Professoras com deficiência na escola: percursos e percalços nos processos de inclusão
Data
2024-09-03
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
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Resumo
Nas últimas décadas, os processos de inclusão escolar de alunos com deficiência tem sido objeto de estudo em várias áreas de conhecimento, mas pouco se sabe sobre a inclusão de professores com deficiência nos espaços escolares. Nesta direção, esta pesquisa teve por objetivo investigar e compreender a atuação de professoras com deficiência que atuam na educação infantil na rede pública de ensino municipal de São Paulo. A investigação visou ampliar o debate sobre inclusão na escola, em especial com relação às professoras que ingressaram na rede através do sistema de reserva de vagas para pessoas com deficiência, assim como daquelas que adquiriram alguma deficiência ao longo da carreira docente. Desta forma, partimos da história da feminização da carreira docente, para compreendermos o processo histórico que tornou a presença feminina majoritária na profissão, os processos e marcos legais que possibilitaram a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e na escola no Brasil. Buscamos compreender na perspectiva das participantes do estudo, questões relativas às suas trajetórias de escolarização e os processos de inclusão no campo educacional como profissionais, além de suas vivências cotidianas como educadoras. Fundamentada numa perspectiva histórico-cultural, a pesquisa analisou dados sobre escolarização e inclusão profissional de pessoas com deficiência, assim como sobre acessibilidade e desafios docente diante do plano de carreira com relação às especificidades vividas por tais professoras. A análise de dados aponta que apesar da política de inclusão ser uma conquista histórica fundamental, e o campo da educação ser visto como um espaço favorável à ampliação do debate sobre inclusão, é necessário que haja outros instrumentos legais que favoreçam a inserção dessas profissionais nas escolas, com adaptações necessárias para o exercício pleno de suas atividades como educadoras, já que tais espaços são apontados como pouco preparados para as acolher no âmbito estrutural e social, refletindo na qualidade do trabalho cotidiano e na permanência na carreira docente.