Influência da displasia da tróclea femoral nos resultados clínico-funcionais do implante autólogo de condrócitos em lesoes condrais da articulação femoropatelar

Data
2020-07-01
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Background: Autologous chondrocyte implantation (ACI) is a viable treatment option for cartilage lesions in the patellofemoral joint (PFJ). However, the influence of trochlear dysplasia on ACI outcomes in the PFJ remains undetermined. Purpose: to evaluate the influence of trochlear dysplasia on clinical outcomes after ACI for the treatment of cartilage lesions in the PFJ with a minimum of 2 years follow-up. Methods: A retrospective review of 190 patients submitted to cartilage repair with ACI for focal cartilage defects in the PFJ by a single surgeon was performed. Patient factors, lesion morphology, and pre- and postoperative patient-reported outcomes measures (PROMs) including KOOS, Lysholm, Tegner and IKDC scores were collected. Two imaging analyzes, using knee radiography and MRI, were performed. The first analysis excluded patients with alteration in patellar height or TT-TG distance. Two independent observers determined the presence and grade of trochlear dysplasia in the second image analysis, based on Dejour and Lippacher classifications. Forty-six patients with a mean follow-up of 3.7 ± 1.9 years and mean age of 30.1 ± 8.8 were then stratified into two matched groups based on the presence or absence of trochlear dysplasia (23 vs. 23) and a comparison was established based on PROMs and failure rates. A secondary analysis excluded patients with low-grade dysplasia (Dejour type A) and established a comparison between nineteen patients with high-grade dysplasia (Dejour types B, C and D) and nineteen without trochlear dysplasia. XIX Results: Interobserver reliability (k) was 0.774 for the Dejour and 0.924 for the Lippacher classification (p < 0.001). There were no statistically significant differences in demographic characteristics between both groups (23 patients with trochlear dysplasia vs. 23 without dysplasia). PROMs at final follow-up did not differ between control and trochlear dysplasia group (p > 0.05). No difference was seen regarding failure rates between both groups (p > 0.999). Additionally, no differences in clinical outcomes were seen between patients with high-grade dysplasia (Dejour types B, C and D) and patients without dysplasia (p > 0.05). Conclusion: Trochlear dysplasia presence and severity did not influence ACI clinical outcomes in the PFJ at 3.7 years of follow-up. This study suggests that trochlear dysplasia should not be considered as a contra-indication to cartilage repair with ACI in the PFJ.
Introdução: O implante autólogo de condrócitos (IAC) é opção viável para o tratamento das lesões de cartilagem da articulação femoropatelar (AFP). Entretanto, o impacto que a displasia da tróclea femoral exerce nos resultados clínicos do IAC na AFP ainda é desconhecido Objetivo: Avaliar a influência da displasia da tróclea femoral e da sua gravidade nos resultados clínico-funcionais do IAC para as lesões condrais da AFP segundo os escores KOOS, Lysholm, Tegner e IKDC e índice de falha no seguimento mínimo de 2 anos. Métodos: Estudo clínico, observacional, comparativo (pareado) e retrospectivo de 190 pacientes submetidos ao IAC, por um único cirurgião entre 2007 e 2015, para o reparo de lesões de cartilagem da AFP. As características dos pacientes (idade, sexo, índice de massa corpórea - IMC, diagnóstico, cirurgias prévias e concomitantes), das lesões (número, localização e tamanho) e os escores pré e pós-operatórios dos questionários KOOS, Lysholm, Tegner e IKDC foram coletados. Realizaram-se duas análises de imagem sequenciais utilizando radiografias e ressonância magnética (RM) do joelho. A primeira análise excluiu pacientes com alterações na altura patelar ou distância TA-GT. Dois observadores independentes determinaram o grau de displasia da tróclea na segunda análise das imagens, utilizando as classificações de Dejour e Lippacher. Quarenta e seis pacientes com seguimento médio de 3,7 ± 1,9 anos e média de idade de 30,1 ± 8,8 anos foram selecionados e distribuídos em dois grupos pareados, um com displasia (23 pacientes) e o outro, controle, sem alterações na tróclea (23 pacientes) e a comparação foi estabelecida baseando-se nos questionários e índices de falha. Na análise secundária excluíram-se os pacientes XVII com displasia de baixo grau (Dejour tipo A) e compararam-se dezenove pacientes com displasia de alto grau (Dejour tipos B, C e D) com dezenove sem displasia. Resultados: Os índices de confiança interobservador (k) foram 0,774 e 0,924 para as classificações de Dejour e Lippacher, respectivamente (p < 0,001). Não houve diferenças estatisticamente significantes nas características demográficas entre os dois grupos após o pareamento (23 pacientes com displasia da tróclea vs. 23 sem displasia). Não houve diferença estatisticamente significante em nenhum dos escores (pré e pós-operatórios, p > 0,05) e nas taxas de falha entre os grupos (p > 0,999). Além disso, a análise secundária não mostrou diferença estatisticamente significante nos resultados clínico-funcionais entre pacientes com displasia de alto grau e aqueles sem displasia (p > 0,05). Conclusão: A ocorrência e a gravidade da displasia da tróclea femoral não influenciaram os resultados clínico-funcionais e nem o índice de falha do IAC para o tratamento das lesões condrais da AFP no seguimento de médio de 3,7 anos. Assim, a displasia troclear não deve ser considerada contraindicação para o IAC na AFP.
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