Fatores maternos e neonatais associados a prematuridade em maternidades públicas do acre
Data
2018-06-28
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Objective: To analyze the maternal and neonatal factors associated with prematurity
in public maternity hospitals in Acre. Methods: Casecontrol
studies we selected 383
preterm births (cases) and 396 fullterm
births (controls) of mothers who delivered at
the highrisk
reference maternity hospitals located in Rio Branco and Cruzeiro do Sul,
Acre, between October, 2016 and July, 2017. Mothers were interviewed using a
validated instrument. Additionally, information was collected from the hospital records
regarding the newborns and their mothers, participating of the research. Newborns
with divergences between reported Gestational Age (GA) registries that interfered with
preterm/term classification were excluded. The variables were divided into five blocks
and analyzed according to the conceptual hierarchical model. Descriptive and
inferential analyzes were performed using: chisquare
test, p value ≤0,20 for the
inclusion of variables in the multiple logistic regression analysis between the blocks,
and crude and adjusted Odds Ratio with the correspondent intervals of confidence,
after established a new cut p value ≤0,05 for inclusion in the multiple regression logistic
for hierarquical analysis. Results: 287 (75%) of the mothers had deliveries classified
as spontaneous and 96 (25%) by medical indication (all by caesarean section) due to
pregnancy complications. Births between 32 and 36 weeks accounted for 89% of all
preterm births. Among the cases, 61.1% were classified as underweight while only
3.5% had this status in the control group. After block modeling, newborns born from
premature mothers (p = 0.010), with low BMI (p = 0.003), with an interval between
pregnancies < 12 months (p = 0.028), previos preterm birth (p<0.001) and maternal
stress (p=0.003), maternal physical injury (p=0,045), with inadequate prenatal
care
type I (p = 0.020) and type II (p = 0.029), with gestation twin (p <0.001), altered volume
of uterine fluid (p <0.001), preeclampsia/eclampsia (p <0.001), and hospitalization
during pregnancy (p <0.001) had a greater chance of preterm birth. Maternal education
level and occupation had a protective effect. Conclusion: Biological characteristics,
maternal psychological and emotional conditions, insufficient prenatal care, gestation
twin, complications such as bleeding, preeclampsia/eclampsia, and changes in uterine
fluid volume were the main risk factors identified. Due to the multicausality
of preterm
birth, further research with primary data may contribute to the evaluation of the
phenotypes of spontaneous and medically indicated preterm delivery in order to verify
if there is a difference between the associated factors, seeking to contribute to the
elucidation of the riddle of prematurity.
Objetivo: Analisar os fatores maternos e neonatais associados a prematuridade em maternidades públicas do Acre. Método: Estudo do tipo casocontrole, com 383 nascimentos prematuros (casos) e 396 nascimentos a termo (controles) de partos de mães atendidas nas maternidades de referência para alto risco do Acre de outubro de 2016 a julho de 2017 localizadas em Rio Branco e em Cruzeiro do Sul. As mães foram entrevistadas utilizando instrumento validado e também foram coletadas informações do registro hospitalar de prontuários obstétricos e dos recémnascidos. Foram excluídos os recémnascidos que apresentavam divergência entre os registros de IG informadas que interferissem na classificação prétermo/ a termo. As variáveis foram divididas em cinco blocos e analisadas segundo modelo conceitual hierarquizado. Foram realizadas análises descritivas e inferencial utilizando o teste Quiquadrado e estabelecido o corte de p menor ou igual a 20% para a inclusão na análise de regressão logística múltipla por bloco de variáveis, foram calculadas as Odds Ratio brutas e ajustadas com intervalos de confiança de 95%, e estabelecido um novo corte com p menor ou igual a 5% para inclusão na regressão logística múltipla para análise hierárquica. Resultados: 287 (75%) das mães tiveram partos classificados como espontâneos e 96 (25%) por indicação médica (todos por operação cesariana) devido a agravo materno ou fetal. Os nascimentos entre 32 e 36 semanas representaram 89% do total de nascimentos prematuros. Entre os casos 61,1% foram classificados de baixo peso e 3,5% no grupo controle. Após a modelagem por blocos podese afirmar que recémnascidos de mães que nasceram prematuras (p=0,010), com IMC baixo peso (p=0,003), com intervalo intergestacional menor que 12 meses (p=0,028), com histórico de filho anterior prematuro (p<0,001), que tiveram preocupações durante a gestação (p=0,003) e dano físico durante a gestação (p=0,045), com qualidade de assistência prénatal classificada como inadequada I (p=0,020) e inadequada II (p=0,029), com gestação múltipla (p<0,001), que apresentou alteração do volume de líquido (p<0,001), préeclâmpsia/ eclâmpsia (p<0,001) e internação durante a gestação (p<0,001), apresentaram maior chance de nascimento prematuro. A escolaridade materna (8 a 11 anos) e ocupação materna (manual/semiqualificada, do lar ou estudante, desempregada) se apresentaram como fator protetor quando comparadas a categoria de referência. Conclusão: As variáveis de características biológicas, condições maternas psicológicas e emocionais, assistência prénatal inadequada, gestação múltipla, e complicações como sangramento, préeclâmpsia/ eclâmpsia e alteração no volume de líquido foram os principais fatores de risco identificados. Devido a multicausalidade do nascimento prematuro, pesquisas posteriores com dados primários poderão contribuir avaliando os fenótipos do parto prétermo espontâneo e por indicação médica com vistas a verificar se há diferença entre os fatores associados, buscando contribuir para a elucidação do enigma da prematuridade.
