Avaliação dos motivos e fatores relacionados à recaída no tabagismo em função do tempo em um serviço universitário especializado em cessação de tabagismo
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Data
2021
Autores
Albuquerque Neto, Aldo Agra de [UNIFESP]
Orientadores
Jardim, Jose Roberto De Brito [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introduction: Relapse is part of the natural history of smokers. The frequency of relapses is different over time and the relapse process appears to be different in relation to the time since cessation. The reasons and characteristics of individuals regarding relapse seem to be different in those who relapse early from those who relapse later, and may relate to these factors associated with chemical and behavioral dependence, in addition to social, economic and personal factors of smokers. Objective: To investigate self-reported factors and reasons related to relapse over time. Methods: Retrospective cross-sectional study evaluating smokers during the first assessment at a smoking cessation clinic, where they were divided into two groups regarding the longer time to relapse in a previous attempt, early and late relapse, using 6 months as the period to differentiate the groups. Univariate analysis was performed using the group with early relapse as a reference, evaluating factors related to these, such as sociodemographic characteristics, smoking history, chemical dependence on tobacco and other drugs, comorbidities, living with smokers, previous. Factors with p<0.1 were evaluated using logistic regression to assess factors associated with early relapse. Differences between reasons for relapse were evaluated according to time of relapse and sociodemographic characteristics, chemical dependency and anxiety and depression. Results: Initially 1900 smokers were evaluated, after the exclusion of patients for various reasons, 1305 individuals remained for analysis, 623 from the early relapse group and 451 from the late relapse group. After multivariate adjustment, chemical dependence (OR 1.170 95%CI 1.111-1.232) was the only factor associated with a higher risk for early relapse and having undergone smoking treatment with cognitive behavioral therapy (OR 0.528 95%CI 0.388-0.718) was the only factor protector. Self-reported reasons for relapse differed over time, with individuals with earlier relapse relating to relapse due to chemical dependency (45% vs 20.5%), anxiety (39.2% vs 27.3%) and irritation (20.5% vs 13.4%) and individuals with late relapse relating to stress from everyday problems (35.5% vs 23.1%), exposure to risky situations (19.6% vs 9, 2%) and living with smokers outside the home (10.7% vs 5.6%). Conclusion: The factor associated with early relapse was chemical dependency and the protector having performed previous behavioral therapy. The self-reported reasons for early relapse were, again, chemical dependency, in addition to anxiety and irritation, while for late relapse were stress, exposure to risky situations and living with smokers outside the home.
Introdução: A recaída faz parte da história natural dos pacientes tabagistas. A frequência das recaídas é diferente ao longo do tempo, e o processo de recaída parece ser diferente em relação ao tempo desde a cessação. Os motivos e as características dos indivíduos quanto à recaída parecem ser diferentes naqueles que recaem precocemente em comparação ao que recaem mais tardiamente, podendo relacionar-se a isso fatores associados à dependência química e comportamental, além de fatores sociais, econômicos e pessoais dos fumantes. Objetivo: Investigar os fatores e os motivos autorrelatados associados à recaída em relação ao tempo. Métodos: Estudo transversal retrospectivo com fumantes que fizeram a primeira avaliação em um ambulatório para cessação de tabagismo, onde foram divididos em dois grupos, levando-se em consideração o maior tempo até a recaída em uma tentativa prévia: recaída precoce, quando o tempo foi menor que seis meses, e recaída tardia, quando o tempo foi maior que seis meses. Para analisar os fatores associados à recaída, realizou-se análise univariada, usando-se como referência o grupo com recaída precoce e avaliando-se características sociodemográficas, a história tabagística, a dependência química do cigarro e outras drogas, as comorbidades, o convívio com fumantes e o tratamento prévio. Nos fatores com p < 0,1, realizou-se a