PPG - Farmacologia
URI Permanente para esta coleção
Navegar
Submissões Recentes
- ItemAcesso aberto (Open Access)Estudo da modulação da autofagia pelos compostos canabinoides em modelos de neurodegeneração em Caenorhabditis elegans(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-01) Guedes, Erika da Cruz [UNIFESP]; Pereira, Gustavo José da Silva [UNIFESP]; Reckziegel, Patrícia [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7046429718251220; http://lattes.cnpq.br/7125107888186769; http://lattes.cnpq.br/7765105091553486Distúrbios neurodegenerativos progressivos, como a doença de Parkinson (DP), não possuem tratamentos de cura ou de longo prazo. Com o envelhecimento acelerado da população global e o consequente aumento na prevalência de doenças associadas à idade, há um crescente interesse em pesquisas sobre esses distúrbios. Estudos indicam que o processo de autofagia, responsável pela homeostase celular, pode estar comprometido em doenças neurodegenerativas. Neste contexto, investigamos a ação do canabidiol (CBD) como possível agente neuroprotetor na DP usando o modelo de C. elegans exposto à reserpina. Além disso, usamos cepas transgênicas de C. elegans que expressam a α-sinucleína, proteína considerada marcador patológico da DP. Nossos resultados demonstraram que o CBD reverteu as alterações locomotoras induzidas pela reserpina e essa resposta foi independente dos receptores NPR-19 (receptor ortólogo para o receptor canabinoide central tipo 1 de mamíferos). As avaliações morfológicas dos neurônios dopaminérgicos cefálicos (CEPs) indicaram que o CBD também reverteu os danos neuronais induzidos pela reserpina, aumentando o número de vermes com neurônios CEPs intactos. Mecanisticamente, demonstrou-se que o CBD também reduziu o acúmulo de espécies reativas de oxigênio (EROs) e a expressão de α-sinucleína em vermes mutantes, sendo esse efeito provavelmente mediado pela ativação da autofagia via fator de transcrição EB (TFEB). Em conjunto, nossos resultados forneceram evidências de que o CBD pode atuar como neuroprotetor em neurônios dopaminérgicos, reduzindo a neurotoxicidade e o acúmulo de α-sinucleína, destacando seu potencial no tratamento da DP.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Citotoxicidade e participação de receptores CB1, CB2 E TRPV-1 na morte celular induzida por canabinoides em células tumorais(Universidade Federal de São Paulo, 2024-10-23) Yoshikawa, Cindy Naomi [UNIFESP]; Trindade, Claudia Bincoletto [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6169006634951828; https://lattes.cnpq.br/5154423376094568Objetivo: Avaliar o potencial citotóxico e a indução de morte celular por compostos canabinoides (canabidiol, canabidivarina e canabigerol), tanto isoladamente quanto em associação à cisplatina, em modelos celulares de osteossarcoma e neuroblastoma. Além disso, estudar a participação dos receptores CB1, CB2 e TRPV1 nestes processos de morte celular. Métodos: Foi realizado o ensaio de redução MTT para avaliar a viabilidade celular das células SaOS-2, U2OS e SH-SY5Y após exposição aos canabinoides isoladamente e em conjunto com a cisplatina nos períodos de 24 e 48 horas. Após, a avaliação da expressão de receptores CB1, CB2 e TRPV-1 foi realizada por imunofluorescência. De acordo com os resultados apresentados, foi realizada a citometria de fluxo com as células SH-SY5Y, com marcação simultânea de 7-AAD e anexina V-FITC para detecção de morte celular. Por fim, para verificar a indução de ferroptose e necroptose, assim como a participação dos receptores canabinoides e vaniloides nos eventos de morte celular foi realizado novamente o ensaio de MTT com a adição dos antagonistas dos receptores e inibidores de ferroptose e necroptose. Resultados: Em células de osteossarcoma (SaOS-2 e U2OS), não houve efeitos citotóxicos do CBD, mas foi observada diminuição significativa na viabilidade celular em uma das linhagens quando exposta à CBDV. Entretanto o CBG apresentou ações contraditórias nas duas linhagens celulares. Os compostos não reverteram as ações da cisplatina após 48 horas de exposição, com exceção do CBG na linhagem U2OS. Nessas células, a expressão dos receptores CB1 e TRPV-1 foi verificada. Já em células de neuroblastoma (SHSY5Y), não foram observadas alterações na viabilidade celular nos grupos tratados com CBDV. No entanto, o CBG reverteu a ação da cisplatina, indicando que seu uso em tratamentos adjuvantes não é recomendado. O canabidiol apresentou efeitos citotóxicos significativos em concentrações elevadas (100 µM), com significativa apoptose tardia e necrose, porém, não foi verificada ativação de necroptose ou ferroptose. Adicionalmente, não foi observada alteração na ação citotóxica do CBD na presença dos antagonistas dos receptores CB1, CB2 e TRPV-1. Conclusões: Os compostos não apresentaram atividade antitumoral em osteossarcoma e neuroblastoma, já que as ações citotóxicas observadas envolveram o uso de altas concentrações dos canabinoides testados. Nas células de neuroblastoma, os receptores CB1, CB2 e TRPV-1 estão mediando ações não necessariamente ligadas à morte e sobrevivência celular. Entretanto, a ausência de reversão dos efeitos da cisplatina indica que os compostos CBD e CBDV podem ser usados juntamente com quimioterápicos antitumorais para controlar efeitos adversos, sem comprometer a eficácia da terapêutica.