Impactos do suicídio testemunhado no centro da metrópole de São Paulo: uma etnografia no hotspot Viaduto do Chá
Data
2019-06-17
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Suicide is a multidetermined phenomenon that has distinct socially constructed meanings. historically. These conceptions, in turn, institute the way society deals with the suicide. It is a taboo theme and a kind of death that subverts the ways of dying in the West, a fact that increases sociocultural prejudice around the theme and makes it difficult to express from the grief and grief of the people who were impacted by a suicide: the survivors. Addressing the suicide that occurs on public roads, this research aimed to know what are the experiences of survivors witnessing suicide around the Tea Viaduct hotspot, place that is often used for suicide attempts in the center of the metropolis of São Paulo. Understanding the viaduct as a place of sociability, the use of ethnography in the city was the method chosen to unveil the symbolic processes of these survivors facing the act. As research instruments were used the participant observation, the field diary, the open interview with witnesses and photography as an audiovisual resource. The analysis was guided the contributions of Interpretive Anthropology in the dialogue with Suicidology authors to grasp the meanings, understandings and impacts of suicide in narratives and memories of those passers by. From the narratives of the survivors belonging to that place, four categories of analysis were built in order to list their different experiences in witnessing suicide: manifestation of interdiction, understanding of the suicide phenomenon, reactions to hotspot testimony and insights. The results show that the experience of the testimony of suicide on public roads explains the significance of this exposure in life of the surviving witnesses, especially when lived in the metropolis. Despite the similarities found in the experiences of survivors bereaved by suicide in general, the testimony of a suicide on public roads reserves its uniqueness, especially as regards the extent of the impacts and their collective meanings.
O suicídio é um fenômeno multideterminado que possui distintos significados construídos social e historicamente. Estas concepções, por sua vez, instituem a maneira como a sociedade lida com o suicídio. Trata-se de um tema tabu e de um tipo de morte que subverte as formas de morrer no Ocidente, fato que aumenta preconceitos socioculturais em torno da temática e dificulta a expressão do pesar e luto das pessoas que foram impactadas por um suicídio: os sobreviventes. Abordando o suicídio que ocorre em vias públicas, esta pesquisa teve por objetivo conhecer quais são as experiências de sobreviventes que testemunham um suicídio no entorno do hotspot Viaduto do Chá, lugar que é frequentemente utilizado para tentativas de suicídio no centro da metrópole de São Paulo. Entendendo o viaduto como lugar de sociabilidade, a utilização da etnografia na cidade foi o método escolhido para desvelar os processos simbólicos destes sobreviventes frente ao ato. Como instrumentos de investigação foram utilizados a observação participante, o diário de campo, a entrevista aberta com as testemunhas e a fotografia como recurso audiovisual. A análise foi norteada pelas contribuições da Antropologia Interpretativa no diálogo com autores da Suicidologia para apreender os significados, compreensões e impactos do suicídio presentes nas narrativas e memórias desses transeuntes. A partir das narrativas dos sobreviventes que pertencem àquele lugar, foram construídas quatro categorias de análise a fim de elencar suas distintas experiências em testemunhar um suicídio: manifestação da interdição, compreensões do fenômeno suicídio, reações frente ao testemunho e percepções do hotspot. Os resultados evidenciam que a experiência do testemunho de um suicídio em vias públicas explicita a significância que essa exposição pode representar na vida dos sobreviventes testemunhas, sobretudo quando vivida na metrópole. A despeito das similaridades encontradas nas vivências de sobreviventes enlutados por suicídio em geral, o testemunho de um suicídio em vias públicas reserva sua singularidade, sobretudo no que diz respeito a amplitude dos impactos e de seus significados coletivos.
O suicídio é um fenômeno multideterminado que possui distintos significados construídos social e historicamente. Estas concepções, por sua vez, instituem a maneira como a sociedade lida com o suicídio. Trata-se de um tema tabu e de um tipo de morte que subverte as formas de morrer no Ocidente, fato que aumenta preconceitos socioculturais em torno da temática e dificulta a expressão do pesar e luto das pessoas que foram impactadas por um suicídio: os sobreviventes. Abordando o suicídio que ocorre em vias públicas, esta pesquisa teve por objetivo conhecer quais são as experiências de sobreviventes que testemunham um suicídio no entorno do hotspot Viaduto do Chá, lugar que é frequentemente utilizado para tentativas de suicídio no centro da metrópole de São Paulo. Entendendo o viaduto como lugar de sociabilidade, a utilização da etnografia na cidade foi o método escolhido para desvelar os processos simbólicos destes sobreviventes frente ao ato. Como instrumentos de investigação foram utilizados a observação participante, o diário de campo, a entrevista aberta com as testemunhas e a fotografia como recurso audiovisual. A análise foi norteada pelas contribuições da Antropologia Interpretativa no diálogo com autores da Suicidologia para apreender os significados, compreensões e impactos do suicídio presentes nas narrativas e memórias desses transeuntes. A partir das narrativas dos sobreviventes que pertencem àquele lugar, foram construídas quatro categorias de análise a fim de elencar suas distintas experiências em testemunhar um suicídio: manifestação da interdição, compreensões do fenômeno suicídio, reações frente ao testemunho e percepções do hotspot. Os resultados evidenciam que a experiência do testemunho de um suicídio em vias públicas explicita a significância que essa exposição pode representar na vida dos sobreviventes testemunhas, sobretudo quando vivida na metrópole. A despeito das similaridades encontradas nas vivências de sobreviventes enlutados por suicídio em geral, o testemunho de um suicídio em vias públicas reserva sua singularidade, sobretudo no que diz respeito a amplitude dos impactos e de seus significados coletivos.