Embranquecer o passado, questionar o presente, aspirar ao futuro: percepções sobre raça, classe e gênero entre os jovens do município de Osasco (SP)

Data
2024-08-23
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Este trabalho tem por objetivo compreender o que os jovens frequentadores de três escolas estaduais situadas no município de Osasco (SP) em diferentes pontos da cidade têm a nos dizer sobre experiências com a branquitude aspiracional (conceito original desenhado nesta tese em diálogo com a banca de qualificação) e com os marcadores sociais subalternizados. Com base em uma etnografia, foi possível conviver com diversos interlocutores e construir uma narrativa sobre as múltiplas juventudes da cidade. Alguns deles possuem maiores acessos a oportunidades como candidatos à boa projeção de futuro por estarem situados em seus privilégios, seja de território, seja da cor da pele, enquanto outros são vistos como futuros cidadãos não tão promissores justamente por estarem no entrecruzamento de avenidas identitárias. À primeira vista, essa parece uma leitura condicionada ao determinismo, contudo as narrativas dos interlocutores ganham outro sentido a partir do revide de jovens ditos subalternizados que lutam todos os dias por sua sobrevivência, convivem supostamente com problemas de saúde mental e reinventando suas próprias histórias, questionando os modelos adultos centrados na branca cisheteronormatividade em nome de outros jeitos de pensar sobre si, sobre seu grupo social e suas projeções de futuro. As considerações finais revelam que não há um único jeito de ser jovem no município de Osasco, assim como não é possível capturar uma única expectativa de futuro comum entre eles, uma vez que a branquitude aspiracional opera com tamanha sofisticação e atravessa das mais variadas maneiras jovens brancos e não brancos.
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