Grupos de interesse e política cafeeira no governo Juscelino Kubitschek: a atuação de agentes privados no Instituto Brasileiro do Café

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Data
2021-05-18
Autores
Pizzani, Matheus Pires Mariniello [UNIFESP]
Orientadores
Tessari, Cláudia Alessandra [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
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Resumo
O objetivo do trabalho é descrever a maneira pela qual se deu a participação da Sociedade Rural Brasileira na formação da política cambial do café durante o governo de Juscelino Kubitschek como presidente da República, com foco nos anos de 1958 a 1960, período que compreende o mandato de Renato Costa Silva, ex-presidente da entidade, como presidente do Instituto Brasileiro do Café, órgão responsável pela elaboração da política cambial voltada exclusivamente para o produto. A metodologia utilizada contemplou a utilização de fontes primárias, em especial a revista “A Rural”, publicada pela Sociedade Rural Brasileira, bem como trechos de discursos de congressistas e outros atores relevantes para o bom entendimento desta temática. Como ferramenta analítica foi escolhida a teoria do neocorporativismo, que tem como objeto de estudo a relação entre grupos de interesse e entidades públicas no âmbito de democracias liberais, característica marcante deste período. O resultado obtido a partir da combinação dos elementos teóricos e históricos foi a constatação de que durante o período em questão houve uma aproximação significativa entre representantes da esfera do capital e o governo, que buscaram construir de maneira conjunta uma política que atendesse aos interesses de ambos, sendo eles: o aumento dos lucros auferidos pela venda de café, pauta de interesse do primeiro grupo, e a elevação da quantidade de divisas geradas a partir destas vendas, objetivo do segundo. A principal conclusão observada é de que a partir de um arranjo neocorporativo foi de fato possível combinar interesses que até então eram vistos como antagônicos, algo que só foi possível graças às instituições públicas do período, que ao invés de funcionarem como arena para o conflito de poderes entre as esferas previamente citadas, tornou-se um espaço de mediação e conciliação de interesses destes atores.
This essay aim to describe the way that Brazilian Rural Society (Sociedade Rural Brasileira) participated on coffee national exchange rate policy during Juscelino Kubitschek government as Brazil‟s president, focusing on the range between 1958-60, period that comprehend Renato Costa Silva, ex-president of SRB, command as president of Instituto Brasileiro do Café (Brazilian Coffee Institute) – (IBC), which is responsible for building the exchange rate policy addressed exclusively to the product. The methodology adopted contemplate the use of primary sources, such as “A Rural” magazine, published by SRB, along with speeches made by congress mans and others relevant actors. Neocorporatism theory was chosen as a tool to be used for analytical purposes due to it object of study, which consists in the study of how does it work the relationship between interest groups and public entities inside liberal democracies countries, characteristic of Brazilian history during this period. The main result observed once the research was done revealed that there was indeed a close relation between the two agents mentioned above, aiming to build an economic policy that allowed both of them to achieve their goals: i) a profit increase for the coffee producers and ii) an increase of foreign exchange generation for the government, which was necessary in order to finance the industrialization process ongoing by that time. The conclusion obtained with this research showed that it was possible combine opposed interests inside a neocorporatist scheme, specially thanks to the use of public institutions as conciliation arenas, and not spaces used to confrontation between different powers.
Descrição
Citação
PIZZANI, Matheus P. M. Grupos de interesse e política cafeeira no governo Juscelino Kubitschek: a atuação de agentes privados no Instituto Brasileiro do Café. 2021. 170 f. Dissertação (Mestrado em Economia e Desenvolvimento) – Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Política, Economia e Negócios, Osasco, 2021.