Características sociodemográficas e perfis de uso de maconha entre brasileiros
Data
2019-09-26
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
To increase the knowledge concerning the sociodemographic characteristics, quality of life and mental health of people living in Brazil who use marijuana at least four timeper month.Methods: through advertisements on the Facebook virtual social network, 9499 individuals were recruited who agreed to participate in the survey and answered the questionnaires and scales arranged in online forms.After the electronic data capture and application of exclusion criteria, data adherence to normal distribution was verified with the Kolmogorov-Smirnov test.Participants were then allocated into three subgroups based on their reported frequency of cannabis use: ―nonusers‖ (never used or just tried); ―Occasional users‖ (up to four times a month), ―regular users‖ (between two and three times a week) and ―frequent users‖ (four or more times a week) and descriptive measures were calculated based on these subgroups. The Cramer‘s coefficient (V) was used to verify the association between the frequency of cannabis use with categorical variables, and the Kruskal-Wallis test was used to verify the association between the frequency of cannabis use with numerical variables.To verify the factors associated with the frequency of marijuana use and to estimate the magnitudes of these associations, logistic regression analyzes were performed.A significance level of 0.05 was adopted at all analyzes.Results: the analyzed sample consisted of 7850 adults (mean ± SD of 23.9 ± 7.4 years), with predominance of frequent marijuana users (60.2%), men (70.4%), living in the South, Southeast or Midwest regions (80.3%), without children (84.0%), with some religion (62.9%), working (52.8%) and higher education (56 , 5%).Significant differences were detected between non-users and user groups concerning to sociodemographic characteristics (more women, more religious, lower proportion of paid work and higher proportion of students among non-users), involvement with other drugs (experimentation and past month use, except for opiates), quality of life (worse quality of life for non-users, except in the environmental dimension) and presence of psychiatric symptoms (higher prevalence of possible cases of anxiety and depression among non-users).Conclusion: the present study gathered information about the sociodemographic characteristics, the cannabis and other drugs use, quality of life, and mental health in a sample of heavy cannabis users. Despite the limitations that are discussed, the results reveal that even a heavy pattern of cannabis use is not necessarily associated with lower quality xviii of life or with the presence of psychiatric symptoms when compared to nonusers. Studies with more robust designs are needed to better understand the relationship between frequent cannabis use with the quality of life and the mental health of Brazilian adults.
Ampliar o conhecimento acerca das características sociodemográficas, qualidade de vida e saúde mental de pessoas residentes no Brasil que utilizam maconha pelo menos uma vez por mês.Métodos: por meio de anúncios na rede social virtual Facebook foram recrutados 9499 indivíduos que concordaram em participar da pesquisa e responderam os questionários e escalasdispostos em formulários online. Após a captura eletrônica dos dados e aplicação dos critérios de exclusão, a aderência dos dados a distribuição normal foi verificada com o teste de Kolmogorov-Smirnov. Depois, os participantes foram alocados em três subgrupos com base na frequência relatada para o uso de maconha: ―não usuários‖ (nunca usou ou apenas experimentou); ―usuários ocasionais‖ (atéquatro vezes por mês), ―usuários regulares‖ (entre duas e três vezes por semana] e ―usuários frequentes‖ (quatro ou mais vezes por semana) e as medidas descritivas dos subgrupos foram calculadas. Para verificar a associação entre a frequência de uso de maconha com variáveis categóricas foi utilizado o coeficiente de Cramer (V) e o teste de Kruskal-Wallis foi utilizado para verificar a associação entre a frequência de uso de maconha com as variáveis numéricas.Para verificar os fatores associados com a frequência de uso de maconha e estimar as magnitudes dessas associações foram realizadas análises de regressão logística. Em todas as análises foi adotado o nível de significância de 0,05. Resultados:A amostra analisada foi composta por 7850 adultos (média± DP de 23,9 ± 7,4 anos), com predomínio do uso frequentede maconha (60,2%), de homens (70,4%), residentes nas regiões Sul, Sudeste ou Centro-Oeste do Brasil (80,3%), sem filhos (84,0%), com alguma religião (62,9%), com algum trabalho remunerado (52,8%) e com ensino superior (56,5%). Foram detectadas diferenças significativas entre os não usuários e os grupos de usuários em relação às características sociodemográficas (mais mulheres, mais religiosos, menor proporção que exerce algum trabalho remunerado e maior proporção de estudantes entre os não usuários), ao envolvimento com outras drogas (experimentação e uso no mês, exceto opiáceos), à qualidade de vida (pior qualidade de vida para os não usuários, exceto na dimensão ambiental) e presença de sintomas psiquiátricos (maior prevalência de possíveis casos de ansiedade e de depressão entre os não usuários).Conclusão: o xvi presente estudo reuniu informações sobre características sociodemográficas, uso de maconhae de outras drogas, qualidade de vida e saúde mental em uma amostra de usuários pesados de cannabis. Apesar das limitações discutidas no trabalho, os resultados revelam quemesmo um padrão de uso pesado de maconhanão está necessariamente associado a menor qualidade de vida ou com a presença de sintomas psiquiátricos, quando comparado com não usuários. Estudos com desenhos mais robustos são necessários para entender melhor a relação entre uso frequente de maconha com a qualidade de vida e saúde mental.
