Revacinação em crianças submetidas a transplante autólogo e alogênico de células-tronco hematopoéticas em um centro de referência em onco-hematologia pediátrica no Brasil
Data
2016-11-04
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Background and aims: Revaccination after hematopoietic stem cell transplantation (HSCT) is a necessary step to compensate for the loss of immunological memory. The aims of this study were to evaluate the adherence to revaccination schedule and the humoral immune response to different vaccine antigens in HSCT pediatric and young adult patients. Methods: Patients submitted to HSCT who had more than 3 years after transplantation were recruited at the Instituto de Oncologia Pediátrica ? Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (IOP-GRAACC) from the Federal University of São Paulo, in Brazil. After written informed consent, a questionnaire was filled in, the vaccination card was analyzed and a blood sample was collected. Serum was separated and stored at -80°C until tested by ELISA for diphtheria, Haemophilus influenzae type b, hepatitis A, hepatitis B, tetanus, measles, rubella and varicella. Results: Sixty-three patients (mean age at HSCT, 10.7 y; range, 0.7 - 21.1 y) were evaluated. Forty-one (65%) were male; 34 (54%) had an allogeneic HSCT and 29 (46%), autologous. Mean time interval between HSCT and blood sample collection was 4.9 years (range, 3 - 10). Complete adherence to diphtheria revaccination was found in 79.4% of patients and protective antibody levels were found in 92% of those who completed the revaccination schedule; for Haemophilus influenzae type b, 68.3% of adherence and 95.3% of protection; for hepatitis A, 63.5% of adherence and 92.5% of protection; for 3 doses of hepatitis B, 86.8% of adherence and 79.2% of protection; for tetanus, 79.4% of adherence and 100% of protection; for measles and rubella, 17.5% of adherence and 100% of protection; for varicella, 7.9% of adherence and 100% of protection. The existence of a Vaccination Center for Special Immunobiologicals in patients? municipality was positively associated to complete vaccine schedule; on the other hand, chronic GVHD was inversaly associated to revaccination adherence. Conclusion: For all vaccine antigens analyzed, HSCT patients showed good seroconversion rates after complete vaccination schedule. However, a low coverage rate was observed, especially for live attenuated antigens. Revaccination after HSCT is immunogenic but more efforts should be put to increase coverage rate.
Introdução e objetivos: Devido à perda de memória imunológica que ocorre após o transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH), faz-se necessária a revacinação. Os objetivos deste estudo foram investigar a adesão a revacinação e a resposta imune humoral para diferentes antígenos vacinais em pacientes pediátricos e adultos jovens submetidos a TCTH. Métodos: Foram recrutados no Instituto de Oncologia Pediátrica ? Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (IOP-GRAACC), da Universidade Federal de São Paulo, pacientes submetidos a TCTH há pelo menos 3 anos. Após assinatura do termo de consentimento, o questionário do projeto foi preenchido, as carteiras de vacinação analisadas e uma amostra sanguínea coletada. O soro foi separado e armazenado a -80° C até ser testado através ensaio imunoenzimático para difteria, Haemophilus influenza tipo b, hepatite A, hepatite B, tétano, sarampo, rubéola e varicela. Resultados: Sessenta e três pacientes (media de 10,7 anos de idade por ocasião do TCTH; variando de 0,7 - 21) foram avaliados. Quarenta e um (65%) eram do sexo masculino, 34 (54%) realizaram transplante alogênico e 29 (46%) autólogo. O tempo médio de intervalo entre o TCTH e a coleta sanguínea foi de 4,9 anos (3 - 10). A adesão completa para a vacina difteria foi encontrada em 79,4% dos pacientes, dos quais 92% estavam protegidos; para Haemophilus influenzae tipo b foi encontrada adesão de 68,3% e proteção de 95,3%; para hepatite A, 63,5% de adesão e 92,5% de proteção; para 3 doses vacinais de hepatite B foi observada adesão de 86,8% e proteção de 79,2%; para tétano, 79,4% de adesão e 100% de proteção; para sarampo e rubéola, 17,5% de adesão e 100% de proteção; para varicela, 7,9% de adesão e 100% de proteção. A presença de um CRIE no município de domicílio esteve positivamente associado a completar o esquema vacinal; por outro lado, a DECH crônica mostrou-se inversamente associada à adesão à revacinação. Conclusão: Após adesão completa do esquema vacinal, os pacientes mostraram boas taxas de soroproteção para todos os antígenos analisados. Entretanto, foi observada baixa cobertura vacinal, principalmente para vacinas vivas atenuadas. A revacinação após o TCTH é imunogênica, no entanto, mais esforços deveriam ser dedicados de modo a aumentar a cobertura vacinal.
Introdução e objetivos: Devido à perda de memória imunológica que ocorre após o transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH), faz-se necessária a revacinação. Os objetivos deste estudo foram investigar a adesão a revacinação e a resposta imune humoral para diferentes antígenos vacinais em pacientes pediátricos e adultos jovens submetidos a TCTH. Métodos: Foram recrutados no Instituto de Oncologia Pediátrica ? Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (IOP-GRAACC), da Universidade Federal de São Paulo, pacientes submetidos a TCTH há pelo menos 3 anos. Após assinatura do termo de consentimento, o questionário do projeto foi preenchido, as carteiras de vacinação analisadas e uma amostra sanguínea coletada. O soro foi separado e armazenado a -80° C até ser testado através ensaio imunoenzimático para difteria, Haemophilus influenza tipo b, hepatite A, hepatite B, tétano, sarampo, rubéola e varicela. Resultados: Sessenta e três pacientes (media de 10,7 anos de idade por ocasião do TCTH; variando de 0,7 - 21) foram avaliados. Quarenta e um (65%) eram do sexo masculino, 34 (54%) realizaram transplante alogênico e 29 (46%) autólogo. O tempo médio de intervalo entre o TCTH e a coleta sanguínea foi de 4,9 anos (3 - 10). A adesão completa para a vacina difteria foi encontrada em 79,4% dos pacientes, dos quais 92% estavam protegidos; para Haemophilus influenzae tipo b foi encontrada adesão de 68,3% e proteção de 95,3%; para hepatite A, 63,5% de adesão e 92,5% de proteção; para 3 doses vacinais de hepatite B foi observada adesão de 86,8% e proteção de 79,2%; para tétano, 79,4% de adesão e 100% de proteção; para sarampo e rubéola, 17,5% de adesão e 100% de proteção; para varicela, 7,9% de adesão e 100% de proteção. A presença de um CRIE no município de domicílio esteve positivamente associado a completar o esquema vacinal; por outro lado, a DECH crônica mostrou-se inversamente associada à adesão à revacinação. Conclusão: Após adesão completa do esquema vacinal, os pacientes mostraram boas taxas de soroproteção para todos os antígenos analisados. Entretanto, foi observada baixa cobertura vacinal, principalmente para vacinas vivas atenuadas. A revacinação após o TCTH é imunogênica, no entanto, mais esforços deveriam ser dedicados de modo a aumentar a cobertura vacinal.
Descrição
Citação
ALVES, Fernanda Gouveia. Revacinação em crianças submetidas a transplante autólogo e alogênico de células-tronco hematopoéticas em um centro de referência em onco-hematologia pediátrica no Brasil. 2016. 115 f. Dissertação (Mestrado em Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2016.