Avaliação da classificação de risco em um serviço de emergência da Bahia

Data
2020-06-25
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Objectives: To associate the risk classification categories with demographic profile, clinical aspects, comorbidities, times of care and patient outcomes in the emergency department, to assess the Manchester Screening System. Methods: Cross-sectional, analytical study. Patients aged 18 years or older were included in relation to the urgency of care under the Manchester Protocol in an emergency department. For statistical processing and analysis, the Statistical Package for Social Science (SPSS), version 23 was used. Descriptive analysis was performed using the calculations of mean, standard deviation, median, minimum and maximum. For categorical variables, frequency and percentage were calculated. Chi-square test, Student's t test, analysis of variance and generalized linear model were used, with a significance level of 5%. Comorbid load was calculated using the Charlson comorbidity index. Results: Data from 3,624 medical records were analyzed. Age ranged from 18 to 114 years, with a mean of 48.4 ± 18.7 years. There was a predominance of females (51.8%), brown skin (94.4%; n = 2,751), those from the household (88.1%), those classified in the yellow risk category (31.5%) and those with outcome of hospital discharge (42.9%). White individuals were older, and men had a higher percentage of red risk when compared to women (p = 0.0018). Patients classified in the high priority categories (red and orange) had a higher frequency of comorbidities, altered vital signs, cardiac complaints, external causes, two or more tests performed and death. The average waiting time to start the risk classification and the duration of the classification were longer than recommended, except the red category. The average waiting time for medical care in the red and orange categories was significantly longer than estimated. The death outcome was associated with the red category, which had shorter average waiting times for care and reduced stay in the emergency department. The average score on the age-adjusted comorbidity index was higher in patients in the red and white categories, with vascular and endocrine complaints, and those who underwent cranial tomography, with a high risk of mortality (p <0.0001). Hospital admission, transfer and death were associated with higher mean comorbidity scores (p <0.0001). Conclusion: The use of the Manchester Triage System was essential to prioritize severe cases, adequate use of diagnostic resources and the identification of a higher risk for hospitalization and death. There was a difference between the average waiting time for medical care and that recommended by the protocol. Despite the prioritization of urgent cases, improvements must be implemented to organize the flow of care, aiming at reducing waiting times, especially in high priority categories. The evaluation of comorbid load can be used to establish the clinical priority, defined by the Manchester Protocol, when it is desired to identify patients with the highest chances of progressing to death.
Objetivos: Associar as categorias de classificação de risco com perfil demográfico, aspectos clínicos, comorbidades, tempos de atendimentos e desfechos dos pacientes no serviço de emergência, para avaliar o Sistema de Triagem de Manchester. Métodos: Estudo transversal e analítico. Foram incluídos pacientes com 18 anos ou mais classificados em relação à urgência do atendimento pelo Protocolo de Manchester em um serviço de emergência. Para processamento e análise estatística, foi utilizado o Statistical Package for Social Science (SPSS), versão 23. A análise descritiva foi realizada por meio dos cálculos de média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo. Para as variáveis categóricas, calcularam-se frequência e percentagem. Foram utilizados teste qui-quadrado, teste t de Student, análise de variância e modelo linear generalizado, com nível de significância de 5%. A carga comórbida foi calculada por meio do índice de comorbidades de Charlson. Resultados: Foram analisados os dados de 3.624 prontuários de pacientes. A idade variou de 18 a 114 anos, com média de 48,4 ± 18,7 anos. Predominaram o sexo feminino (51,8%), a cor parda (94,4%; n = 2.751), os procedentes da residência (88,1%), os classificados na categoria de risco amarela (31,5%) e aqueles com desfecho de alta hospitalar (42,9%). Indivíduos da categoria branca apresentaram idade mais elevada, e os homens tiveram maior percentual de risco vermelho quando comparados às mulheres (p = 0,0018). Pacientes classificados nas categorias de alta prioridade (vermelha e laranja) apresentaram maior frequência de comorbidades, sinais vitais alterados, queixas cardiológicas, causas externas, dois ou mais exames realizados e óbito. O tempo médio de espera para início da classificação de risco e a duração da classificação foram maiores do que o recomendado, com exceção da categoria vermelha. O tempo médio de espera para atendimento médico nas categorias vermelha e laranja foi significativamente maior que o estimado. O desfecho óbito associou-se à categoria vermelha com menores tempos médio de espera para atendimento e reduzida permanência no serviço de emergência. A pontuação média no índice de comorbidade ajustado à idade foi maior nos pacientes das categorias vermelha e branca, com queixas vasculares e endócrinas, e naqueles que realizaram tomografia de crânio, apresentando risco alto de mortalidade (p < 0,0001). Internação hospitalar, transferência e óbito associaram-se a escores médios de comorbidade mais altos (p < 0,0001). Conclusão: O uso do Sistema de Triagem de Manchester foi fundamental para a priorização dos casos graves, adequação do uso de recursos diagnósticos e a identificação de risco mais elevado para internação e óbito. Houve diferença entre o tempo médio de espera para atendimento médico e o preconizado pelo protocolo. Apesar da priorização dos casos urgentes, melhorias devem ser implantadas para a organização do fluxo de atendimento, visando à redução nos tempos de espera, especialmente em categorias de alta prioridade. A avaliação da carga comórbida pode ser usada para estabelecimento da prioridade clínica, definida pelo Protocolo de Manchester, quando se deseja identificar os pacientes com chances mais altas de evoluir a óbito.
Descrição
Citação