O comportamento suicida em Assis/SP: análise epidemiológica e qualitativa
Data
2020-12-18
Autores
Silva, Daniel Augusto da 
Orientadores
Marcolan, Joao Fernando
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introduction: It is estimated that one person every 38 seconds dies by suicide worldwide. Objective: To analyze the epidemiological profile of suicidal behavior in the city of Assis / SP. Methods: Exploratory-descriptive, quantitative and qualitative research, statistical analysis for quantitative data and theoretical framework for content analysis for qualitative data. Data collection carried out between December 2017 and November 2019, with 113 participants who attempted suicide and who were attending the Emergency Care Unit in Assis / SP. An interview was conducted using a semi-structured questionnaire prepared by the authors, recorded on audio, and application of the Beck Depression Inventory. Variables analyzed were sex, age, marital status, sexual orientation, color / race, having children, education level, previous diagnosis for depression / other mental disorder Project approved by the Research Ethics Committee of the Federal University of São Paulo. Results: Among the 113 (100.0%) participants, 86 (76.1%) were female; age varied between 14 and 65 years, with an average of 32.4 years; Most self-declared to be heterosexual, white, single and married / in a stable relationship, without children, with complete high school education, with a previous diagnosis of mental disorder mostly mood disorder, not using drugs. Traumatic events were associated with suicidal behavior by 100 (88.5%) participants, plus incidents of unemployment and financial problems, physical violence and bullying. Most denied a history of suicidal behavior in family members and close people. Place of occurrence of attempted suicide was personal residence for 87 (77.0%) participants; 24 (21.2%) participants affirmed suicide planning, 80 (70.8%) had a personal history of previous suicide attempt, exogenous self-poisoning was the method most used in suicide attempts (73.3%); most decided to attempt suicide due to depressive symptoms and problems in affective relationships, did not give warnings or information about what they would do; half of the participants had no future plan for attempting suicide. Protection factors related to the family model and social / cultural factors. According to the Beck Depression Inventory, 91 (80,5%) presented depressive symptoms, of which 59 (62.1%) participants had no previous diagnosis of depression, 7 (11.9%) were scored for dysphoria and 48 (81.4%) for depression; of the 36 (37.9%) who stated previous diagnosis for depression, 1 (2.8%) was scored for mild depression, 7 (19.4%) for moderate depression and 28 (77.8%) for severe depression. Conclusion: Sociodemographic characteristics related to suicidal behavior in Assis / SP correspond to the national and global reality, with most suicide attempts made by women, at a young age. Qualitative analysis leads to the conclusion that there is an association between family relationships, a history of traumatic experiences and suicidal behavior. Depressive symptoms and problems in affective relationships were the biggest reasons for men and women to attempt suicide.
Introdução: Estima-se que uma pessoa a cada 38 segundos morre por suicídio em todo o mundo. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico do comportamento suicida na cidade de Assis/SP. Métodos: Pesquisa exploratória-descritiva, quanti-qualitativa, análise estatística para dados quantitativos e referencial teórico da análise de conteúdo para dados qualitativos. Coleta de dados realizada entre dezembro de 2017 a novembro de 2019, com 113 participantes que cometeram tentativa de suicídio e em atendimento na Unidade de Pronto Atendimento de Assis/SP. Realizada entrevista com uso de questionário semiestruturado elaborado pelos autores, gravada em áudio, e aplicação do Inventário de Depressão de Beck. Variáveis analisadas foram sexo, idade, estado civil, orientação sexual, cor/raça, ter filhos, grau de instrução, diagnóstico prévio para depressão/outro transtorno mental Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo. Resultados: Dentre os 113 (100,0%) participantes, 86 (76,1%) eram do sexo feminino; idade variou entre 14 e 65 anos, com média de 32,4 anos; maioria autodeclarou ser heterossexual, branca, solteira e casada/união estável, sem filhos, com ensino médio completo, com diagnóstico prévio de transtorno mental majoritariamente transtorno do humor, não usar drogas. Eventos traumáticos foram associados ao comportamento suicida por 100 (88,5%) participantes, também incidentes desemprego e problema financeiro, violência física e