Estudo da dinâmica de transmissão do papiloma vírus humano em população da cidade de Marília

Data
2004
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), devido a sua íntima relação com as neoplasias do trato genital inferior, levanta preocupações crescentes. Testes de detecção de maior sensibilidade são necessários em vista da limitação dos habitualmente empregados. O objetivo deste trabalho foi estudar a prevalência de positividade para HPV no trato genital inferior, em uma população da cidade de Marília, analisando aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais assim como, estudar a dinâmica de transmissão do HPV nesta mesma população, no período de 4 anos. No primeiro período (1995/96) foram examinadas 302 mulheres atendidas no ambulatório de Ginecologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília e, no segundo período (1998/99), 105 mulheres retornaram. Utilizamos achados clínicos, citológicos, colposcópicos, anatomopatológicos e os ensaios de biologia molecular para detecção e tipagem do HPV através da reação em cadeia por polimerase (PCR), hibridização molecular com sondas de DNA e detecção colorimétrica (Sistema Sharp System), com restrição e análise em gel de agarose, e seqüenciamento automatizado. Pudemos aferir que para avaliação da infecção pelo HPV, a colposcopia se mostrou o método mais sensível, considerando o método de biologia molecular como gold standard. Observamos, também, que o tratamento das lesões detectadas pela colposcopia possibilitou a negativação do HPV no trato genital inferior. O uso de métodos de barreira nas relações sexuais é importante para evitar a transmissão do HPV, mesmo naquelas pacientes que não irão mais engravidar. Concluímos que a prevalência de HPV na população geral estudada, na cidade de Marília, foi de 10,8 por cento. A prevalência da população que retornou para a 2a fase do estudo foi de 18,1 por cento, sendo que a incidência de HPV, no período de quatro anos do estudo foi elevada (20 por cento). A prevalência das mulheres que eram positivas e que se mantiveram positivas foi de 40 por cento. Os fatores de risco significativos para a transmissão do HPV foram número de parceiros e não utilização de métodos de barreira. A incidência de HPV realça a importância dos ensaios moleculares visando a detecção e identificação dos agentes virais de risco. Citologias sugestivas de infecção por HPV ou testes de Schiller positivos são indicativos de colposcopia com biopsia dirigida e detecção molecular de HPV. Quanto aos tipos virais de alto ou baixo riscos para neoplasia de colo de útero, detectamos por digestão enzimática e seqüenciamento, tipos virais recentemente descritos, sem uma definição ainda apropriada quanto a esse risco, além da presença freqüente de mais de um tipo viral.
Descrição
Citação
São Paulo: [s.n.], 2004. 102 p.