Ampliar o conhecimento acerca das características sociodemográficas, qualidade de vida e saúde mental de pessoas residentes no Brasil que utilizam maconha pelo menos uma vez por mês.Métodos: por meio de anúncios na rede social virtual Facebook foram recrutados 9499 indivíduos que concordaram em participar da pesquisa e responderam os questionários e escalasdispostos em formulários online. Após a captura eletrônica dos dados e aplicação dos critérios de exclusão, a aderência dos dados a distribuição normal foi verificada com o teste de Kolmogorov-Smirnov. Depois, os participantes foram alocados em três subgrupos com base na frequência relatada para o uso de maconha: ―não usuários‖ (nunca usou ou apenas experimentou); ―usuários ocasionais‖ (atéquatro vezes por mês), ―usuários regulares‖ (entre duas e três vezes por semana] e ―usuários frequentes‖ (quatro ou mais vezes por semana) e as medidas descritivas dos subgrupos foram calculadas. Para verificar a associação entre a frequência de uso de maconha com variáveis categóricas foi utilizado o coeficiente de Cramer (V) e o teste de Kruskal-Wallis foi utilizado para verificar a associação entre a frequência de uso de maconha com as variáveis numéricas.Para verificar os fatores associados com a frequência de uso de maconha e estimar as magnitudes dessas associações foram realizadas análises de regressão logística. Em todas as análises foi adotado o nível de significância de 0,05. Resultados:A amostra analisada foi composta por 7850 adultos (média± DP de 23,9 ± 7,4 anos), com predomínio do uso frequentede maconha (60,2%), de homens (70,4%), residentes nas regiões Sul, Sudeste ou Centro-Oeste do Brasil (80,3%), sem filhos (84,0%), com alguma religião (62,9%), com algum trabalho remunerado (52,8%) e com ensino superior (56,5%). Foram detectadas diferenças significativas entre os não usuários e os grupos de usuários em relação às características sociodemográficas (mais mulheres, mais religiosos, menor proporção que exerce algum trabalho remunerado e maior proporção de estudantes entre os não usuários), ao envolvimento com outras drogas (experimentação e uso no mês, exceto opiáceos), à qualidade de vida (pior qualidade de vida para os não usuários, exceto na dimensão ambiental) e presença de sintomas psiquiátricos (maior prevalência de possíveis casos de ansiedade e de depressão entre os não usuários).Conclusão: o xvi presente estudo reuniu informações sobre características sociodemográficas, uso de maconhae de outras drogas, qualidade de vida e saúde mental em uma amostra de usuários pesados de cannabis. Apesar das limitações discutidas no trabalho, os resultados revelam quemesmo um padrão de uso pesado de maconhanão está necessariamente associado a menor qualidade de vida ou com a presença de sintomas psiquiátricos, quando comparado com não usuários. Estudos com desenhos mais robustos são necessários para entender melhor a relação entre uso frequente de maconha com a qualidade de vida e saúde mental.
Descrição
Citação
MORAIS, Paulo Rogério. Características sociodemográficas e perfis de uso de maconha entre brasileiros que usam internet. 2019. 115f. Tese (Doutorado em Psiquiatria e Psicologia Médica) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2019.