Fios laterais comparados aos cruzados para o tratamento cirúrgico das fraturas supracondilianas do úmero em crianças. Revisão sistemática.
Data
2019-07-31
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introduction: Closed reduction and percutaneous fixation with crossed or lateral wire configuration are the most acceptable treatment for displaced supracondylar humerus fractures in children. Nevertheless, there is still no consensus about the effectiveness of these treatment methods. Objective: The aim of this study was to assess the effectiveness of both wire configurations for the treatment of these fractures. Methods: A systematic review of randomized controlled trials or quasi-randomized controlled trials was performed in order to compare crossed to two lateral wires treatment techniques. The search was carried out using MEDLINE, LILACS, EMBASE, Cochrane Library and ongoing clinical trials database until February 2019. The main outcomes were function, measurement by Flynn criteria, complications (neurologic lesion, infection, loss of reduction, and residual deformity) and failure. Loss of movement and variation of Baumann’s angle and carrying angle were also assessed. Risk relative analysis was performed for dichotomous variable, difference of means for continuous, and confidence interval of 95% were stablished for all analysis. Results: Twelve randomized or quasi-randomized controlled trials with a total of 930 patients were included. Both groups presented satisfactory funcional results with no difference between them (RR=0.99; p=0.44). The lateral configuration group was superior, considering iatrogenic ulnar nerve lesion (p=0.03; RR 0.40). However, with regard to the loss of reduction, the crossed group was superior to lateral group (p=0.03; RR 1.39). Conclusion: There is evidence of very low quality that the fixation with lateral wires is safer when iatrogenic nerve lesion was considered, on the other hand, the crossed wires showed to be more effective to maintain the fracture reduction.
Introdução: A redução fechada e fixação percutânea com fios, cruzados ou laterais, é o tratamento mais aceito para as fraturas supracondilianas do úmero (FSU) desviadas em crianças. Entretanto, não existe consenso quanto a efetividade dessas técnicas. Objetivo: Avaliar a efetividade das técnicas de fixação com fios cruzados e fios laterais para o tratamento das FSU desviadas. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados (ECR) ou quasi-randomizados, para comparar a fixação com fios cruzados (grupo Cruzados) e com fios laterais (grupo Laterais). As buscas foram realizadas na MEDLINE, LILACS, EMBASE, Cochrane Library e registros de ECR até fevereiro de 2019. Os desfechos avaliados foram a função, medida por meio dos critérios de Flynn, as complicações (lesão neurológica, infecção, perda de redução, deformidade residual) e as falhas. Também foram avaliadas a perda de movimento e a variação dos ângulos de Baumann e de carregamento. Dados dicotômicos foram avaliados por meio do risco relativo e os dados contínuos pela diferença das médias, com IC 95%. Resultados: Doze ECR ou quasirandomizados, totalizando 930 pacientes foram incluídos. Ambos os grupos obtiveram resultados funcionais satisfatórios sem diferença entre eles (RR=0,99; p=0,44). O grupo Laterais mostrou-se superior, considerando a lesão iatrogênica do nervo ulnar (p=0,03; RR 0,40). O grupo Cruzados mostrou superioridade quando avaliada a perda de redução (p=0,03; RR 1,39). Conclusão: A fixação com fios laterais apresenta maior segurança, considerando lesão neurológica iatrogênica, enquanto a fixação com fios cruzados mostrou-se mais efetiva para manutenção da redução da fratura, no entanto, a evidência é de muito baixa qualidade.
Introdução: A redução fechada e fixação percutânea com fios, cruzados ou laterais, é o tratamento mais aceito para as fraturas supracondilianas do úmero (FSU) desviadas em crianças. Entretanto, não existe consenso quanto a efetividade dessas técnicas. Objetivo: Avaliar a efetividade das técnicas de fixação com fios cruzados e fios laterais para o tratamento das FSU desviadas. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados (ECR) ou quasi-randomizados, para comparar a fixação com fios cruzados (grupo Cruzados) e com fios laterais (grupo Laterais). As buscas foram realizadas na MEDLINE, LILACS, EMBASE, Cochrane Library e registros de ECR até fevereiro de 2019. Os desfechos avaliados foram a função, medida por meio dos critérios de Flynn, as complicações (lesão neurológica, infecção, perda de redução, deformidade residual) e as falhas. Também foram avaliadas a perda de movimento e a variação dos ângulos de Baumann e de carregamento. Dados dicotômicos foram avaliados por meio do risco relativo e os dados contínuos pela diferença das médias, com IC 95%. Resultados: Doze ECR ou quasirandomizados, totalizando 930 pacientes foram incluídos. Ambos os grupos obtiveram resultados funcionais satisfatórios sem diferença entre eles (RR=0,99; p=0,44). O grupo Laterais mostrou-se superior, considerando a lesão iatrogênica do nervo ulnar (p=0,03; RR 0,40). O grupo Cruzados mostrou superioridade quando avaliada a perda de redução (p=0,03; RR 1,39). Conclusão: A fixação com fios laterais apresenta maior segurança, considerando lesão neurológica iatrogênica, enquanto a fixação com fios cruzados mostrou-se mais efetiva para manutenção da redução da fratura, no entanto, a evidência é de muito baixa qualidade.
Descrição
Citação
CARRAZZONE, Oreste Lemos. Fios laterais comparados aos cruzados para o tratamento cirúrgico das fraturas supracondilianas do úmero em crianças. Revisão sistemática. 2019. 225f. Tese (Doutorado em Cirurgia Translacional) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2019.