Sexualidades E Identidades De Gênero No Contexto Do Cárcere: Representações Sociais De Jovens Presidiárias

Data
2017-06-29
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
This qualitative research had as objective to know the Social Representations of young people of the female prison system on sexuality, gender identities, affective-sexual orientation, sexual practices and behaviors associated with the experience of desire and sexuality in the prison system. The study included 30 women aged between 18 and 29 years in prison at the Santana Women's Penitentiary in São Paulo. As a theoretical-methodological contribution, the Theory of Social Representations and Queer Theory were used. The narratives were organized in ten thematic maps and a profile of the participants in short stories. The study concludes that women experience relationships of vulnerability before going to jail, but do not submit to the role of victim. It is perceptible how they appropriate autonomy and how it impacts their intimate relationships in prison. Most have affective-sexual relationships with other women without giving themselves sexual orientation or gender identity. Sexuality has proved to be a fluid and open field of wide possibilities and filled with strategies of resilience and pleasure. The relationships between them are organized in a binary way, emphasizing that the subjects who carry expressions of masculinities have a greater decision on the intimacy of the couple. For many, prison was the opportunity to meet orgasm and open up to new possibilities of desire. The state was pointed out as failing to establish sexuality as a human right guaranteed by law.
Esta pesquisa qualitativa teve como objetivo conhecer as Representações Sociais de jovens do sistema prisional feminino sobre a sexualidade, identidades de gênero, orientação afetivo-sexual, práticas e comportamentos sexuais associados à vivência do desejo e da sexualidade no sistema prisional. Participaram do estudo 30 mulheres com idades entre 18 e 29 anos em cumprimento de pena na Penitenciária Feminina de Santana em São Paulo. Como aporte teórico-metodológico utilizou-se a Teoria das Representações Sociais e a Teoria Queer. As narrativas foram organizadas em dez mapas temáticos e um perfil das participantes em breves relatos. O estudo conclui que as mulheres vivem relações de vulnerabilidade antes de ir para o cárcere, mas não se sujeitam ao papel de vítima. É perceptível como se apropriam da autonomia e como isso impacta nas relações íntimas que tem na prisão. A maioria tem relacionamentos afetivo-sexuais com outras mulheres sem que atribuam para si mesmas uma orientação sexual ou uma identidade de gênero. A sexualidade se mostrou um campo fluido e aberto de amplas possibilidades e repleto de estratégias de resiliência e prazer. As relações entre elas são organizadas de forma binária destacando que os sujeitos que carregam expressões de masculinidades detém maior decisão sobra a intimidade do casal. Para muitas, a prisão foi a oportunidade para conhecer o orgasmo e abrir-se a novas possibilidades de desejo. O Estado foi apontado como falho em estabelecer a sexualidade como um Direito Humano assegurado por lei.
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