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Efeitos comportamentais da ovariectomia em um modelo animal neurodesenvolvimental de esquizofrenia(Universidade Federal de São Paulo, 2024-10-18) Souza, Jaqueline Castelani de [UNIFESP]; Abílio, Vanessa Costhek [UNIFESP]; Loss, Cassio Morais [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5880914070732996; http://lattes.cnpq.br/2393173678667897; http://lattes.cnpq.br/8323772823826849A esquizofrenia, um transtorno psiquiátrico do neurodesenvolvimento, tem um impacto significativo na vida dos pacientes e de seus familiares. Apesar da prevalência semelhante entre homens e mulheres, a condição apresenta características dimórficas em relação ao sexo, manifestando-se de maneira distinta em termos de idade de início, tipo e gravidade dos sintomas. Essas variações sugerem uma possível influência dos hormônios sexuais na fisiopatologia da esquizofrenia, com destaque para o estradiol. É digno de nota o aparecimento tardio e o agravamento dos sintomas em mulheres durante a peri- e pós-menopausa, um período marcado por uma queda acentuada nos níveis plasmáticos de estradiol. Diante desse cenário, o presente estudo teve como objetivo geral caracterizar o perfil comportamental de ratas adultas submetidas à ovariectomia e tratadas com um antagonista não-competitivo do receptor NMDA (MK-801) durante o período neonatal. No primeiro experimento, as fêmeas foram submetidas a tratamento diário com 0,5 mg/kg de MK-801 do DPN 05 ao DPN 12, a ovariectomia (OVX) no DPN 90 e, posteriormente, a uma série de comportamentos do DPN 120 ao DPN 140. Já no Experimento 2, as ratas receberam tratamento com 0,5 mg/kg/dia de MK-801 entre o DPN 07 e o DPN 20 e foram submetidas à cirurgia de OVX no DPN 90, passando pelas tarefas comportamentais em três momentos: entre o DPN 45-49, entre o DPN 85-89, e entre DPN 135-139. Os resultados comportamentais do Experimento 1 revelaram uma redução da atividade locomotora espontânea e induzida por psicoestimulante em animais tratados com MK-801 e OVX. Com relação ao comportamento social, foi observado alta preferência pela “zona social” em todos os grupos, especialmente nos animais OVX. O teste de PPI revelou um déficit de funcionamento do filtro sensório-motor especificamente em animais MK-801 + OVX. Por sua vez, o Experimento 2 revelou atraso da abertura vaginal de ratas tratadas com MK-801, além de aumento do perfil locomotor (DPN 136) e do número de rotações (DPN 45, 46, e 136) nos animais tratados com MK-801. Também foi observado déficit cognitivo no teste de alternação espontânea e elevada preferência social em todos os grupos do Experimento 2, mas sem qualquer prejuízo de PPI. Em resumo, os achados sugerem um possível efeito do estrógeno sobre os principais neurotransmissores associados à esquizofrenia. Essa conexão entre a regulação hormonal e os sintomas comportamentais destaca a importância da compreensão dos mecanismos neurobiológicos subjacentes à esquizofrenia, visando potenciais intervenções terapêuticas centradas nos hormônios sexuais.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Alterações histofisiológicas induzidas pela inibição de HIF em animais tratados com Luteolin(Universidade Federal de São Paulo, 2024-09-04) Mendonça Junior, Bolival Apparecido [UNIFESP]; Columbari, Eduardo [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4544450092427426; http://lattes.cnpq.br/3183025514588182O fator induzido por hipóxia (HIF) é expresso em todos os tecidos do corpo e modula respostas transcricionais frente ao estímulo hipóxico; em normoxia, o HIF é hidroxilado por prolilhidroxilases (PHDs) e fator de inibição de HIF (FIH). O HIF tem se mostrado como um importante regulador da homeostase de O2 podendo controlar a expressão de vários genes, bem como respostas fisiológicas frente a situações de hipóxia presentes em várias doenças, o HIF é um alvo da pesquisa farmacológica, e dentre as substâncias exploradas temos o luteolim, um flavonóide, com capacidade de interferir na ação de HIF. Buscamos