A Antropodiceia Rousseauniana: teologia, política e laicidade
Data
2020-02-12
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Au parcours de l'histoire de la philosophie, la partie politique de la pensée de Rousseau a occupé une place de prépondérance, presque exclusive. Des divergences herméneutiques abyssales caractérisent la manière dont elle est perçue, soit comme héraut de la démocratie et de la souveraineté populaire, soit comme fondement des tyrannies qui éliminent toute perspective d'individualité en attribuant des pleins pouvoirs à l'État. Cette problématique singulière de l'herméneutique de la pensée de Rousseau provient principalement de l’utilisation de certains de ses propos de manière isolée qui s'intègrent facilement dans l'histoire de la philosophie à travers des extraits arbitraires de ses textes, sans se soucier de l'intégralité et de la vivacité de son travail, ainsi que sans tenir dûment compte de la diversité des styles dans lesquels les différents textes ont été écrits. Le but de ce travail est d'analyser la pensée du philosophe genevois Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) en démontrant que (I) sa théorie politique est une réponse au problème philosophique classique de la théodicée - réponse originale puisqu'elle implique l'impossibilité de la théodicée comprise au sens traditionnel - qui relève du domaine politique. Il s’agit ensuite de montrer (II) comment le concept d’ANTHROPODICÉE - "la justice des hommes" - synthétise cette pensée et implique la connaissance de son parcours, culminant dans les postulats de la laïcité. Par conséquent, à partir de cette réflexion articulée autour de trois axes (théologie - politique - anthropodicée), la question de la diversité des styles devient essentielle pour comprendre l'œuvre de Rousseau, ainsi que son insertion dans le flux continu de l'Histoire de la Philosophie.
No percurso da história da Filosofia, a parte política do pensamento de Rousseau tem ocupado lugar de preponderância, quase que de exclusividade, sendo a interpretação dele caracterizada por divergências hermenêuticas abismais – ora colocando tal pensamento como o arauto da democracia e da soberania popular, ora o colocando como o fundamento para as tiranias que, ao conferir total força ao Estado, eliminam qualquer possibilidade de individualidade. Essa problemática característica da hermenêutica do pensamento de Rousseau decorre, em larga medida, do estabelecimento de proposições isoladas que são facilmente encaixadas na história da Filosofia por meio da reprodução de recortes arbitrários de seus textos, sem a preocupação com a totalidade e a vivacidade de sua obra, bem como sem a devida atenção à diversidade de registros nos quais os diferentes textos foram redigidos. Constitui-se finalidade do presente trabalho analisar o pensamento do filósofo genebrino Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) por meio de uma leitura que elucida (I) ser sua teoria política uma resposta ao clássico problema filosófico da teodiceia, conquanto se trate de uma resposta original, posto que nela se atesta a impossibilidade da teodiceia nos moldes tradicionais, desaguando-se, necessariamente, no campo da política e, em um segundo plano, (II) mostrar como a concepção de ANTROPODICEIA – “a justiça dos homens” – sintetiza tal pensamento, o que exige o conhecimento de seu percurso, culminando-se nos postulados da laicidade. Para tanto, junto ao trajeto de tal pensamento (teologia – política – antropodiceia), o apontamento acerca da diversidade de registros das obras revela-se essencial para compreensão da obra rousseauniana e sua devida inserção no fluxo contínuo da História da Filosofia.
No percurso da história da Filosofia, a parte política do pensamento de Rousseau tem ocupado lugar de preponderância, quase que de exclusividade, sendo a interpretação dele caracterizada por divergências hermenêuticas abismais – ora colocando tal pensamento como o arauto da democracia e da soberania popular, ora o colocando como o fundamento para as tiranias que, ao conferir total força ao Estado, eliminam qualquer possibilidade de individualidade. Essa problemática característica da hermenêutica do pensamento de Rousseau decorre, em larga medida, do estabelecimento de proposições isoladas que são facilmente encaixadas na história da Filosofia por meio da reprodução de recortes arbitrários de seus textos, sem a preocupação com a totalidade e a vivacidade de sua obra, bem como sem a devida atenção à diversidade de registros nos quais os diferentes textos foram redigidos. Constitui-se finalidade do presente trabalho analisar o pensamento do filósofo genebrino Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) por meio de uma leitura que elucida (I) ser sua teoria política uma resposta ao clássico problema filosófico da teodiceia, conquanto se trate de uma resposta original, posto que nela se atesta a impossibilidade da teodiceia nos moldes tradicionais, desaguando-se, necessariamente, no campo da política e, em um segundo plano, (II) mostrar como a concepção de ANTROPODICEIA – “a justiça dos homens” – sintetiza tal pensamento, o que exige o conhecimento de seu percurso, culminando-se nos postulados da laicidade. Para tanto, junto ao trajeto de tal pensamento (teologia – política – antropodiceia), o apontamento acerca da diversidade de registros das obras revela-se essencial para compreensão da obra rousseauniana e sua devida inserção no fluxo contínuo da História da Filosofia.