Fundamentos para a atuação em assuntos estudantis: uma experiência autoformativa de profissionais de serviços de apoio aos estudantes para promover a permanência

Data
2022-11
Tipo
Artigo
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Resumo
Este trabalho objetiva analisar a formação de profissionais que atuam nos assuntos estudantis por meio de um curso voltado para a formação continuada desses profissionais. A literatura sobre assistência estudantil indica que para garantir a permanência do estudante, o acesso e o apoio financeiro não são suficientes (KOWALSKI, 2012; DUTRA e SANTOS, 2017; CROSARA et al, 2020). Entre as dificuldades que o estudante enfrenta ao ingressar no ensino superior, podem estar: dificuldades de estudo, de atenção, de concentração, ansiedade e relacionadas ao ensino e aprendizagem e/ou dificuldades pedagógicas (PASCARELLA e TERENZINI, 2005; TINTO, 1997; GUERREIRO-CASANOVA e POLYDORO, 2010; ANDRADE e TEIXEIRA, 2017). Essas dificuldades são frequentemente abordadas na atuação direta dos profissionais ao atenderem estudantes do ensino superior no mundo todo (FRIED e LEWIS, 2009 e BARDAGI e HUTZ, 2005). Dias (2021) e Toti (2022) mostraram em suas pesquisas que os profissionais das universidades federais brasileiras que atuam em serviços de assuntos estudantis relatam que desconheciam a área de atuação quando iniciaram no cargo e ressaltaram a necessidade de formação continuada. Como resposta a essa demanda, Toti e Dias, com o apoio de profissionais de diferentes IES brasileiras, criaram, em 2020, uma rede de autoformação que foi institucionalizada em 2021 com um projeto de extensão universitária. Esta rede intitulada Laboratório de Pesquisas Sobre Serviços de Apoio aos Estudantes do Ensino Superior (LAPES), sediado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ofereceu o curso “Fundamentos para a atuação em assuntos estudantis”, com carga horária de 60 horas divididas em 15 semanas, ao longo de 4 meses, e com 150 vagas, que foram preenchidas em menos de 2 dias por profissionais de todas as regiões brasileiras. A taxa de concluintes foi de quase 80%. O perfil do público participante reforçou o que as pesquisas sobre o apoio ao estudante brasileiro vêm mostrando, sobre a necessidade de profissionalização dos profissionais e legitimação dos serviços. Dado o aumento no número de profissionais atuando nos assuntos estudantis e na assistência estudantil na última década (TOTI, 2022 e DIAS, 2021), assim como avaliação positiva do curso, a sugestão de novos temas para outras atividades formativas e o pioneirismo desse curso e o seu alcance nacional, podemos concluir que outras ações do tipo se fazem necessárias.
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