Impacto adicional de práticas não farmacológicas associadas ao tratamento medicamentoso nos sintomas do refluxo laringofaríngeo
Data
2018-10-25
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Gastroesophageal reflux (GER) is a spontaneous movement of the gastric contents of
the stomach into the esophagus, considered physiological. When the reflux product
reaches the supraesophageal regions - pharynx and larynx - symptoms of
laryngopharyngeal reflux (LPR) occur, characterized by dysfunction in the upper
esophageal sphincter (UES). The most frequent symptoms of LPR are: pharyngeal
globus, throat clearing, halitosis, dysphonia, odynophagia, dysphagia, regurgitation,
cough, among others; having as characteristic signs subglottic edema, ventricular
obliteration, erythema/hyperemia, vocal fold edema, diffuse laryngeal edema,
interaritenoid hypertrophy, granuloma/granulation tissue, thick endolaryngeal mucus,
among others. LPR is a disease with a negative impact on quality of life. Objective:
To evaluate the additional contribution of non-pharmacological measures
simultaneous to drug treatment in the symptoms of laryngopharyngeal reflux. Method:
This is a randomized clinical study, performed at the Unifesp - Escola Paulista de
Medicina, in the Laryngology and Voice Ambulatory, which is part of the Department
of Otorhinolaryngology and Head and Neck Surgery. The sample consisted of 32
patients, divided by lot in two groups, A and B, and both groups underwent
pharmacological treatment. Only group A performed simultaneous treatment with the
behavioral measures. The treatment lasted for 90 days, divided into three visits, the
first one for the diagnosis through videolaryngoscopy and application of the scale of
symptoms, the second to reinforce the adherence to the treatment, and the third to
finish the study, with a new scale application of symptoms. For diagnosis of the
patients, two otorhinolaryngologists, who filled out the Reflux Finding Score (RFS)
scale, analyzed the videolaryngoscopy images. The reliability analysis of the total
score of the RFS (signal scale) was done with the total sample, using the intraclass
correlation coefficient (ICC). To assess the additional contribution of pharmacological
measures concurrent to drug treatment in RLF symptoms, the groups A (medication +
orientation) and B (medication) were compared in the initial moment in relation to age
and signs and symptoms; after 15 days in relation to the adhesion and, after three
months, in relation to the improvement of the symptoms. For all statistical tests used
in these comparisons, the level of significance was set at 5%. Results:The sample
consisted of 62% female, 69% workers, mean age 49.3 years (26 to 83 years).
According to the scale of signs observed in videolaryngoscopy for LPR diagnosis, the value of the intraclass correlation coefficient referring to the concordance of the total
Reflux Finding Score - RFS, in the study performed by two observers with 32 subjects
were 0.560 (95% IC: 0.267 – 0.758), indicating moderate / satisfactory reliability.
According to the assessment at baseline, the groups were similar in age; total score
scale (mean=9.8 and standard deviation=2.57) and total symptom scale score
(mean=15.1 and standard deviation=8.84). The RLF diagnosis was considered
positive when the IHR criterion was> = 13 and or RFS > = 7, the symptoms presented
approximately 18/32 (56.3%) and the signs were positive in 27/32 (84.4%). Patients in
both groups were similar about adherence to treatment: 93.8% of patients took the
medication regularly, 84.4% did not feel discomfort with medication and 81.3% stated
that they were easily able to perform behavioral measures. In the whole sample there
was an improvement in the intensity of the symptoms (total score), from the pre-post
treatment moment in the whole sample (p=0.001). The reduction of the total score
scale was statistically significant in Group A (p=0.031) and in Group B (p=0.008). When
analyzing in which of the groups the patients improved, no statistically significant
difference was found (p=0.659). Conclusion: There was similar improvement in
symptoms in the two groups of patients, those receiving exclusive pharmacological
treatment and those receiving concomitant non-pharmacological guidance, however,
no additional impact of behavioral measures was observed in this group of patients
with symptoms of laryngopharyngeal reflux.
