the first day of life. Methods: Cross-sectional study with prospective data collection of 60 preterm infants with gestational age between 230/7-326/7 weeks, without malformations. The preterm infants were monitored by aEEG (Olympic CFM 6000, Natus®) for 3-24 hours on the first day of life with biparietal hydrogel electrodes applied in P3-P4 position. The tracings were recorded and analyzed in each record column for the presence of burst-suppression pattern, sleep-wake cycle and amplitude of the lower margin <3mV or <5mV. The association of perinatal factors (maternal complications, mode of delivery, neonatal demographic characteristics, resuscitation procedures, hypothermia on admission and SNAPPE II score) with modifications in aEEG was assessed by multiple logistic regression,using the independent variables which in the univariate analysis show p <0.20, excluded one by one if p> 0.05. At each stage, the model adjustment was assessed by the Hosmer-Lemeshow test. For the dependent variables "presence burst suppression pattern" and "presence of lower margin <3mV" noted the existence of collinearity between the variables "need for positive pressure ventilation in the delivery room" and "intubation in the delivery room" and it was decided to create two distinct models for each collinear independent variables. The results were described as odds ratio (OR) and its 95% confidence interval (95% CI). SPSS 19.0 software was used. Results: 60 preterm infants were studied with mean gestational age of 28.5±2.4 weeks, birth weight 1045 ± 369g, 55% male sex. The aEEG was installed on average 12 hours of life. Preterm infants were monitored for an average of 21 hours and 85% of this period there were appropriate tracing that allowed the analysis of the characteristics of brain neurological activity. The discontinuous pattern occurred in 65% of preterm infants and the continuous pattern in 23%. The burst-suppression pattern was associated with vaginal delivery (OR 7,6; 95%CI 1,1-53,1; p=0,041) and clinical severity of preterm infants detected by SNAPPE II ?40 (OR 13,1; 95%CI 1,8-95,1; p=0,011). The lower margin of the aEEG<3mV was also associated with the clinical severity of the newborn (OR 10,6; 95%CI 2,3-49,2; p=0,003), while its value <5mV was associated with lower gestational age (OR 0,51; 95%CI 0,34-0,761; p=0,001) and male sex (OR 4,03; 95%CI 0,96-16,04; p=0,057). There was no association between perinatal variables and absence of sleep-wake cycle in aEEG on the first day of life. Conclusion: Biological variables of preterm infants and their clinical severity are associated with electroencephalographic tracings characteristics on the first day of life and should be considered in clinical practice when aEEG is monitored.
Introdução: Diante da crescente preocupação com as morbidades neurológicas a que os recém nascidos prematuros estão sujeitos, a monitorização da atividade elétrica cerebral tem ganhado espaço na prática clínica; no entanto, ainda há lacunas de conhecimento sobre os fatores que podem influenciar a função cerebral dos prematuros no primeiro dia de vida. Objetivo: Avaliar a associação de fatores perinatais com alterações do traçado do eletroencefalograma de amplitude integrada (aEEG) no primeiro dia de vida, em recém-nascidos pré-termo (RNPT). Método: Estudo transversal com coleta prospectiva de dados de RNPT com idade gestacional entre 230/7-326/7 semanas, sem malformações congênitas. Os RNPT foram monitorados por aEEG (Olympic CFM 6000, Natus®) por 3-24 horas no primeiro dia de vida com dois eletrodos de hidrogel posicionados na posição P3-P4. Os traçados foram gravados e analisados em cada coluna de registro quanto à presença de traçado surto-supressão, ciclo sono-vigília e amplitude da margem inferior <3?V ou <5?V. A associação de fatores perinatais (intercorrências maternas, parto, características demográficas do RNPT, procedimentos de reanimação, hipotermia à admissão e índice de SNAPPE II) com modificações do traçado do aEEG foi avaliada por regressão logística múltipla, utilizando as variáveis independentes que, na análise univariada, apresentaram p<0,20, retiradas uma a uma se p>0,05. Em cada fase, o ajuste do modelo foi avaliado pelo teste de Hosmer-Lemeshow. Para as variáveis dependentes ?presença de traçado surto-supressão? e ?presença de margem inferior no traçado do aEEG<3?V?, observou-se a existência de colinearidade entre as variáveis ?necessidade de ventilação com pressão positiva em sala da parto? e ?intubação em sala de parto? e optou-se por gerar dois modelos distintos para cada uma das variáveis independentes colineares. Os resultados foram descritos como razão de chances (OddsRatio ? OR) e seu intervalo de confiança de 95% (IC95%). Foi empregado o software SPSS 19.0. Resultados: Foram estudados 60 RNPT com idade gestacional média de 28,5±2,4 semanas, peso ao nascer