Influência do hipotiroidismo central no índice Doppler de performance miocárdica

Data
2003
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introdução: O indice de performance miocardica (IPM) obtido pela ecocardiografia Doppler, tem sido utilizado para avaliacao da funcao ventricular global em cardiopatias de diversas etiologias. O hormonio tiroidiano influencia a performance miocardica por acao direta e tambem indireta, por modificacoes na circulacao periferica. Os intervalos de tempo sistolicos podem ser alterados pelo hipotiroidismo e sao considerados marcadores da acao periferica do hormonio tiroidiano. Como o tempo de contracao isovolumetrica (TCIV) e parte do IPM, o objetivo do estudo foi avaliar o possivel efeito do hipotiroidismo central (HC) no IPM. Metodos: O estudo incluiu 28 voluntarios saudaveis (12 homens, 36 ± 8,6 anos) e sete pacientes com HC (tres homens, 35 ± 7,7 anos) sem doenca cardiaca. O IPM foi definido como a soma do TCIV e do tempo de relaxamento isovolumetrico (TRIV) dividida pelo tempo de ejecao. Os intervalos de tempo pelo Doppler pulsatil foram obtidos com amostra de volume posicionada na ponta dos folhetos da valva mitral e na via de saida do ventriculo esquerdo (VE), a partir da media de cinco batimentos consecutivos, obtida por um observador sem conhecimento do diagnostico clinico. A fracao de ejecao do VE, frequencia cardiaca e pressao arterial tambem foram medidos. Apos a avaliacao inicial, os pacientes foram submetidos a terapia de reposicao hormonal com tiroxina e o estudo foi repetido apos 35 a 42 dias. Resultados: O IPM foi significantemente maior nos pacientes com HC (0,54 ± 0,08) do que nos controles (0,40 ± 0,05) (p=0,002). A alteracao do IPM foi causada pelo prolongamento do TCIV (83 ± 22,2 ms vs. 39 ± 9,6 ms; p=0,001), sem variacao significante do TRIV e tempo de ejecao. Apos reposicao hormonal houve reducao significante do IPM (0,54 ± 0,08 vs. 0,42 ± 0,07; p=0,028) e TCIV (83 ± 22,2 ms vs. 42 ± 12,3 ms; p=0,027), associada a uma elevacao significante dos niveis de tiroxina livre (0,44 ± 0,15 ng/dL vs. 1,14 ± 0,43 ng/dL; p=0,028). A fracao de ejecao do VE, frequencia cardiaca e pressao arterial nao se alteraram significantemente. Conclusao: O IPM foi elevado nos pacientes com HC, mesmo com funcao sistolica global preservada. A elevacao do IPM se deveu ao prolongamento do TCIV e foi revertida pela reposicao hormonal. Este achado pode significar uma potencial limitacao para o uso do IPM na avaliacao da funcao do VE em doencas cardiacas em que coexista disfuncao contratil e hipotiroidismo
Descrição
Citação
São Paulo: [s.n.], 2003. 60 p.