O refluxo gastroesofágico (RGE) é um movimento espontâneo do conteúdo gástrico do estômago para o esôfago, considerado fisiológico. Quando o produto do refluxo atinge as regiões supraesofágica – faringe e laringe – ocorrem os sintomas de Refluxo laringofaríngeo (RLF), caracterizado por disfunção no esfíncter esofágico superior (EES). Os sintomas mais frequentes do RLF são: globus faríngeo, pigarro, halitose, disfonia, odinofagia, disfagia, regurgitação, tosse, entre outros; tendo como sinais característicos edema subglótico, obliteração dos ventrículos, eritema/hiperemia, edema das pregas vocais, edema laríngeo difuso, hipertrofia interaritenoidea, granuloma/tecido de granulação, muco endolaríngeo espesso, dentre outros. O RLF é uma doença com impacto negativo na qualidade de vida. Objetivo: Avaliar a contribuição adicional de medidas não farmacológicas simultâneo ao tratamento medicamentoso nos sintomas do refluxo laringofaríngeo. Método: Trata-se de estudo clínico randomizado, realizado nas dependências da Unifesp - Escola Paulista de Medicina, no Ambulatório de Laringologia e Voz, que faz parte do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço. A amostra foi composta por 32 pacientes, divididos por meio de sorteio em dois grupos, A e B, sendo que ambos os grupos fizeram tratamento farmacológico. Somente o grupo A realizou tratamento simultâneo com as medidas comportamentais. O tratamento teve duração de 90 dias, divididos em três consultas, sendo a primeira para o diagnóstico por meio de videolaringoscopia e aplicação da escala dos sintomas, a segunda para reforçar a aderência ao tratamento e a terceira para finalizar o estudo, com nova aplicação da escala de sintomas. Para diagnóstico dos pacientes, foram analisadas as imagens de videolaringoscopia por dois médicos Otorrinolaringologistas, que preencheram a escala de sinais Reflux Finding Score (RFS). A análise de confiabilidade do escore total da RFS (escala de sinais) foi feita com o total da amostra, por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI). Para avaliar a contribuição adicional de medidas farmacológicas simultâneo ao tratamento medicamentoso nos sintomas de RLF, os grupos A (medicação + orientação) e B (medicação) foram comparados no momento inicial em relação à idade e aos sinais e sintomas; após 15 dias sem relação à aderência e, após três meses, em relação à melhora dos sintomas. Para todos os testes estatísticos utilizados nestas comparações, considerou-se o nível de significância de 5%. Resultados: A amostra foi composta de 62% do sexo feminino, 69% trabalhadores, idade média 49,3 anos (26 a 83 anos). De acordo com a escala de sinais observados na videolaringoscopia para diagnóstico de RLF, o valor do coeficiente de correlação intraclasse referente à concordância do escore total do “Reflux Finding Score – RFS”, no estudo realizado por 2 observadores com 32 indivíduos foi de 0,560 (IC 95% : 0,267 – 0,758), indicando confiabilidade moderada/ satisfatória. De acordo com a avaliação no início do estudo, os grupos foram semelhantes quanto à idade; escore total da escala de sinais (média=9,8 e desviopadrão= 2,57) e escore total da escala de sintomas (média=15,1 e desviopadrão= 8,84). O diagnóstico RLF foi considerado positivo quando o parâmetro de RSI foi > = 13 e/ ou RFS > = 7. Os sintomas foram positivos em 18/32 (56,3%) e os sinais foram positivos em 27/32 (84,4%). Os pacientes de ambos os grupos foram semelhantes em relação à aderência ao tratamento: 93,8% dos pacientes tomaram o remédio regularmente, 84,4% não sentiram desconforto com a medicação e 81,3% afirmaram ter facilidade na realização das medidas comportamentais. Em toda a amostra houve melhora da intensidade dos sintomas (escore total), do momento pré para o momento pós-tratamento em toda a amostra (p=0,001). A redução do escore total da escala de sintomas foi estatisticamente significante no Grupo A (p=0,031) e no Grupo B (p=0,008). Ao analisar em qual dos grupos os pacientes melhoraram, não foi encontrada diferença estatisticamente significante (p=0,659). Conclusão: Houve melhora dos sintomas de modo semelhante nos dois grupos de pacientes, os que receberam tratamento farmacológico exclusivo e aqueles que receberam orientação não farmacológica concomitantemente, entretanto, não foi observado impacto adicional das medidas comportamentais neste grupo de pacientes com sintomas de refluxo laringofaríngeo.
