Fatores preditores de real necessidade de uti no pós-operatório de ressecção pulmonar em um hospital universitário
Data
2014-08-31
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introduction: Following lung resection, patients have routinely been sent to the intensive care unit (ICU) and there are no recommendations about this practice. The cost of ICU is one of the largest components of inpatient care in the hospital although ICU?s beds account for < 10% of the total number of hospital beds. The limit of beds in this sector causes several problems mainly delay surgeries that await vacancies in ICU. Objective: To evaluate the presence of predictor factors of the need for intensive care admission (ICU) following lung resection and to verify whether the criteria established on the preoperative period would be able to predict this necessity. Methods: A observational cohort study, from July/2009 to April/2012, including 120 consecutives patients undergoing elective pulmonary resection. The criteria used to indicate allocation in the ICU (indicated ICU) on the preoperative period were: pneumonectomy; severe/very severe COPD; severe restrictive disease; VEF1ppo or DCOppo below 40 % of predicted; pulse oximetry at rest and ambient air below 90 %; prophylactic cardiac monitoring; ASA class greater than or equal to 3.The criteria that justified the allocation of patients in the ICU (justified ICU) was one or more of the following: maintenance of invasive or non-invasive mechanical ventilation after surgery or reintubation; acute respiratory failure; hemodynamic instability or shock; presence of intraoperative complications or post-anesthesia, surgical or medical, not solved that anesthesiologist or surgeon indicated maintenance of treatment in the ICU. Results: Among 120 patients admitted in the ICU, 30 met criteria of justified ICU and this group was significantly different from the group of 90 patients that didn?t meet those criteria in terms of having more comorbities (p=0,04), benign diseases (p=0,025), respiratory symptoms (p=0,004), ASA class greater than or equal to 3 (p<0,001), pneumonectomies (p=0,03) and longer time of anesthesia (p=0,008).Logistic regression analysis identified the independent predictors of the need for intensive care admission were: surgery for bronchiectasis (odds ratio: 6,72) pneumonectomy (OR: 5,79) and aged 57 years and over (OR: 5,18). Morbity and mortality rates in 30 days of 120 patients were 32,5% (39/120) and 2,5% (3/120) respectively. Morbity and mortality rates were 100% and 6,6% (2/30) in the ICU justified group and in the group that ICU was not justified those taxes were 10% (9/90) and 1,1% (1/90) respectively. Of 24 patients (24/120; 20%) who met criteria to indication ICU, 16 needed this allocation (16/24:66,6%). ICU was not indicated to 96 (80%) patients and 14 of them (14/96: 14,5%) needed their allocation there. The use of these criteria showed sensitivity, specificity, positive predictive value, negative predictive value and accuracy respectively of 53,3%, 91%, 66,6%, 85,4% and 81,6%. Conclusions: Surgery for bronchiectasis, pneumonectomy and aged 57 years and over were independent predictors of need for admission to an ICU following lung resection; considering these predictors together, if the patient does not have any of them, the risk to requiring ICU is 6% and the presence of one predictor goes from 25 to 30%; with two predictors the risk goes from 66 to 71% and the three predictors goes up to 93%. The set of preoperative criteria showed good accuracy in predicting need for ICU after lung resections.
Objetivos: Avaliar a presença de fatores pré-operatórios preditores de real necessidade de UTI no pós-operatório de ressecção pulmonar e avaliar se a utilização de um conjunto de variáveis preestabelecidas e utilizadas no período pré-operatório para indicar alocação em UTI é capaz de antever a real necessidade desse cenário. Método: estudo de coorte observacional, prospectivo, de julho/2009 a abril/2012, incluindo consecutivamente 120 doentes submetidos à ressecção pulmonar eletiva. Os critérios utilizados para indicar alocação em UTI no pré-operatório (UTI indicada) foram: previsão de pneumonectomia; DPOC grave/muito grave, doença restritiva grave; VEF1ppo ou DCOppo menor que 40% do previsto; oximetria de pulso em repouso e ar ambiente abaixo de 90%; monitorização cardíaca profilática; ASA maior ou igual a 3.Os critérios que justificaram a alocação desses doentes na UTI no período pós-operatório (UTI justificada) foram: necessidade de manutenção de ventilação mecânica invasiva ou não invasiva, reintubação, insuficiência respiratória aguda; hipotensão com instabilidade hemodinâmica ou sinais de choque; presença de intercorrência intraoperatória ou na recuperação pós-anestésica, cirúrgica ou clínica, não solucionada, e que levassem o anestesiologista ou cirurgião indicar manutenção de tratamento na UTI. Resultados: Dos 120 doentes incluídos, 30 pertenciam ao grupo UTI justificada e ao compará-los com 90 doentes que não necessitaram de UTI observou-se maior mediana das comorbidades (p=0,04), maior porcentagem de doentes com sintomas respiratórios (p=0,004), com doenças benignas (p=0,025) e com ASA > 3 (<0,001), maior tempo de anestesia (p=0,008) e maior número de pneumonectomias (p=0,03) no grupo UTI justificada. A análise de regressão logística evidenciou que os fatores preditores independentes de alocação em UTI foram: tratamento operatório de bronquiectasias, pneumonectomia e idade ? 57 anos com razão de chances de 6,7; 5,8 e 5,2 respectivamente. A taxa de morbidade dos 120 doentes incluídos foi de 32,5% (39/120) e de mortalidade em 30 dias foi de 2,5% (3/120). Dos 24 doentes (24/120; 20%) que preencheram os critérios de indicação em UTI (grupo UTI indicada) 16 tiveram sua alocação justificada (16/24: 66,6%) e oito não. A UTI não foi indicada em 96 doentes (80%), dos quais 14 necessitaram dela (14/96:14,5%), evidenciando sensibilidade de 53,3%, especificidade de 91%, valor preditivo positivo de 66,6%, valor preditivo negativo de 85,4 % para os critérios utilizados. Conclusões: Cirurgia para tratamento de bronquiectasia, pneumonectomia e idade igual ou acima de 57 anos são fatores de risco independentes para a alocação em UTI de doentes submetidos à ressecção de parênquima pulmonar; a utilização de um conjunto de variáveis no pré-operatório conferiu 53,3% de sensibilidade, 91% de especificidade, 66,6% de valor preditivo positivo, 85,4% de valor preditivo negativo e 81,6% de acurácia na alocação em UTI de doentes submetidos à ressecção de parênquima pulmonar.