de 1045±369g, sendo 55% do sexo masculino. O aEEG foi instalado em média com 12 horas de vida. Os RNPT monitorizados por um tempo médio de 21 horas e, em 85% desse período, houve traçado adequado que permitiu a análise das características da atividade neurológica cerebral. O traçado descontínuo ocorreu em 65% dos RNPT e o contínuo em 23%. O traçado surto-supressão se associou ao parto vaginal (OR 7,6; IC95% 1,1-53,1; p=0,041) e à gravidade clínica do RNPT, detectada por SNAPPE II ?40 (OR 13,1; IC95% 1,8-95,1; p=0,011). A margem inferior do traçado do aEEG<3?V também se associou à gravidade clínica do neonato (OR 10,6; IC95% 2,3-49,2; p=0,003), já seu valor <5?V se associou à menor idade gestacional (OR 0,51; IC95% 0,34-0,761; p=0,001) e ao sexo masculino (OR 4,03; IC95% 0,96-16,04; p=0,057). Não houve associação entre variáveis perinatais e ausência de ciclo sono vigília no aEEG no primeiro dia de vida. Conclusão: Fatores biológicos do RNPT e a sua gravidade clínica se associam a características do traçado eletroencefalográfico no primeiro dia de vida, devendo tais fatores ser considerados na prática clínica quando da monitorização por aEEG 1.Eletroencefalografia.2. Recém-nascido prematuro. 3.Terapia intensiva neonatal
Introdução: Diante da crescente preocupação com as morbidades neurológicas a que os recém nascidos prematuros estão sujeitos, a monitorização da atividade elétrica cerebral tem ganhado espaço na prática clínica; no entanto, ainda há lacunas de conhecimento sobre os fatores que podem influenciar a função cerebral dos prematuros no primeiro dia de vida. Objetivo: Avaliar a associação de fatores perinatais com alterações do traçado do eletroencefalograma de amplitude integrada (aEEG) no primeiro dia de vida, em recém-nascidos pré-termo (RNPT). Método: Estudo transversal com coleta prospectiva de dados de RNPT com idade gestacional entre 230/7-326/7 semanas, sem malformações congênitas. Os RNPT foram monitorados por aEEG (Olympic CFM 6000, Natus®) por 3-24 horas no primeiro dia de vida com dois eletrodos de hidrogel posicionados na posição P3-P4. Os traçados foram gravados e analisados em cada coluna de registro quanto à presença de traçado surto-supressão, ciclo sono-vigília e amplitude da margem inferior <3?V ou <5?V. A associação de fatores perinatais (intercorrências maternas, parto, características demográficas do RNPT, procedimentos de reanimação, hipotermia à admissão e índice de SNAPPE II) com modificações do traçado do aEEG foi avaliada por regressão logística múltipla, utilizando as variáveis independentes que, na análise univariada, apresentaram p<0,20, retiradas uma a uma se p>0,05. Em cada fase, o ajuste do modelo foi avaliado pelo teste de Hosmer-Lemeshow. Para as variáveis dependentes ?presença de traçado surto-supressão? e ?presença de margem inferior no traçado do aEEG<3?V?, observou-se a existência de colinearidade entre as variáveis ?necessidade de ventilação com pressão positiva em sala da parto? e ?intubação em sala de parto? e optou-se por gerar dois modelos distintos para cada uma das variáveis independentes colineares. Os resultados foram descritos como razão de chances (OddsRatio ? OR) e seu intervalo de confiança de 95% (IC95%). Foi empregado o software SPSS 19.0. Resultados: Foram estudados 60 RNPT com idade gestacional média de 28,5±2,4 semanas, peso ao nascer de 1045±369g, sendo 55% do sexo masculino. O aEEG foi instalado em média com 12 horas de vida. Os RNPT monitorizados por um tempo médio de 21 horas e, em 85% desse período, houve traçado adequado que permitiu a análise das características da atividade neurológica cerebral. O traçado descontínuo ocorreu em 65% dos RNPT e o contínuo em 23%. O traçado surto-supressão se associou ao parto vaginal (OR 7,6; IC95% 1,1-53,1; p=0,041) e à gravidade clínica do RNPT, detectada por SNAPPE II ?40 (OR 13,1; IC95% 1,8-95,1; p=0,011). A margem inferior do traçado do aEEG<3?V também se associou à gravidade clínica do neonato (OR 10,6; IC95% 2,3-49,2; p=0,003), já seu valor <5?V se associou à menor idade gestacional (OR 0,51; IC95% 0,34-0,761; p=0,001) e ao sexo masculino (OR 4,03; IC95% 0,96-16,04; p=0,057). Não houve associação entre variáveis perinatais e ausência de ciclo sono vigília no aEEG no primeiro dia de vida. Conclusão: Fatores biológicos do RNPT e a sua gravidade clínica se associam a características do traçado eletroencefalográfico no primeiro dia de vida, devendo tais fatores ser considerados na prática clínica quando da monitorização por aEEG 1.Eletroencefalografia.2. Recém-nascido prematuro. 3.Terapia intensiva neonatal
Descrição
Citação
CASTRO, Junia Sampel de. Fatores perinatais associados a anormalidades no traçado do eletroencefalograma de amplitude integrada em prematuros no primeiro dia de vida. 2016. 76 f. Dissertação (Mestrado em Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2016.