Fatores de risco para recidiva de infecção de sítio cirúrgico em pós-operatório de osteossíntese após trauma

Data
2011-03-30
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Objectives: To evaluate, in postoperative osteosynthesis patients after trauma, the clinical-epidemiological and microbiological aspects, and the risk factors for the relapse of surgical site infection (SSI) of the patients treated according to the protocol of the osteo-articular infections at São Paulo Hospital – Federal University of São Paulo. Methods: through the retrospective were evaluated all episodes of surgical site infection that occurred from December, 2004 to December, 2008 in post-trauma patients undergoing osteosynthesis, admitted at the orthopedics department of São Paulo Hospital. The procedures that progressed to deep infection or organ / space were treated with cycles of at least 4 to 6 weeks of antibiotic therapy and followed until one year after surgery. For the analysis of risk factors related to relapse of infection after treatment was used univariate and multivariate analysis model. Results: Of the 436 patients with osteoarticular infections, 117 (26.8%) had infections after osteosynthesis. Of these, 110 patients were included with osteoarticular infections after osteosynthesis, and the majority were male (84.5%) aged 18-89 years, average 39.8 years. Few were smokers (33.6%) and alcoholics (9.1%) and most (73.6%) had no underlying disease. Motorcycle accident was the most prevalent (44.5%), 90.0% had one or two fractures, 51.8% had joint involvement and 53.6% fractures were not exposed. There was a higher prevalence of infection in the tibia / fibula, especially for the proximal and the malleolar segment (44B3 and 42C2). Most underwent one surgery only (89.1%), without conversion (87.2%), and 54.5% of plate / screw or plate / screw / Kirshner wire, with duration of surgery more than two hours (81.8%). Antibiotic prophylaxis was inadequate in 76.4% and in 76.4% the surgical repair was performed in the first five days of admission. In 37 patients the causative agent was isolated, Staphylococcus (S. aureus and SCN) was the most frequent (38.8%). In 83 (75.4%) patients were able to start antimicrobial treatment of infection in less than five days of onset of symptoms and ciprofloxacin and clindamycin were the most common. Relapses of infection in 34 (30.9%) of 110 patients, of which 19 (17.3%) persisted with infection at the end of one year follow-up and only 10 (9.1%) did not consolidate the fracture. In univariate analysis was found as a risk factor for relapse of the SSI the performance of more than one surgery to stabilize the affected limb (OR 3,7 IC95=1,1-12,7 p=0,045), the presence of converting osteosynthesis (OR 3,6 IC95=1,1-11,3 p=0,023), the internal synthesis (OR 3,0 IC95=0,99-9,2 p=0,043) and longer duration of surgery (OR 0,4 IC95=0,1-1,6 p=0,029). In multivariate analysis, the only variable independently associated with SSI relapse was duration of surgery (OR 1,3 IC95=1,1-1,7 p=0,015). Conclusions: After one year of follow-up, using a protocol, the majority of patients showed cure of the infection and only 9.1% did not consolidate the fracture. Relapse of infection occurred in one third of patients. The only independent risk factor associated with relapse of infection was prolonged surgery.
Objetivos: Avaliar em pacientes de pós-operatório de osteossíntese após trauma, os aspectos clínico-epidemiológicos, microbiológicos e os fatores de risco para a recidiva de ISC dos pacientes tratados de acordo com o protocolo de condutas para as infecções osteoarticulares no Hospital São Paulo – Universidade Federal de São Paulo. Métodos: Retrospectivamente foram avaliados todos os episódios de infecção de sítio cirúrgico ocorridos no período de dezembro de 2004 a dezembro de 2008 de pacientes pós-trauma submetidos a osteossíntese, admitidos no departamento de ortopedia do Hospital São Paulo. As cirurgias que evoluíram com infecção profunda ou órgão/espaço foram tratadas com ciclos de no mínimo 4 a 6 semanas de antibioticoterapia e acompanhadas até um ano de pós-operatório. Para análise dos fatores de risco para a recidiva da infecção após tratamento foi utilizado o modelo de regressão logística univariada e multivariada. Resultados: Dos 436 pacientes com infecções osteoarticulares, 117 (26,8%) apresentaram infecções pós osteossíntese. Destes, foram incluídos 110 pacientes com infecções osteoarticulares pós osteossíntese, sendo que a maioria era do gênero masculino (84,5%) com idade entre 18 a 89 anos e média de 39,8 anos. Poucos eram tabagistas (33,6%) e etilistas (9,1%) e a maioria (73,6%) não apresentava doença de base. Acidente por moto foi o mais prevalente (44,5%), 90,0% tinham uma a duas fraturas, 51,8% apresentaram comprometimento articular e 53,6% foram fraturas não expostas. Houve maior prevalência de infecção na tíbia/fíbula, principalmente para a região proximal e do segmento maleolar (44B3 e 42C2). A maior parte foi submetido a apenas uma cirurgia (89,1%), sem conversão (87,2%), sendo 54,5% placa/parafuso ou placa/parafuso/fio de Kirshner, com duração da cirurgia superior a duas horas (81,8%). A profilaxia antimicrobiana foi inadequada em 76,4% e em 76,4% a correção cirúrgica foi realizada nos primeiros cinco dias da admissão. Em 37 pacientes foi isolado o agente etiológico, sendo o Staphylococcus (S. aureus e SCN) o mais frequente (38,8%). Em 83 (75,4%) pacientes, foi possível iniciar o tratamento antimicrobiano da infecção em menos de cinco dias do início dos sintomas e o ciprofloxacin e a clindamicina foram os mais empregados. Recidivaram da infecção 34 (30,9%) dos 110 pacientes avaliados, sendo que 19 (17,3%) persistiram com o processo infeccioso ao término de um ano de acompanhamento e apenas 10 (9,1%) não consolidaram a fratura. Na análise univariada foi encontrado como fator de risco para recidiva da ISC a realização de mais de uma cirurgia para a estabilização do membro acometido (OR 3,7 IC95=1,1-12,7 p=0,045), a presença de conversão da osteossíntese (OR 3,6 IC95=1,1-11,3 p=0,023), a síntese interna (OR 3,0 IC95=0,99-9,2 p=0,043) e a duração maior da cirurgia (OR 0,4 IC95=0,1-1,6 p=0,029). Na análise multivariada, a única variável que se associou independentemente á recidiva da ISC foi a duração da cirurgia (OR 1,3 IC95=1,1-1,7 p=0,015). Conclusões: Após um ano de acompanhamento, utilizando um protocolo de conduta, a maioria dos pacientes apresentou cura do processo infeccioso e apenas 9,1% não consolidaram a fratura. A recidiva da infecção ocorreu em um terço dos pacientes. O único fator de risco independente associado á recidiva da infecção foi o tempo prolongado de cirurgia.
Descrição
Citação
DELL'AQUILA, Adriana Macedo. Fatores de risco para recidiva de infecção de sítio cirúrgico em pós-operatório de osteossíntese após trauma. 2011. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2011.