Capacidade de monitoramento da compreensão leitora no ensino fundamental
Data
2015-12-18
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Objetivo: Elaborar um protocolo de avaliação de leitura e estudar sua propriedade de identificar capacidades de automonitoramento da compreensão leitora em escolares do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e diferenciá-los quanto ao seu desempenho nas tarefas propostas. Método: Avaliaram-se 54 alunos (34 meninas) matriculados no 5º (N = 34) e 9º anos (N = 19) do Ensino Fundamental de escolas da rede pública de São Paulo. Todos os escolares foram triados e selecionados pelo valor de taxa de leitura oral de texto e agrupados a partir de seu desempenho em testes de avaliação da compreensão leitora em: Grupo de melhor compreensão (G1): escolares com taxa e acurácia adequadas para a escolaridade, sem dificuldades na compreensão leitora; Grupo de pior compreensão (G2): escolares da mesma faixa etária que apresentam taxa e acurácia adequadas para a escolaridade e dificuldades na compreensão leitora. Os procedimentos foram realizados em dois experimentos (Oakhill et al., 2005): Experimento 1: Para cada ano escolar foram adaptados dois textos narrativos/crônicas acompanhados de oito questões para avaliar a compreensão da passagem lida. Duas frases com erros de concordância e duas não-palavras substituíram elementos correspondentes originais do texto. Na condição de monitoramento espontâneo foi solicitado aos escolares que lessem o texto oralmente, com atenção, pois responderiam às questões após a leitura. A análise considerou o computo de hesitações, auto-correções, repetições e erros durante a leitura. Na condição de monitoramento dirigido, eles foram instruídos a lerem o texto oral ou silenciosamente e informados de que algumas partes do texto poderiam não fazer sentido. Deveriam, então, sublinhar o que não entendessem. A análise se deu pelo cômputo das palavras e frases sublinhadas. Experimento 2: Foram utilizados três textos expositivos para cada ano escolar, cada um com seis frases longas. Em um dos textos, as inconsistências apareceram em sentenças adjacentes, em outro texto apareceram em sentenças distantes e um dos textos não apresentou inconsistências. Os escolares foram instruídos a lerem o texto de acordo com sua preferência e a indicarem se havia, ou não, alguma inconsistência no texto (01 ponto para o acerto e 0 para erro). As comparações foram feitas por meio do Teste de Mann-Whitney e ANOVA. Resultados: No experimento 1, observou-se diferença entre os grupos apenas na condição de monitoramento espontâneo, quando se analisou a variável hesitações em nível frasal no 9º ano, e na condição de monitoramento dirigido, em nível frasal no 5º ano. O experimento 2 não mostrou diferença entre o melhor e o pior nível de compreensão leitora em nenhuma das variáveis testadas, entretanto, observou-se efeito da variável de inconsistência sobre os desempenhos do 5o. ano com pior desempenho para identificar Inconsistências Adjacentes em ambos os grupos. Conclusão: O protocolo elaborado para investigar o automonitoramento da compreensão leitora diferenciou bons e maus compreendedores do 9º ano na condição espontânea e, do 5º ano quando o monitoramento foi dirigido. Quanto às detecções de inconsistências adjacentes e distantes, os textos do 5º ano mostraram-se adequados para todos os escolares na detecção das adjacentes.
Descrição
Citação
BUENO, Gabriela Juliane. Capacidade de monitoramento da compreensão leitora no ensino fundamental. 2015. 59 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2015.