Paleovirologia: reconstrução de herpesvírus do período Neolítico por mapeamento genômico.
Data
2023-12-20
Autores
Bertolucci, Agda [UNIFESP]
Orientadores
Briones, Marcelo Ribeiro da Silva [UNIFESP]
Tipo
Trabalho de conclusão de curso de graduação
Título da Revista
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Resumo
Atualmente existem várias hipóteses para a extinção dos Neandertais, algumas
delas sendo contestadas a partir de novas evidências que surgiram e outras que
começaram a ser cogitadas com a evolução de técnicas biologia molecular e de
bioinformática, entre outras. Uma dessas novas hipóteses é a de que algumas infecções
persistentes possam ser a causa da sua extinção. Infecções estas introduzidas com a
migração dos humanos anatomicamente modernos (AMH) para as regiões da Europa que
antes só eram habitadas por hominídeos da espécie Homo neanderthalensis.
Neste trabalho foram feitas análises de bioinformática com as leituras de
sequenciamento do projeto do genoma do Homem do Gelo do Tirol, um AMH encontrado
em 1991 nos alpes italianos, e com a sequência genômica de referência do herpesvírus,
tendo como objetivo reconstruir o genoma desse vírus do período Neolítico.
Estudos recentemente realizados mostraram a existência de sequências genômicas
desse vírus misturadas com as sequências do Homem de Neandertal, sendo assim, caso
também haja nas sequencias do Homem do Gelo, seria mais uma evidencia de que uma
infecção poderia ter sido transmitida dos AMH aos Neandertais. Uma vez que não
possuiriam defesa imunológica para o novo vírus, poderiam ter sido extintos em
decorrência desse contato entre essas duas espécies de hominídeos ancestrais. Claro que
outros fatores também poderiam ter contribuído para a extinção, mas uma doença é
sempre um forte candidato.
A técnica de mapeamento entre duas sequencias genômicas por BBMap
demonstrou ser uma alternativa para essa busca e neste trabalho encontrou uma
quantidade estatisticamente significativa de leituras que mapearam contra a referência e
que mostraram através de testes específicos que não foram resultados aleatórios,
demonstrando que há evidencias de que o Homem do gelo do Tirol podia ser portador de
uma infecção pelo alfa herpesvírus tipo 1 do período Neolítico.