O refluxo gastroesofágico (RGE) é um movimento espontâneo do conteúdo gástrico do estômago para o esôfago, considerado fisiológico. Quando o produto do refluxo atinge as regiões supraesofágica – faringe e laringe – ocorrem os sintomas de Refluxo laringofaríngeo (RLF), caracterizado por disfunção no esfíncter esofágico superior (EES). Os sintomas mais frequentes do RLF são: globus faríngeo, pigarro, halitose, disfonia, odinofagia, disfagia, regurgitação, tosse, entre outros; tendo como sinais característicos edema subglótico, obliteração dos ventrículos, eritema/hiperemia, edema das pregas vocais, edema laríngeo difuso, hipertrofia interaritenoidea, granuloma/tecido de granulação, muco endolaríngeo espesso, dentre outros. O RLF é uma doença com impacto negativo na qualidade de vida. Objetivo: Avaliar a contribuição adicional de medidas não farmacológicas simultâneo ao tratamento medicamentoso nos sintomas do refluxo laringofaríngeo. Método: Trata-se de estudo clínico randomizado, realizado nas dependências da Unifesp - Escola Paulista de Medicina, no Ambulatório de Laringologia e Voz, que faz parte do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço. A amostra foi composta por 32 pacientes, divididos por meio de sorteio em dois grupos, A e B, sendo que ambos os grupos fizeram tratamento farmacológico. Somente o grupo A realizou tratamento simultâneo com as medidas comportamentais. O tratamento teve duração de 90 dias, divididos em três consultas, sendo a primeira para o diagnóstico por meio de videolaringoscopia e aplicação da escala dos sintomas, a segunda para reforçar a aderência ao tratamento e a terceira para finalizar o estudo, com nova aplicação da escala de sintomas. Para diagnóstico dos pacientes, foram analisadas as imagens de videolaringoscopia por dois médicos Otorrinolaringologistas, que preencheram a escala de sinais Reflux Finding Score (RFS). A análise de confiabilidade do escore total da RFS (escala de sinais) foi feita com o total da amostra, por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI). Para avaliar a contribuição adicional de medidas farmacológicas simultâneo ao tratamento medicamentoso nos sintomas de RLF, os grupos A (medicação + orientação) e B (medicação) foram comparados no momento inicial em relação à idade e aos sinais e sintomas; após 15 dias sem relação à aderência e, após três meses, em relação à melhora dos sintomas. Para todos os testes estatísticos utilizados nestas comparações, considerou-se o nível de significância de 5%. Resultados: A amostra foi composta de 62% do sexo feminino, 69% trabalhadores, idade média 49,3 anos (26 a 83 anos). De acordo com a escala de sinais observados na videolaringoscopia para diagnóstico de RLF, o valor do coeficiente de correlação intraclasse referente à concordância do escore total do “Reflux Finding Score – RFS”, no estudo realizado por 2 observadores com 32 indivíduos foi de 0,560 (IC 95% : 0,267 – 0,758), indicando confiabilidade moderada/ satisfatória. De acordo com a avaliação no início do estudo, os grupos foram semelhantes quanto à idade; escore total da escala de sinais (média=9,8 e desviopadrão= 2,57) e escore total da escala de sintomas (média=15,1 e desviopadrão= 8,84). O diagnóstico RLF foi considerado positivo quando o parâmetro de RSI foi > = 13 e/ ou RFS > = 7. Os sintomas foram positivos em 18/32 (56,3%) e os sinais foram positivos em 27/32 (84,4%). Os pacientes de ambos os grupos foram semelhantes em relação à aderência ao tratamento: 93,8% dos pacientes tomaram o remédio regularmente, 84,4% não sentiram desconforto com a medicação e 81,3% afirmaram ter facilidade na realização das medidas comportamentais. Em toda a amostra houve melhora da intensidade dos sintomas (escore total), do momento pré para o momento pós-tratamento em toda a amostra (p=0,001). A redução do escore total da escala de sintomas foi estatisticamente significante no Grupo A (p=0,031) e no Grupo B (p=0,008). Ao analisar em qual dos grupos os pacientes melhoraram, não foi encontrada diferença estatisticamente significante (p=0,659). Conclusão: Houve melhora dos sintomas de modo semelhante nos dois grupos de pacientes, os que receberam tratamento farmacológico exclusivo e aqueles que receberam orientação não farmacológica concomitantemente, entretanto, não foi observado impacto adicional das medidas comportamentais neste grupo de pacientes com sintomas de refluxo laringofaríngeo.