Cotas para a população negra nas universidades estaduais brasileiras: da precariedade dos dados aos novos desafios.
Data
2024-05
Tipo
Relatório
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Resumo
Este relatório técnico, intitulado “Cotas para a população negra nas universidades estaduais brasileiras: da precariedade dos dados aos novos desafios”, elaborado pelos pesquisadores do Grupo de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência (SoU_Ciência), vinculado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), apresenta um diagnóstico sobre as ações afirmativas, notadamente a reserva de vagas para a população negra nas universidades estaduais brasileiras e uma análise das políticas de cotas dessas instituições.
A pesquisa se inicia com um levantamento bibliográfico e uma análise documental a fim de compreender a complexidade e a diversidade das políticas de cotas, contudo, enfrenta desafios de inconsistência nos dados e heterogeneidade dos sistemas de cotas por região e instituição. Foram utilizados também os microdados do Censo da Educação Superior (CES), do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), de 2009 a 2022. O Censo é um instrumento fundamental para obtenção de dados e geração de informações que subsidiam a formulação, o monitoramento e a avaliação das políticas públicas das Instituições de Educação Superior (IES) brasileiras, além de ser uma ferramenta potente para a elaboração de estudos e pesquisas. O Censo coleta informações sobre as IES, os cursos de graduação e sequenciais de formação específica e sobre os discentes e docentes vinculados a esses cursos.
A análise quantitativa concentrou-se nos estudantes dos cursos presenciais de graduação das universidades estaduais, e a qualitativa expandiu a compreensão dessas políticas e suas dinâmicas. Entre os principais resultados, destacam-se a inconsistência das informações prestadas por parte significativa das universidades públicas estaduais à plataforma de coleta de dados (Censup), do Inep, órgão público brasileiro responsável por organizá-las. Como consequência dessas lacunas, registra-se a impossibilidade de realizar uma análise consistente do impacto das políticas de ações afirmativas nessas instituições.