O que o pediatra olha em uma foto quando ele diz que o recém-nascido tem dor?
Data
2020-12-18
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
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Resumo
Objective: To verify the points of gaze fixation of pediatricians during the decision process regarding the presence or absence of pain in photos of newborns infants. Method: Experimental study, involving 38 pediatricians (92% female, 34.6±9.0 years, 22 neonatologists) who evaluated 20 photos (2 photos of each newborn: one at rest and one during a painful procedure), presented in random order for each participant, for 7 seconds, each photo. The Tobii TX300 equipment tracked eye movements in 4 areas of interest (mouth, eyes, forehead and nasolabial forrow). For each photo, pediatricians evaluated the intensity of pain and assigned a score from 0 to 10 (0 = no pain; 10 = maximum pain). The number of photos in which pediatricians fixed their gaze, the number of gaze fixations, and the total and average time of gaze fixations were compared among the areas of interest, by variance analysis (ANOVA). The visual tracking variables of the photos' evaluations were also compared using ANOVA, according to the perception of pain: present (score 6 to 10), undefined (3 to 5) and absent (0 to 2). The association between the total time of gaze fixations in the areas of interest and pain perception was assessed by logistic regression. Results: Pediatricians fixed their eyes on a greater number of photos in the mouth than in the nasolabial forrow. The number of gaze fixations was greater in the mouth, eyes and forehead than in the nasolabial forrow, and the total time of gaze fixation in the mouth and forehead was greater than in the nasolabial forrow. Controlling for the time of gaze fixation in the areas of interest, each additional second in the time of gaze fixation in the mouth (OR 1.26; 95% CI: 1.08-1.46) and in the forehead (OR 1.16; 95% CI: 1.02-1.33) was associated with an increase in the chance of the presence of pain perception in the photo presented. Conclusions: When challenged to say whether or not pain is present in photos of newborns' faces, pediatricians fix their gaze preferably in the mouth. The time of gaze fixation in the mouth and forehead is associated with an increase in the perception of the presence of pain.
Objetivo: Verificar os pontos de fixação do olhar de pediatras durante o processo de decisão a respeito da presença ou não de dor em fotos de recém-nascidos. Método: Estudo experimental, envolvendo 38 pediatras (92% feminino, 34,6±9,0 anos, 22 neonatologistas) que avaliaram 20 fotos (2 fotos de cada recém-nascido: uma em repouso e outra durante procedimento doloroso), apresentadas em ordem aleatória para cada participante, por 7 segundos, cada foto. O equipamento Tobii TX300 rastreou os movimentos oculares em 4 áreas de interesse (boca, fenda palpebral, fronte e sulco nasolabial). Para cada foto, os pediatras avaliaram a intensidade da dor e conferiram um escore de 0 a 10 (0=sem dor; 10=dor máxima). Comparou-se, entre as áreas de interesse, o número de fotos em que os pediatras fixaram o olhar, o número de fixações do olhar e o tempo total e médio das fixações do olhar, por meio da análise de variância (ANOVA). As variáveis do rastreamento visual nas avaliações das fotos também foram comparadas por meio da ANOVA, de acordo com a percepção de dor: presente (escore 6 a 10), indefinida (3 a 5) e ausente (0 a 2). A associação entre o tempo total de fixação do olhar nas áreas de interesse e a percepção da dor foi avaliada pela regressão logística. Resultados: Pediatras fixaram o olhar em um maior número de fotos na boca do que no sulco nasolabial. O número de fixações do olhar foi maior na boca, fenda palpebral e fronte do que no sulco nasolabial e o tempo total de fixação do olhar na boca e na fronte maior do que no sulco nasolabial. Controlando-se para o tempo de fixação do olhar nas áreas de interesse, cada segundo a mais no tempo de fixação na boca (OR 1,26; IC95%: 1,08-1,46) e na fronte (OR 1,16; IC95%: 1,02-1,33) associou-se a um aumento na chance de percepção de dor presente na foto apresentada. Conclusões: Quando desafiados a dizer se a dor está ou não presente em fotos de faces de recém-nascidos, os pediatras fixam o olhar preferencialmente na boca. O tempo de fixação do olhar na boca e na fronte associam-se a aumento na percepção de dor presente.
Objetivo: Verificar os pontos de fixação do olhar de pediatras durante o processo de decisão a respeito da presença ou não de dor em fotos de recém-nascidos. Método: Estudo experimental, envolvendo 38 pediatras (92% feminino, 34,6±9,0 anos, 22 neonatologistas) que avaliaram 20 fotos (2 fotos de cada recém-nascido: uma em repouso e outra durante procedimento doloroso), apresentadas em ordem aleatória para cada participante, por 7 segundos, cada foto. O equipamento Tobii TX300 rastreou os movimentos oculares em 4 áreas de interesse (boca, fenda palpebral, fronte e sulco nasolabial). Para cada foto, os pediatras avaliaram a intensidade da dor e conferiram um escore de 0 a 10 (0=sem dor; 10=dor máxima). Comparou-se, entre as áreas de interesse, o número de fotos em que os pediatras fixaram o olhar, o número de fixações do olhar e o tempo total e médio das fixações do olhar, por meio da análise de variância (ANOVA). As variáveis do rastreamento visual nas avaliações das fotos também foram comparadas por meio da ANOVA, de acordo com a percepção de dor: presente (escore 6 a 10), indefinida (3 a 5) e ausente (0 a 2). A associação entre o tempo total de fixação do olhar nas áreas de interesse e a percepção da dor foi avaliada pela regressão logística. Resultados: Pediatras fixaram o olhar em um maior número de fotos na boca do que no sulco nasolabial. O número de fixações do olhar foi maior na boca, fenda palpebral e fronte do que no sulco nasolabial e o tempo total de fixação do olhar na boca e na fronte maior do que no sulco nasolabial. Controlando-se para o tempo de fixação do olhar nas áreas de interesse, cada segundo a mais no tempo de fixação na boca (OR 1,26; IC95%: 1,08-1,46) e na fronte (OR 1,16; IC95%: 1,02-1,33) associou-se a um aumento na chance de percepção de dor presente na foto apresentada. Conclusões: Quando desafiados a dizer se a dor está ou não presente em fotos de faces de recém-nascidos, os pediatras fixam o olhar preferencialmente na boca. O tempo de fixação do olhar na boca e na fronte associam-se a aumento na percepção de dor presente.