Objetivo: Analisar os fatores maternos e neonatais associados a prematuridade em maternidades públicas do Acre. Método: Estudo do tipo casocontrole, com 383 nascimentos prematuros (casos) e 396 nascimentos a termo (controles) de partos de mães atendidas nas maternidades de referência para alto risco do Acre de outubro de 2016 a julho de 2017 localizadas em Rio Branco e em Cruzeiro do Sul. As mães foram entrevistadas utilizando instrumento validado e também foram coletadas informações do registro hospitalar de prontuários obstétricos e dos recémnascidos. Foram excluídos os recémnascidos que apresentavam divergência entre os registros de IG informadas que interferissem na classificação prétermo/ a termo. As variáveis foram divididas em cinco blocos e analisadas segundo modelo conceitual hierarquizado. Foram realizadas análises descritivas e inferencial utilizando o teste Quiquadrado e estabelecido o corte de p menor ou igual a 20% para a inclusão na análise de regressão logística múltipla por bloco de variáveis, foram calculadas as Odds Ratio brutas e ajustadas com intervalos de confiança de 95%, e estabelecido um novo corte com p menor ou igual a 5% para inclusão na regressão logística múltipla para análise hierárquica. Resultados: 287 (75%) das mães tiveram partos classificados como espontâneos e 96 (25%) por indicação médica (todos por operação cesariana) devido a agravo materno ou fetal. Os nascimentos entre 32 e 36 semanas representaram 89% do total de nascimentos prematuros. Entre os casos 61,1% foram classificados de baixo peso e 3,5% no grupo controle. Após a modelagem por blocos podese afirmar que recémnascidos de mães que nasceram prematuras (p=0,010), com IMC baixo peso (p=0,003), com intervalo intergestacional menor que 12 meses (p=0,028), com histórico de filho anterior prematuro (p<0,001), que tiveram preocupações durante a gestação (p=0,003) e dano físico durante a gestação (p=0,045), com qualidade de assistência prénatal classificada como inadequada I (p=0,020) e inadequada II (p=0,029), com gestação múltipla (p<0,001), que apresentou alteração do volume de líquido (p<0,001), préeclâmpsia/ eclâmpsia (p<0,001) e internação durante a gestação (p<0,001), apresentaram maior chance de nascimento prematuro. A escolaridade materna (8 a 11 anos) e ocupação materna (manual/semiqualificada, do lar ou estudante, desempregada) se apresentaram como fator protetor quando comparadas a categoria de referência. Conclusão: As variáveis de características biológicas, condições maternas psicológicas e emocionais, assistência prénatal inadequada, gestação múltipla, e complicações como sangramento, préeclâmpsia/ eclâmpsia e alteração no volume de líquido foram os principais fatores de risco identificados. Devido a multicausalidade do nascimento prematuro, pesquisas posteriores com dados primários poderão contribuir avaliando os fenótipos do parto prétermo espontâneo e por indicação médica com vistas a verificar se há diferença entre os fatores associados, buscando contribuir para a elucidação do enigma da prematuridade.
Descrição
Citação
SANTOS, Clisângela Lago. Fatores maternos e neonatais associados a prematuridade em maternidades públicas do Acre. 2018. 149 f. Tese (Doutorado) – Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2018.