investigar se tratamento por 7 dias com luteolim (10μg/kg) em animais saudáveis submetidos ou não a hipóxia intermitente crônica, para aumento da expressão de HIF, foi capaz de reduzir a resposta ventilatória a hipóxia e causar alterações no rim e aorta. Também observamos redução na sensibilidade do corpúsculo carotídeo devido a administração aguda de Luteolim e se isto impactaria em alterações ventilatórias. Em situações de normoxia, o tratamento com LUT foi capaz de diminuir as espécies reativas de nitrogênio, no tronco encefálico e no rim, e causar uma redução de mRNA para HIF-1α no tronco e em neurônios imunomarcados para HIF-1α no NTS-c além de redução de imunomarcação para HIF-1α e HIF-2α no rim em HIC. Em conjunto estes resultados apontam que o tratamento com o LUT foi capaz de causar uma redução em espécies reativas de nitrogênio nesses órgãos, possivelmente o estresse oxidativo, e foi capaz de alterar a expressão dos fatores de transcrição induzidos por hipóxia (HIF-1α e HIF-2α). A modulação destes fatores causou as alterações morfológicas observadas no rim e na aorta, como: aumento de conteúdo de colágeno na capsula glomerular e na túnica media da aorta; Alterações na musculatura lisa da aorta e nas lamelas elásticas; Assim como aumento do espaço glomerular e aumento do diâmetro do capilar glomerular. As alterações observadas podem ser decorrentes da inibição da via de geração de espécies reativas de nitrogênio, e da ação indireta do LUT a atividade de transcrição do HIF. O uso prolongado de Luteolim em situações não patológicas demonstra danos estruturais no rim e aorta em situações de hipóxia ou normoxia possivelmente devido a inibição de HIF-1α e HIF-2α. Além disso, o tratamento prolongado causa a redução da resposta ventilatória a hipóxia, e da sensibilidade do corpúsculo carotídeo a hipóxia aguda. Apesar de ser um antioxidante, não conseguiu reduzir o estresse oxidativo no tronco encefálico durante HIC. Desta forma seu uso deve ser planejado de acordo com cada caso clinico.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Overviews of reviews e questionário aplicado aos estudantes de medicina sobre a temática farmacogenética(Universidade Federal de São Paulo, 2024-06-26) Lara, Danilo Vieira de [UNIFESP]; Santos, Paulo Caleb Júnior de Lima [UNIFESP]; Melo, Daniela Oliveira de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5052823551616937; http://lattes.cnpq.br/7270343730265469; http://lattes.cnpq.br/1789249090310263Objetivos: Conduzimos overviews of reviews sobre o uso de testes farmacogenéticos para as áreas de oncologia, cardiologia, hematologia, psiquiatria e neurologia, baseando-nos em pares fármaco-gene clinicamente relevantes; além disso, avaliamos o conhecimento de estudantes de medicina de universidades públicas brasileiras, por meio de questionário, sobre a área da farmacogenética e a interpretação de testes farmacogenéticos. Métodos: Realizamos uma busca no Medline, Embase e Biblioteca Cochrane. O instrumento de pesquisa foi um questionário de 16 questões com base nos padronizados da literatura. Houve atribuição de pontuações de questões automaticamente após o participante enviar o formulário. A análise estatística foi realizada utilizando o software SPSS 25.0, com significância definida em valores de p inferiores a 0.05. Resultados: Selecionamos quarenta e três revisões sistemáticas. Os pares fármaco-gene mais estudados foram, para a Oncologia: tamoxifeno – CYP2D6; fluorouracil – DPYD; Cardiologia: clopidogrel – CYP2C19; Hematologia: varfarina – CYP2C9, VKORC1; Neurologia: carbamazepina – HLA-A, HLA-B; oxcarbazepina – HLA-B; fenitoína – CYP2C9; e Psiquiatria: citalopram/escitalopram – CYP2C19; paroxetina – CYP2D6. Porém, diversas revisões foram classificadas como “qualidade criticamente baixa” ou “qualidade baixa”. Cento e um estudantes de graduação em medicina, voluntários (47 homens; 53 mulheres e 1 não especificado), forneceram seu consentimento informado e foram incluídos no estudo. A média de idade foi de 25,3±5,3 anos. A média de pontuação geral dos estudantes, independentemente do ano curricular de graduação matriculado, foi 1.9±0.9 (46.8%) de 4.0 (100%) pontos avaliados nas quatro questões de conhecimento do questionário. Conclusões: Há necessidade de mais revisões sistemáticas de alta qualidade, que avaliem o risco de viés, com definições consistentes de resultados clínicos para considerar os benefícios dos testes farmacogenéticos. Os estudantes de medicina souberam definir o conceito de farmacogenética, concordaram que é importante para a prática clínica deles, porém há necessidade de mais desenvolvimento do conhecimento sobre o uso e a interpretação dos testes farmacogenéticos.