Consumo alimentar e estado nutricional de crianças e adolescentes com disfagia decorrente de estenose de esôfago

Data
2007
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Objetivo: Avaliar o estado nutricional e a ingestão alimentar de crianças e adolescentes com estenose esofágica, nos variados graus de disfagia e consistências de dieta. Casuística e Métodos: Estudo de corte transversal. Foram incluídos 31 pacientes com estenose esofágica, sendo 18/31 (58%) cáustica, 7/31 (22,6%) pós-cirúrgica, 3/31 (9,7%) péptica e 3/31 (9,7%) sem causa definida. Empregou-se o recordatório de 24 horas, e a ingestão alimentar foi analisada com base nas Dietary Reference Intakes e pirâmide alimentar. Para crianças, o estado nutricional foi avaliado pelos escores Z dos índices antropométricos estatura/idade, peso/idade e peso/estatura; considerou-se déficit nutricional o escore Z menor que -2,0 desvios-padrão; para adolescentes utilizouse o Índice de Massa Corpórea comparado aos percentis da Organização Mundial da Saúde. A disfagia foi graduada em: ausência de disfagia (grau 0), disfagia leve (grau 1, ocasional a alguns alimentos, ingerindo dieta sólida), moderada (grau 2, com dieta pastosa), grave (grau 3, dieta líquida). As dilatações foram realizadas com Savary-Gilliard guiado endoscopicamente, sob anestesia geral, em nível ambulatorial. Para crianças considerou-se limite ideal o dilatador de 11 mm e 12,8 mm para adolescentes. Resultados: A idade variou entre 15 e 176 meses (mediana, 56 meses), sendo 28 crianças e 3 adolescentes, gênero M/F, 18/13. Vinte e nove pacientes (93,5%) apresentavam disfagia, sendo grave em 34,4% (10/29), moderada em 41,3% (12/29), e leve em 24,1%(7/29). Dez pacientes (32,2%) ingeriam dieta líquida, 12 (38,7%) dieta pastosa, e 9 (29,0%) dieta sólida. Déficit nutricional ocorreu em 21,4% (6/28) das crianças; a média do escore Z do índice peso/estatura na disfagia grau 0 e 1, grau 2 e grau 3 foi de 0,51, -0,77 e -0,67 (p=0,055), respectivamente. No grupo com dieta líquida e pastosa a ingestão de energia foi inferior a Estimated Energy Requirement em 90% (9/10) e 33,3% (4/12) dos pacientes, respectivamente (p=0,011). Nos pacientes com dieta líquida, pastosa e sólida a ingestão mediana de energia foi 739,5, 1468,3 e 1844,5 kcal/dia (p<0,001); de carboidratos foi 88,5, 230,2 e 270,3 g/dia (p<0,001), de proteínas foi 34,1, 60,2 e 73,7 g/dia (p=0,002), de lipídios foi 28,1, 43,5 e 51,7 g/dia (p=0,003) e de ferro 3,0, 9,2 e 11,9 mg/dia (p<0,001) respectivamente. Na dieta líquida o percentual de carboidratos foi menor que na dieta pastosa e sólida (p=0,005), e maior no percentual de proteínas (p=0,004) e lipídios (p=0,027). A mediana da densidade energética da dieta líquida, pastosa e sólida foi de 0,8, 1,3 e 1,3 kcal/g (p=0,001). A ingestão mediana de porções do grupo de cereais, leguminosas, e óleos e gorduras foi menor na dieta líquida do que na dieta pastosa e sólida (p<0,005). Conclusão: O acompanhamento do estado nutricional e da ingestão alimentar é extremamente importante no tratamento de pacientes com estenose esofágica pela ocorrência de déficit nutricional, e particularmente na disfagia grave, cuja dieta deve ser adaptada à consistência líquida, devido ao risco nutricional que se atribui à limitada ingestão de energia, carboidratos e ferro..
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Citação
São Paulo: [s.n.], 2007. 83 p.