Tradução para o português e validação da Escala Cooperativa Internacional para Avaliação das Ataxias (Internacional Cooperative Ataxia Rating Scale - Icars)
Data
2018-07-26
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introduction: Spinocerebellar ataxias (SCAs) are a group of neurodegenerative and
genetic diseases characterized by progressive gait impairment, speech changes and
abnormal oculomotor movements. Clinical observation of the progression and
severity of the cerebellar symptoms is mandatory and requires reliable instruments of
evaluation. In Brazil, the Scale of the Assessment and Rating of Ataxia (SARA) has
been translated and validated for our population. Another scale globally used to
evaluate progression and severity of the ataxia is the International Cooperative
Rating Scale (ICARS). The main objective of this study was to translate and culturally
adapt the ICARS to the Portuguese version (Brazilian Portuguese) and to validate
this scale for use in the Brazilian population. Patients and methods: Patients with
SCAs were enrolled in the study. ICARS was translated and adapted to Brazilian
culture. The steps of this study were translation, translations synthesis, backtranslation,
specialists committee meeting, pretest
and final assessment. Thirty
patients participated in the pretest
and other 61 patients were evaluated for
construct validity, internal consistency, intra and interrater’s
reliability and external
consistency (comparison with the Scale of the Assessment and Rating of Ataxia,
SARA). Results: Few divergences were found in linguistic equivalence between the
original and translated version. According to statistical analysis, this study showed
good validity of the construct, without interference of the individual characteristics of
gender and age in the scale scores. The high internal consistency and statistically
significant ICC (p <0.05), in testretest
and interrater
reliability analyzes, were
observed for the full scale and for the posture, kinetics and dysarthria domains
(Cronbach's alpha close to 0.9 and CCI above 90%). The oculomotor domain,
however, was weak for the two measurements, with Cronbach's alpha = 0.316, ICC
intra = 82.4% and ICC inter = 79.2%. High correlation with SARA was observed. The
BlandAltman
graphs presented good testretest
reliability and relative interrater
reliability, with randomly and dispersed data, with no tendency in the evaluations.
Conclusion: The ICARS scale is adapted to Brazilian culture and, according to the
validation methods above, justify its use in our population.
Introdução: As ataxias espinocerebelares (SCAs) são doenças genéticas neurodegenerativas caracterizadas por alterações progressivas na marcha, na fala e na movimentação oculomotora. O acompanhamento clínico da evolução da gravidade dos sintomas cerebelares é fundamental e requer instrumentos confiáveis de avalição. No Brasil, a Scale of the Assessment and Rating of Ataxia (SARA) foi traduzida e validada para nossa população. Outra escala globalmente utilizada para avaliar a progressão e gravidade da ataxia é a International Cooperative Rating Scale (ICARS). O objetivo desse estudo foi traduzir e adaptar culturalmente a ICARS para a versão Portuguesa (Português do Brasil) e validála para uso na população brasileira. Casuística e métodos: Participaram do estudo apenas pacientes com SCAs. A ICARS foi traduzida e adaptada para a cultura do Brasil, seguindo as etapas de tradução, síntese das traduções, retrotradução, comitê de especialistas, préteste e avaliação final. Após o préteste em 30 pacientes, a escala foi validada em 61 pacientes, por meio de validade do constructo, consistência interna, confiabilidade intra e interexaminadores e consistência externa (comparação com a escala SARA). Resultados: A escala apresentou poucas divergências nas equivalências linguísticas entre as versões original e traduzida. De acordo com análise estatística, apresentou boa validade do constructo, sem interferência das características individuais de gênero e idade na pontuação da escala. A alta consistência interna e CCI estatisticamente significantes (p<0.05), nas análises de confiabilidade intra e interexaminadores, foram observadas para o total da escala e para os domínios Postura, Cinética e Disartria (alfa de Cronbach próximos a 0,9 e CCI acima de 90%). O domínio Oculomotor, no entanto, mostrouse fraco para as duas medidas, com alfa de Cronbach=0.316, CCI intra=82.4% e CCI inter=79.2%. Houve alta correlação com a escala SARA foi observada. Os gráficos de BlandAltman apresentaram boa concordância intraexaminadores e concordância relativa interexaminadores, com dados dispersos e aleatórios, sem tendências nas avaliações. Conclusão: A escala ICARS está adaptada para a cultura brasileira e, de acordo com os métodos de validação acima, justificam seu uso em nossa população
Introdução: As ataxias espinocerebelares (SCAs) são doenças genéticas neurodegenerativas caracterizadas por alterações progressivas na marcha, na fala e na movimentação oculomotora. O acompanhamento clínico da evolução da gravidade dos sintomas cerebelares é fundamental e requer instrumentos confiáveis de avalição. No Brasil, a Scale of the Assessment and Rating of Ataxia (SARA) foi traduzida e validada para nossa população. Outra escala globalmente utilizada para avaliar a progressão e gravidade da ataxia é a International Cooperative Rating Scale (ICARS). O objetivo desse estudo foi traduzir e adaptar culturalmente a ICARS para a versão Portuguesa (Português do Brasil) e validála para uso na população brasileira. Casuística e métodos: Participaram do estudo apenas pacientes com SCAs. A ICARS foi traduzida e adaptada para a cultura do Brasil, seguindo as etapas de tradução, síntese das traduções, retrotradução, comitê de especialistas, préteste e avaliação final. Após o préteste em 30 pacientes, a escala foi validada em 61 pacientes, por meio de validade do constructo, consistência interna, confiabilidade intra e interexaminadores e consistência externa (comparação com a escala SARA). Resultados: A escala apresentou poucas divergências nas equivalências linguísticas entre as versões original e traduzida. De acordo com análise estatística, apresentou boa validade do constructo, sem interferência das características individuais de gênero e idade na pontuação da escala. A alta consistência interna e CCI estatisticamente significantes (p<0.05), nas análises de confiabilidade intra e interexaminadores, foram observadas para o total da escala e para os domínios Postura, Cinética e Disartria (alfa de Cronbach próximos a 0,9 e CCI acima de 90%). O domínio Oculomotor, no entanto, mostrouse fraco para as duas medidas, com alfa de Cronbach=0.316, CCI intra=82.4% e CCI inter=79.2%. Houve alta correlação com a escala SARA foi observada. Os gráficos de BlandAltman apresentaram boa concordância intraexaminadores e concordância relativa interexaminadores, com dados dispersos e aleatórios, sem tendências nas avaliações. Conclusão: A escala ICARS está adaptada para a cultura brasileira e, de acordo com os métodos de validação acima, justificam seu uso em nossa população