Identificando lacunas no tratamento com intervenções baseadas em exercício para pacientes com insuficiência cardíaca: um mapa de evidências
Data
2022-07-19
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introdução: Apesar de ser fortemente recomendada, a oferta de reabilitação cardiovascular
baseada em exercício para pacientes com insuficiência cardíaca (IC) ainda é limitada. Além
disso, a tomada de decisão baseada em evidências existentes enfrenta desafios na prática clínica,
destacando-se volume de publicações, qualidade das evidências e barreiras linguísticas.
Objetivos: Elaborar um mapa de evidências a partir de uma overview sobre intervenções
baseadas em exercícios prescritos para indivíduos com IC. Materiais e métodos: O mapa foi
elaborado segundo a metodologia da 3ie (International Initiative for Impact Evaluation)
adaptada pelo Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde,
Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde
(BIREME/OPAS/OMS). O protocolo para elaboração do mapa foi construído previamente e
registrado (Registro do protocolo: OSF DOI 10.17605/OSF.IO/YMQ2K). A busca das citações
foi conduzida nas bases de dados PubMed, Scientific Electronic Library Online (SciELO),
Physiotherapy Evidence Database (PEDro) e Cochrane Library, seguida da seleção dos
estudos por dois revisores independentes por meio do uso do software Rayyan. Após a extração
dos dados, as intervenções e desfechos foram codificados e descritos em uma matriz. Os
achados foram sumarizados em gráficos, quadros e tabelas, bem como acompanhados por uma
síntese narrativa. A avaliação crítica da qualidade metodológica dos artigos de revisão foi
realizada por meio da ferramenta A MeaSurement Tool to Assessment Systematic Reviews 2
(AMSTAR 2) por dois revisores independentes. Resultados: Foram incluídos 71 estudos
(50,7% revisões narrativas, 22,5% revisões sistemáticas com metanálise, 18,3% metanálises,
7% revisões sistemáticas e 1,4% metanálises com metarregressão), publicados entre 1995 e
2020, principalmente, nos Estados Unidos da América, Austrália, Brasil, Reino Unido, Canadá
e China. Para a construção da matriz do mapa de evidências, somente 35 estudos foram
incluídos (revisões sistemáticas e/ou metanálises). Ao todo, as intervenções foram distribuídas
em cinco categorias (Exercício, Práticas integrativas e complementares, Práticas corporais,
Reabilitação cardíaca e Intervenção multimodal), e os desfechos em seis categorias (Aptidão
cardiorrespiratória, Aptidão muscular, Sinais e sintomas, Desfechos cardiovasculares e
pulmonares, Desfechos epidemiológicos e Outros desfechos). A categoria “Exercício”
(sobretudo treinamento aeróbio, treinamento concorrente e treinamento da musculatura
inspiratória) foi aquela que contabilizou mais evidências (108), seguida pela “Reabilitação
cardíaca” (38). Já os desfechos mais frequentes foram das categorias “Aptidão
cardiorrespiratória”, “Desfechos cardiovasculares e pulmonares”, “Desfechos
epidemiológicos” e “Outros desfechos”. Apesar dos efeitos serem, em sua maioria, positivos
ou potencialmente positivos (101 e 21 evidências, respectivamente), o nível de confiança dos
estudos foi criticamente baixo. As lacunas estão associadas, principalmente, às categorias de
desfechos “Sinais e sintomas” e “Aptidão muscular”. Conclusão: As intervenções “Exercício”
e “Reabilitação cardíaca" apresentaram maior número de evidências, principalmente com
efeitos positivos e potencialmente positivos. Contudo, as “Práticas integrativas e
complementares”, “Práticas corporais” e as “Intervenções multimodais” emergem como
alternativas para o cuidado na IC. Apesar disso, são necessários mais estudos que realizem a
avaliação do custo-efetividade e que incluam desfechos de aptidão muscular e sinais e sintomas
para além da dispneia.
