Análise da incorporação de ácidos graxos ômega-3 (EPA e DHA) na membrana celular de mioblastos C2C12: avaliação dos efeitos na proliferação e diferenciação celular

Data
2023-09-11
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Objetivo: Analisar o grau de incorporação dos ácidos graxos do tipo ômega-3 ácido eicosapentaeinoico (EPA) e docosahexaenoico (DHA) em membrana de mioblastos C2C12 cultivados em cultura celular e suplementado com nanoemulsão de óleo de peixe (NOP). Avaliar esse efeito sobre a proliferação e diferenciação destas células miogênicas com especial ênfase na resolvina E1 (RvE1). Métodos: Células C2C12 mioblásticas de camundongo foram cultivadas com NOP (25 µM de EPA) por 3 a 5 dias em protocolo de cultivo das células em proliferação ou diferenciação, respectivamente. A análise do grau de incorporação de EPA e DHA foi realizada em cromatografia a gás acoplada à espectrometria de massas (CG/MS). De outra parte, as células foram previamente incubadas com inibidor do receptor de BLT1 (LY293111- 0,25 M) ou com os inibidores da via de sinalização do receptor CMKLR1/ChemR23 (rapamicina, 0,08 µM- inibidor de mTOR, ou wortmanina, 500 nM, inibidor de PI3K) seguida pela fosfolipase A2 (FLA2) isolada do veneno de Crotalus durissus terrificus (0,16 M). Após 24 h, foram realizadas as análises da expressão proteica de BLT1, COX-2, CYP450, MyoD e Myf-5 (proliferação) e CMKLR1/ChemR23 e Myf-6 (diferenciação) por western blotting. Ainda o grau de proliferação foi analisado pelo padrão de incorporação de BrDU, por espectrofotometria. Resultados: Os resultados mostraram que as células cultivadas com NOP, em meio proliferativo, apresentaram aumento (p>0,05) no teor de EPA e DHA (118,41±13,51 e 5,43±0,64 µg/mg, respectivamente), quando comparadas às células controle (18, 91±2.24 e 0,74±0,10 µg/mg de proteína, respectivamente). De forma semelhante, mioblastos incubados por 6 dias com NOP até atingir a confluência de 100% (protocolo experimental de diferenciação) apresentaram elevação (p<0,05) no teor de EPA e DHA (139,41 ±24,0 e 70,63 ± 11,43 µg/mg de proteína, respectivamente), quando comparadas às células incubadas com meio de cultura apenas (controle) (45,96 ± 1,44 e 16,23 ± 1,07 µg/mg de proteína, respectivamente). Apenas as células em proliferação incubadas com FLA2 e suplementadas com NOP apresentaram aumento de 25% e 30%, nos níveis de expressão proteica de COX-2 e CYP450 4A (p<0,05), respectivamente. As células em proliferação, incubadas com FLA2 e não suplementadas com NOP apresentaram aumento nos níveis de BLT1 (35%), enquanto as em diferenciação apresentaram diminuição de 60% na expressão deste receptor. Quando suplementadas com NOP não apresentaram alteração na expressão de BLT1. Apenas mioblastos em diferenciação e incubadas com FLA2 apresentaram redução da expressão de CMKLR1 (35%). Mioblastos suplementados ou não com NOP, na presença da FLA2, apresentaram aumento significativo de 90 e 25%, respectivamente, na incorporação do BrdU. Por outro lado, a associação com com Ly293111, levou à diminuição significativa de 26 e 43%, na incorporação do BrdU. As células incubadas com FLA2 e o inibidor do receptor BLT1 (Ly293111) apresentaram redução significativa da expressão de Myf5 e MyoD enquanto as células em prolfieração com NOP não apresentaram alteração nos níveis de expressão proteica destes fatores miogênicos. Células em diferenciação cultivadas com NOP e FLA2 apresentam diminuição da expressão de MyoD de forma significativa (15%). No entanto, estas células quando incubadas com FLA2 associada ao rapamicina, mas não com wortmanina ou Ly293111, apresentaram elevação significativa (65%) da expressão de MyoD. A análise morfológica da miofibras em células C2C12 pré-suplementadas com NOP indicou a formação de fibras mais espessas. Conclusões: A suplementação de mioblastos C2C12 com NOP aumenta a incorporação de EPA e DHA, favorecendo a produção de mediadores lipídicos pró-resolutivos. A presença de receptores BLT1 e do receptor CMKLR1/ChemR23 evidencia a atividade modulatória de RVE1 sobre a proliferação e diferenciação dos mioblastos C2C12; o aumento da proliferação das células C2C12 induzida pela FLA2 via receptor BLT1 pode ser mediada pela RVE1, mas independente dos fatores Myf5 e MyoD; Mioblastos suplementadas com EPA e DHA apresentam mais formação de miotubos espessos.
Descrição
Citação
MONTEIRO, Daniela Carvalho. Análise da incorporação de ácidos graxos ômega-3 (EPA e DHA) na membrana celular de mioblastos C2C12: avaliação dos efeitos na proliferação e diferenciação celular. 2023. 75 f. Dissertação (Mestrado em Farmacologia) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). São Paulo, 2023.
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