Dinâmica de obtenção e consumo de plantas alimentares ao longo do tempo em uma Aldeia Guarani, e sua relação com a saúde na percepção indígena, São Paulo, Brasil
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Data
2010-03-31
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
The food has suffered a series of changes both in the form of taking, the food preparation. This process affects the indigenous communities, and brings as a consequence, nutritional deficiencies and cultural changes. Many cultures do not distinguish between food and medicine. In Brazil, several studies focusing on the biological activity of the plants have been developed in recent decades. This study aimed to register the change food over time, reported by respondents from village Guarani Tenondé Porã, and to observe their perceptions regarding this change and its influence on health. We used techniques and methods of ethnography and field diaries, informal interviews, unstructured and participant observation. We interviewed 15 Indians who reported changes in the way of obtaining food, which led to replacements, and even abandonment of some plant specimens, and the incorporation of new foods and changes in revenue. Some plants maintained its use, especially those used in ritual contexts. Its chronic use as well as the health benefits they advertise, including the prevention or treatment of diseases, suggesting their equivalence to food nutraceuticals. Corn (Zea mays L. ssp.), Tobacco (Nicotiana spp. L.) and yerba mate (Ilex paraguariensis St. Hil.) Are some examples and were highlighted in the study because they are considered by the natives as food, for both the body and the soul, the most important in this village. The diseases are also divided into those of body and soul by indigenous people. According to reports of the natives, both types of diseases have increased its frequency over time due to several factors, always linked to the abandonment of certain traditions of the Guarani people, such as changing food, which involves both the loss as the insertion of use new food and change in the way of preparation, lack of obedience to Nhanderu ("God" in Guarani) and finally, lack of adequate space for daily activities as farming and hunting, you end up promoting a sedentary lifestyle.
A alimentação vem sofrendo uma série de modificações, tanto na forma de obtenção, quanto de preparo dos alimentos. Este processo atinge as comunidades indígenas, e traz como consequência, carências nutricionais e alterações culturais. Muitas culturas não fazem distinção entre alimento e medicamento. No Brasil, vários trabalhos focando a atividade biológica das plantas vêm sendo desenvolvidos nas últimas décadas. Este trabalho teve como objetivo registrar a alteração alimentar ao longo do tempo, relatada pelos entrevistados da aldeia Guarani Tenondé Porã, bem como observar suas percepções a respeito desta alteração e sua influência na saúde. Para tanto, foram utilizados técnicas e métodos da etnografia como diários de campo, entrevistas informais, não-estruturadas e observação participante. Foram entrevistados 15 indígenas que relataram alterações na forma de obtenção dos alimentos, o que levou a substituições e, até mesmo, ao abandono de alguns espécimes vegetais, bem como a incorporação de novos alimentos e alterações nas receitas. Algumas plantas mantiveram seu uso, principalmente aquelas utilizadas em contextos rituais. Seu uso crônico, bem como os benefícios à saúde que promovem, incluindo a prevenção e/ou tratamento de doenças, sugerem sua equivalência aos alimentos nutracêuticos. O milho (Zea mays L. ssp.), o tabaco (Nicotiana spp. L.) e a erva-mate (Ilex paraguariensis St. Hil.), são alguns exemplos e foram destacados no estudo pois são considerados pelos indígenas como os alimentos, tanto para o corpo quanto para a alma, mais importantes nessa aldeia. As doenças também são divididas naquelas do corpo e da alma pelos indígenas. Segundo relatos dos indígenas, ambos tipos de doenças têm aumentado a sua freqüência ao longo do tempo devido a vários fatores, sempre ligados ao abandono de certas tradições do Povo Guarani, tais como: alteração alimentar, que envolve tanto à perda quanto a inserção do uso de novos alimentos e a alteração na forma de preparo; falta de obediência a Nhanderu (“Deus” dos Guarani) e finalmente, a falta de espaço adequado para as atividades diárias como o cultivo e a caça, que acabam promovendo o sedentarismo.
A alimentação vem sofrendo uma série de modificações, tanto na forma de obtenção, quanto de preparo dos alimentos. Este processo atinge as comunidades indígenas, e traz como consequência, carências nutricionais e alterações culturais. Muitas culturas não fazem distinção entre alimento e medicamento. No Brasil, vários trabalhos focando a atividade biológica das plantas vêm sendo desenvolvidos nas últimas décadas. Este trabalho teve como objetivo registrar a alteração alimentar ao longo do tempo, relatada pelos entrevistados da aldeia Guarani Tenondé Porã, bem como observar suas percepções a respeito desta alteração e sua influência na saúde. Para tanto, foram utilizados técnicas e métodos da etnografia como diários de campo, entrevistas informais, não-estruturadas e observação participante. Foram entrevistados 15 indígenas que relataram alterações na forma de obtenção dos alimentos, o que levou a substituições e, até mesmo, ao abandono de alguns espécimes vegetais, bem como a incorporação de novos alimentos e alterações nas receitas. Algumas plantas mantiveram seu uso, principalmente aquelas utilizadas em contextos rituais. Seu uso crônico, bem como os benefícios à saúde que promovem, incluindo a prevenção e/ou tratamento de doenças, sugerem sua equivalência aos alimentos nutracêuticos. O milho (Zea mays L. ssp.), o tabaco (Nicotiana spp. L.) e a erva-mate (Ilex paraguariensis St. Hil.), são alguns exemplos e foram destacados no estudo pois são considerados pelos indígenas como os alimentos, tanto para o corpo quanto para a alma, mais importantes nessa aldeia. As doenças também são divididas naquelas do corpo e da alma pelos indígenas. Segundo relatos dos indígenas, ambos tipos de doenças têm aumentado a sua freqüência ao longo do tempo devido a vários fatores, sempre ligados ao abandono de certas tradições do Povo Guarani, tais como: alteração alimentar, que envolve tanto à perda quanto a inserção do uso de novos alimentos e a alteração na forma de preparo; falta de obediência a Nhanderu (“Deus” dos Guarani) e finalmente, a falta de espaço adequado para as atividades diárias como o cultivo e a caça, que acabam promovendo o sedentarismo.
Descrição
Citação
VIEIRA, Nayara Begalli Scalco. Dinâmica de obtenção e consumo de plantas alimentares ao longo do tempo em uma Aldeia Guarani, e sua relação com a saúde na percepção indígena, São Paulo, Brasil. 2010. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2010.