Aumento de néctar extrafloral induzido por herbivoria não favorece interação com formigas melhores defensoras em Chamaecrista Nictitans (Fabaceae)
Data
2020-03-31
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
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Resumo
In mutualisms involving ants and plants bearing extrafloral nectaries (EFNs), plants receive more efficient anti-herbivory defense when interacting with more aggressive ants, which also exhibit highly competitive ability. Plants tend to invest more on extrafloral nectar production after herbivory, which could increase the relative value of the plants to the ants, potentially leading to an increased probability of plant attendance by more efficient ant bodyguards. Therefore, I hypothesized that (1) plants invest more on the secretion of extrafloral nectar after herbivory, increasing (2) the relative value of the plants to ant bodyguards and, consequently, (3) the efficiency of the received anti-herbivory defense. I simulated herbivory in Chamaecrista nictitans by: Exogenous application of jasmonic acid and Leaf damage. I also kept plants which did not go through herbivory simulation. I measured nectar volume and sugar concentration and mass. Then, I identified ants with differing aggressiveness that visited the nectaries and measured their efficiency at the removal of herbivore mimics. Herbivory simulation increased, respectively, 153% and 240% the volume and sugar mass, but did not affect nectar sugar concentration or ant visitation nor defense patterns. Thus, increasing plant investment on nectar after herbivory in C. nictitans does not necessarily increase the quality of the received defense. The high frequency of interaction between plants of all treatments and the most aggressive ant defenders indicate that extrafloral nectar value on the study area was naturally high. It reinforces the importance of the environment in which the interactions are embedded in as a mediating factor of the outcome of generalized mutualisms.
Em mutualismos entre plantas com nectários extraflorais (NEFs) e formigas, plantas recebem defesa anti-herbivoria mais eficiente ao interagirem mais frequentemente com formigas mais agressivas, que também são melhores competidoras. Ao sofrerem herbivoria, plantas tendem a investir mais na produção de néctar, o que poderia aumentar o valor relativo das plantas para formigas e, consequentemente, a frequência de interação com formigas defensoras mais eficientes. Assim, testei as hipóteses de que (1) plantas investem mais na produção de néctar extrafloral ao sofrerem herbivoria, aumentando (2) o valor relativo das plantas para as formigas e (3) a eficiência da defesa recebida pelas plantas. Para isso, simulei herbivoria em plantas de Chamaecrista nictitans via: aplicação exógena de ácido jasmônico e dano foliar. Também mantive plantas nas quais não simulei herbivoria. Avaliei o volume, a concentração e a massa de açúcares do néctar extrafloral. Identifiquei as formigas de diferentes níveis de agressividade atendendo os nectários e medi a eficiência das formigas na remoção de mímicos de herbívoros das plantas. A simulação de herbivoria aumentou, respectivamente, 153% e 240% o volume e a massa de açúcares do néctar, porém, não afetou a concentração de açúcares do néctar ou os padrões de visitação e defesa das plantas por formigas. Logo, o aumento de néctar após herbivoria em C. nictitans não necessariamente aumenta a qualidade da defesa anti-herbivoria. Porém, a produção induzida de néctar poderia trazer outros benefícios pouco estudados, como a manutenção de visitas por formigas por períodos maiores. As plantas de todos tratamentos interagiram frequentemente com as formigas mais agressivas e melhores defensoras, o que indica um valor relativo alto do néctar, devido à baixa disponibilidade de água e carboidratos no local do estudo. Assim, nossos resultados reforçam a importância do ambiente onde a interação ocorre como fator regulador do saldo de mutualismos generalizados.
Em mutualismos entre plantas com nectários extraflorais (NEFs) e formigas, plantas recebem defesa anti-herbivoria mais eficiente ao interagirem mais frequentemente com formigas mais agressivas, que também são melhores competidoras. Ao sofrerem herbivoria, plantas tendem a investir mais na produção de néctar, o que poderia aumentar o valor relativo das plantas para formigas e, consequentemente, a frequência de interação com formigas defensoras mais eficientes. Assim, testei as hipóteses de que (1) plantas investem mais na produção de néctar extrafloral ao sofrerem herbivoria, aumentando (2) o valor relativo das plantas para as formigas e (3) a eficiência da defesa recebida pelas plantas. Para isso, simulei herbivoria em plantas de Chamaecrista nictitans via: aplicação exógena de ácido jasmônico e dano foliar. Também mantive plantas nas quais não simulei herbivoria. Avaliei o volume, a concentração e a massa de açúcares do néctar extrafloral. Identifiquei as formigas de diferentes níveis de agressividade atendendo os nectários e medi a eficiência das formigas na remoção de mímicos de herbívoros das plantas. A simulação de herbivoria aumentou, respectivamente, 153% e 240% o volume e a massa de açúcares do néctar, porém, não afetou a concentração de açúcares do néctar ou os padrões de visitação e defesa das plantas por formigas. Logo, o aumento de néctar após herbivoria em C. nictitans não necessariamente aumenta a qualidade da defesa anti-herbivoria. Porém, a produção induzida de néctar poderia trazer outros benefícios pouco estudados, como a manutenção de visitas por formigas por períodos maiores. As plantas de todos tratamentos interagiram frequentemente com as formigas mais agressivas e melhores defensoras, o que indica um valor relativo alto do néctar, devido à baixa disponibilidade de água e carboidratos no local do estudo. Assim, nossos resultados reforçam a importância do ambiente onde a interação ocorre como fator regulador do saldo de mutualismos generalizados.