bullying. Maioria negou histórico de comportamento suicida em familiares e pessoas próximas. Local de ocorrência de tentativa de suicídio foi residência pessoal para 87 (77,0%) participantes; 24 (21,2%) participantes afirmaram planejamento do suicídio, 80 (70,8%) ter histórico pessoal de tentativa de suicídio anterior, autointoxicação exógena foi método mais empregado nas tentativas de suicídio (73,3%); maioria decidiu pela tentativa de suicídio devido aos sintomas depressivos e problemas nas relações afetivas, não deu avisos ou informações a respeito do que iria fazer; metade dos participantes não tinha plano futuro para tentativa de suicídio. Fatores de proteção relacionados ao modelo familiar e fatores sociais/culturais. Pelo Inventário de Depressão de Beck, 91 (80,5%) apresentaram sintomatologia depressiva, sendo que dos 59 (62,1%) participantes que não tinham diagnóstico prévio de depressão, 7 (11,9%) foram pontuados para disforia e 48 (81,4%) para depressão; dos 36 (37,9%) que afirmaram diagnóstico prévio para depressão, 1 (2,8%) foi pontuado para depressão leve, 7 (19,4%) para depressão moderada e 28 (77,8%) para depressão grave. Conclusão: Características sociodemográficas relacionadas ao comportamento suicida em Assis/SP correspondem à realidade nacional e mundial, com maioria das tentativas de suicídio realizadas por mulheres, na idade jovem. Análise qualitativa leva a concluir a existência da associação entre as relações familiares, o histórico de experiências traumáticas e o comportamento suicida. Sintomas depressivos e problemas nas relações afetivas foram os principais motivos para tentativa de suicídio.
Introdução: Estima-se que uma pessoa a cada 38 segundos morre por suicídio em todo o mundo. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico do comportamento suicida na cidade de Assis/SP. Métodos: Pesquisa exploratória-descritiva, quanti-qualitativa, análise estatística para dados quantitativos e referencial teórico da análise de conteúdo para dados qualitativos. Coleta de dados realizada entre dezembro de 2017 a novembro de 2019, com 113 participantes que cometeram tentativa de suicídio e em atendimento na Unidade de Pronto Atendimento de Assis/SP. Realizada entrevista com uso de questionário semiestruturado elaborado pelos autores, gravada em áudio, e aplicação do Inventário de Depressão de Beck. Variáveis analisadas foram sexo, idade, estado civil, orientação sexual, cor/raça, ter filhos, grau de instrução, diagnóstico prévio para depressão/outro transtorno mental Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo. Resultados: Dentre os 113 (100,0%) participantes, 86 (76,1%) eram do sexo feminino; idade variou entre 14 e 65 anos, com média de 32,4 anos; maioria autodeclarou ser heterossexual, branca, solteira e casada/união estável, sem filhos, com ensino médio completo, com diagnóstico prévio de transtorno mental majoritariamente transtorno do humor, não usar drogas. Eventos traumáticos foram associados ao comportamento suicida por 100 (88,5%) participantes, também incidentes desemprego e problema financeiro, violência física e bullying. Maioria negou histórico de comportamento suicida em familiares e pessoas próximas. Local de ocorrência de tentativa de suicídio foi residência pessoal para 87 (77,0%) participantes; 24 (21,2%) participantes afirmaram planejamento do suicídio, 80 (70,8%) ter histórico pessoal de tentativa de suicídio anterior, autointoxicação exógena foi método mais empregado nas tentativas de suicídio (73,3%); maioria decidiu pela tentativa de suicídio devido aos sintomas depressivos e problemas nas relações afetivas, não deu avisos ou informações a respeito do que iria fazer; metade dos participantes não tinha plano futuro para tentativa de suicídio. Fatores de proteção relacionados ao modelo familiar e fatores sociais/culturais. Pelo Inventário de Depressão de Beck, 91 (80,5%) apresentaram sintomatologia depressiva, sendo que dos 59 (62,1%) participantes que não tinham diagnóstico prévio de depressão, 7 (11,9%) foram pontuados para disforia e 48 (81,4%) para depressão; dos 36 (37,9%) que afirmaram diagnóstico prévio para depressão, 1 (2,8%) foi pontuado para depressão leve, 7 (19,4%) para depressão moderada e 28 (77,8%) para depressão grave. Conclusão: Características sociodemográficas relacionadas ao comportamento suicida em Assis/SP correspondem à realidade nacional e mundial, com maioria das tentativas de suicídio realizadas por mulheres, na idade jovem. Análise qualitativa leva a concluir a existência da associação entre as relações familiares, o histórico de experiências traumáticas e o comportamento suicida. Sintomas depressivos e problemas nas relações afetivas foram os principais motivos para tentativa de suicídio.