Objetivos: Avaliar a presença de fatores pré-operatórios preditores de real necessidade de UTI no pós-operatório de ressecção pulmonar e avaliar se a utilização de um conjunto de variáveis preestabelecidas e utilizadas no período pré-operatório para indicar alocação em UTI é capaz de antever a real necessidade desse cenário. Método: estudo de coorte observacional, prospectivo, de julho/2009 a abril/2012, incluindo consecutivamente 120 doentes submetidos à ressecção pulmonar eletiva. Os critérios utilizados para indicar alocação em UTI no pré-operatório (UTI indicada) foram: previsão de pneumonectomia; DPOC grave/muito grave, doença restritiva grave; VEF1ppo ou DCOppo menor que 40% do previsto; oximetria de pulso em repouso e ar ambiente abaixo de 90%; monitorização cardíaca profilática; ASA maior ou igual a 3.Os critérios que justificaram a alocação desses doentes na UTI no período pós-operatório (UTI justificada) foram: necessidade de manutenção de ventilação mecânica invasiva ou não invasiva, reintubação, insuficiência respiratória aguda; hipotensão com instabilidade hemodinâmica ou sinais de choque; presença de intercorrência intraoperatória ou na recuperação pós-anestésica, cirúrgica ou clínica, não solucionada, e que levassem o anestesiologista ou cirurgião indicar manutenção de tratamento na UTI. Resultados: Dos 120 doentes incluídos, 30 pertenciam ao grupo UTI justificada e ao compará-los com 90 doentes que não necessitaram de UTI observou-se maior mediana das comorbidades (p=0,04), maior porcentagem de doentes com sintomas respiratórios (p=0,004), com doenças benignas (p=0,025) e com ASA > 3 (<0,001), maior tempo de anestesia (p=0,008) e maior número de pneumonectomias (p=0,03) no grupo UTI justificada. A análise de regressão logística evidenciou que os fatores preditores independentes de alocação em UTI foram: tratamento operatório de bronquiectasias, pneumonectomia e idade ? 57 anos com razão de chances de 6,7; 5,8 e 5,2 respectivamente. A taxa de morbidade dos 120 doentes incluídos foi de 32,5% (39/120) e de mortalidade em 30 dias foi de 2,5% (3/120). Dos 24 doentes (24/120; 20%) que preencheram os critérios de indicação em UTI (grupo UTI indicada) 16 tiveram sua alocação justificada (16/24: 66,6%) e oito não. A UTI não foi indicada em 96 doentes (80%), dos quais 14 necessitaram dela (14/96:14,5%), evidenciando sensibilidade de 53,3%, especificidade de 91%, valor preditivo positivo de 66,6%, valor preditivo negativo de 85,4 % para os critérios utilizados. Conclusões: Cirurgia para tratamento de bronquiectasia, pneumonectomia e idade igual ou acima de 57 anos são fatores de risco independentes para a alocação em UTI de doentes submetidos à ressecção de parênquima pulmonar; a utilização de um conjunto de variáveis no pré-operatório conferiu 53,3% de sensibilidade, 91% de especificidade, 66,6% de valor preditivo positivo, 85,4% de valor preditivo negativo e 81,6% de acurácia na alocação em UTI de doentes submetidos à ressecção de parênquima pulmonar.
Descrição
Citação
SANTOS, Piana Pinheiro. Fatores preditores de real necessidade de uti no pós-operatório de ressecção pulmonar em um hospital universitário. 2014. 105 f. Tese (Doutorado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2014.