regressão logística multivariada para avaliar quais os fatores estavam associados à recaída precoce. Foram avaliadas as diferenças entre os motivos para a recaída de acordo com o tempo de recaída e com características sociodemográficas, dependência química, ansiedade e depressão. Resultados: Foram avaliados inicialmente 1.900 fumantes, mas após a exclusão por vários motivos, restaram para a análise 1.305 fumantes, sendo 623 do grupo com recaída precoce e 451 com recaída tardia. Após ajuste multivariado, o único fator associado a maior risco para a recaída precoce foi a dependência química (OR 1,170 IC95% 1,111 – 1,232), enquanto que a realização de tratamento para tabagismo com terapia cognitivo comportamental (OR 0,528 IC95% 0,388 – 0,718) foi o único fator protetor. Os motivos autorrelatados para a recaída precoce envolvem dependência química (45% vs. 20,5%), ansiedade (39,2% vs. 27,3%) e irritação (20,5% vs. 13,4%), ao passo que os indivíduos com recaída tardia se relacionaram ao estresse por problemas do dia a dia (35,5% vs. 23,1%), exposição a situação de risco (19,6% vs. 9,2%) e convívio extradomiciliar com fumantes (10,7% vs. 5,6%). Conclusão: O fator associado à recaída precoce foi dependência química, e o protetor foi a realização de terapia comportamental prévia. Os motivos autorrelatados para a recaída precoce foram, novamente, a dependência química, a ansiedade e a irritação, enquanto que, para a recaída tardia, foram o estresse, a exposição a situação de risco e o convívio extradomiciliar com fumantes.
Introdução: A recaída faz parte da história natural dos pacientes tabagistas. A frequência das recaídas é diferente ao longo do tempo, e o processo de recaída parece ser diferente em relação ao tempo desde a cessação. Os motivos e as características dos indivíduos quanto à recaída parecem ser diferentes naqueles que recaem precocemente em comparação ao que recaem mais tardiamente, podendo relacionar-se a isso fatores associados à dependência química e comportamental, além de fatores sociais, econômicos e pessoais dos fumantes. Objetivo: Investigar os fatores e os motivos autorrelatados associados à recaída em relação ao tempo. Métodos: Estudo transversal retrospectivo com fumantes que fizeram a primeira avaliação em um ambulatório para cessação de tabagismo, onde foram divididos em dois grupos, levando-se em consideração o maior tempo até a recaída em uma tentativa prévia: recaída precoce, quando o tempo foi menor que seis meses, e recaída tardia, quando o tempo foi maior que seis meses. Para analisar os fatores associados à recaída, realizou-se análise univariada, usando-se como referência o grupo com recaída precoce e avaliando-se características sociodemográficas, a história tabagística, a dependência química do cigarro e outras drogas, as comorbidades, o convívio com fumantes e o tratamento prévio. Nos fatores com p < 0,1, realizou-se a regressão logística multivariada para avaliar quais os fatores estavam associados à recaída precoce. Foram avaliadas as diferenças entre os motivos para a recaída de acordo com o tempo de recaída e com características sociodemográficas, dependência química, ansiedade e depressão. Resultados: Foram avaliados inicialmente 1.900 fumantes, mas após a exclusão por vários motivos, restaram para a análise 1.305 fumantes, sendo 623 do grupo com recaída precoce e 451 com recaída tardia. Após ajuste multivariado, o único fator associado a maior risco para a recaída precoce foi a dependência química (OR 1,170 IC95% 1,111 – 1,232), enquanto que a realização de tratamento para tabagismo com terapia cognitivo comportamental (OR 0,528 IC95% 0,388 – 0,718) foi o único fator protetor. Os motivos autorrelatados para a recaída precoce envolvem dependência química (45% vs. 20,5%), ansiedade (39,2% vs. 27,3%) e irritação (20,5% vs. 13,4%), ao passo que os indivíduos com recaída tardia se relacionaram ao estresse por problemas do dia a dia (35,5% vs. 23,1%), exposição a situação de risco (19,6% vs. 9,2%) e convívio extradomiciliar com fumantes (10,7% vs. 5,6%). Conclusão: O fator associado à recaída precoce foi dependência química, e o protetor foi a realização de terapia comportamental prévia. Os motivos autorrelatados para a recaída precoce foram, novamente, a dependência química, a ansiedade e a irritação, enquanto que, para a recaída tardia, foram o estresse, a exposição a situação de risco e o convívio extradomiciliar com fumantes.