Introduction: Despite highly recommended, the offer to exercise-based cardiovascular rehabilitation is still limited to patients with heart failure (HF). Furthermore, the decisionmaking based on existing evidence in clinical practice faces challenges, including volume of publications, quality of evidence, and language barriers. Materials and methods: The Evidence and gap maps (EGMs) was developed according to the methodology of 3ie (International Initiative for Impact Evaluation) adapted by Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde (BIREME/OPAS/OMS). The protocol for preparing the EGM was previously made and registered (Protocol registration: OSF DOI 10.17605/OSF.IO/YMQ2K). The search of the citations was conducted in the databases PubMed, Scientific Electronic Library Online (SciELO), Physiotherapy Evidence Database (PEDro) and Cochrane Library, followed by selection of studies by two independent reviewers using Rayyan software. After data extraction, interventions and outcomes were coded and described in a matrix. The findings were summarized in graphs, charts and tables, as well as accompanied by a narrative synthesis. The critical appraisal of the methodological quality of the review articles was performed using the A MeaSurement Tool to Assessment Systematic Reviews 2 (AMSTAR 2) by two independent reviewers. Results: We included 71 studies (50.7% narrative reviews, 22.5% systematic reviews and meta-analysis, 18.3% meta-analysis, 7% systematic reviews and 1.4% meta-analysis and meta-regression) published between 1995 and 2020, mostly from the United States of America, Australia, Brazil, United Kingdom, Canada and China. For the construction of the evidence map matrix, only 35 studies were included (systematic reviews and/or meta-analyses). Overall, the interventions were divided into five categories (Exercise, Complementary and integrative therapies, Body practices, Cardiac rehabilitation and Multimodal intervention), and the outcomes in six categories (Cardiorespiratory fitness, Muscle fitness, Signs and symptoms, Cardiovascular and pulmonary outcomes, Epidemiological outcomes, and Other outcomes). The “Exercise” category (especially aerobic training, concurrent training, and training of the inspiratory muscles) was the one with the most evidence (108), followed by “Cardiac rehabilitation” (38). Despite the effects being mostly positive or potentially positive (101 and 21 evidence, respectively), the confidence level of the studies was critically low. Gaps are mainly associated with the outcome categories “Signs and symptoms” and “Muscle fitness”. Conclusion: The “Exercise” and “Cardiac Rehabilitation” interventions showed more evidence, mainly with positive and potentially positive effects. However, the “Complementary and integrative therapies”, “Body practices” and “Multimodal interventions” emerge as alternatives for the care of HF. Nevertheless, more studies are needed to assess the cost-effectiveness, muscle fitness, and signs and symptoms apart from the dyspnea.
Introduction: Despite highly recommended, the offer to exercise-based cardiovascular rehabilitation is still limited to patients with heart failure (HF). Furthermore, the decisionmaking based on existing evidence in clinical practice faces challenges, including volume of publications, quality of evidence, and language barriers. Materials and methods: The Evidence and gap maps (EGMs) was developed according to the methodology of 3ie (International Initiative for Impact Evaluation) adapted by Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde (BIREME/OPAS/OMS). The protocol for preparing the EGM was previously made and registered (Protocol registration: OSF DOI 10.17605/OSF.IO/YMQ2K). The search of the citations was conducted in the databases PubMed, Scientific Electronic Library Online (SciELO), Physiotherapy Evidence Database (PEDro) and Cochrane Library, followed by selection of studies by two independent reviewers using Rayyan software. After data extraction, interventions and outcomes were coded and described in a matrix. The findings were summarized in graphs, charts and tables, as well as accompanied by a narrative synthesis. The critical appraisal of the methodological quality of the review articles was performed using the A MeaSurement Tool to Assessment Systematic Reviews 2 (AMSTAR 2) by two independent reviewers. Results: We included 71 studies (50.7% narrative reviews, 22.5% systematic reviews and meta-analysis, 18.3% meta-analysis, 7% systematic reviews and 1.4% meta-analysis and meta-regression) published between 1995 and 2020, mostly from the United States of America, Australia, Brazil, United Kingdom, Canada and China. For the construction of the evidence map matrix, only 35 studies were included (systematic reviews and/or meta-analyses). Overall, the interventions were divided into five categories (Exercise, Complementary and integrative therapies, Body practices, Cardiac rehabilitation and Multimodal intervention), and the outcomes in six categories (Cardiorespiratory fitness, Muscle fitness, Signs and symptoms, Cardiovascular and pulmonary outcomes, Epidemiological outcomes, and Other outcomes). The “Exercise” category (especially aerobic training, concurrent training, and training of the inspiratory muscles) was the one with the most evidence (108), followed by “Cardiac rehabilitation” (38). Despite the effects being mostly positive or potentially positive (101 and 21 evidence, respectively), the confidence level of the studies was critically low. Gaps are mainly associated with the outcome categories “Signs and symptoms” and “Muscle fitness”. Conclusion: The “Exercise” and “Cardiac Rehabilitation” interventions showed more evidence, mainly with positive and potentially positive effects. However, the “Complementary and integrative therapies”, “Body practices” and “Multimodal interventions” emerge as alternatives for the care of HF. Nevertheless, more studies are needed to assess the cost-effectiveness, muscle fitness, and signs and symptoms apart from the dyspnea.
Descrição
Citação
SARABANDO, Gabriela Letícia Abreu. Identificando lacunas no tratamento com intervenções baseadas em exercício para pacientes com insuficiência cardíaca: um mapa de evidências. 2022. 146 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) - Instituto de Saúde e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2022.