Anastomose biliar com ou sem tubo em t durante transplante hepático em adultos: revisão sistemática e metanálise

Data
2021
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introduction: In liver transplantation, biliary complications, especially leaks/fistulas and stenosis, remain the main causes of surgical morbidity (5% to 35%) and mortality (10% to 60%). The end-to-end choledochocholedocostomy is the most commonly adopted biliary anastomosis technique, be it associated or not with the use of a T-tube. There is no consensus regarding the use of the T-tube as a drainage technique during biliary reconstruction. Objectives: Analyzing the results of biliary anastomosis, with or without the use of a T-tube in adults undergone liver transplantation. Methods: Systematic review of randomized clinical trials. The research was conducted on the Cochrane Hepato-Biliary Group Controlled Trials Register (Cochrane Hepato-Biliary Group Module) databases, Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) on the Cochrane Library, MEDLINE Ovid, Embase Ovid, Latin American and Caribbean Health Sciences Database (LILACS; Virtual Health Library - BVS), Science Citation Index Expanded (Web of Science), Conference Proceedings Citation Index - Science (Web of Science) (Royle 2003), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL; EBSCO), ClinicalTrial.gov (clinicaltrials.gov/), and WHO International Clinical Trial Registry Platform (www.who.int/ictrp). There were no restrictions on language and publication date. Randomized clinical trials comparing choledochocholedocostomy with or without the use of a T-tube were included. The primary outcomes studied were mortality, serious adverse events (anastomotic and non-anastomotic stenosis, anastomotic and non-anastomotic biliary leakage, complications related to the T-tube, retransplantation and non- biliary complications) and quality of life. Secondary outcomes were non-serious adverse events (systemic and other biliary complications) and pain. We used the standard methodological procedures expected by Cochrane and Cochrane Hepato-Biliary Group Module and performed the analyzes using Review Manager 5.4. We used a random-effects model meta-analysis and presented the results of the review incorporating the methodological quality of the studies using GRADE. In our review, we used dichotomous results and expressed the results as hazard ratio (HR) with a 95% confidence interval (CI). Results: The review included seven randomized controlled trials, with a total of 881 adult participants, averaged 50.4 years old and with an average follow-up period from 8 to 35 months. Has been demonstrated the occurrence of a greater number of anastomotic stenosis in the control group (without T-tube) just as it was observed greater number of complications related to the T-tube and greater overall risk of serious adverse events in this same group, being these differences were statistically significant. There was no evidence of an overall significant difference between T-tube and non-T-tube groups, regarding the other outcomes. Heterogeneity between studies was variable. All studies presented a high risk of biases and we classified the evidence from low-quality to very low-quality. Conclusions: There was low-quality to very low-quality evidence showing that biliary anastomosis without a T-tube may be associated with an increased risk of anastomotic stenosis and that biliary anastomosis with a T-tube may be associated with an increased risk of complications related to its use, such as leakage and cholangitis and the increased overall risk of serious adverse events. We suggest more randomized controlled trials, especially with a longer observation period and better evidence quality.
Introdução: No transplante de fígado, as complicações biliares, especialmente vazamentos/fistulas e estenose, continuam sendo as principais causas de morbidade (5% a 35%) e mortalidade (10% a 60%) cirúrgicas. A colédoco-coledocostomia término-terminal é a técnica de anastomose biliar mais comumente adotada, associada ou não ao uso de tubo em T. Não há consenso sobre o uso do tubo T como técnica de drenagem durante a reconstrução biliar. Objetivos: Avaliar os resultados da anastomose biliar, com ou sem o uso de tubo T em adultos submetidos a transplante de fígado. Métodos: Revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados. A pesquisa foi realizada nas bases de dados Cochrane Hepato-Biliary Group Controlled Trials Register (Cochrane Hepato-Biliary Group Module), Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) na Cochrane Library, MEDLINE Ovid, Embase Ovid, Banco de Dados de Ciências da Saúde da América Latina e do Caribe (LILACS; Bibioteca Virtual em Saúde - BVS), Science Citation Index Expanded (Web of Science), Conference Proceedings Citation Index - Science (Web of Science) (Royle 2003), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL; EBSCO), ClinicalTrial.gov (clinicaltrials.gov/), and WHO International Clinical Trial Registry Platform (www.who.int/ictrp). Não houve restrições de idioma e data de publicação. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados que compararam a colédoco-coledocostomia com ou sem o uso de tubo T. Os desfechos primários estudados foram mortalidade, eventos adversos graves (estenose anastomótica e não anastomótica, vazamento biliar anastomótico e não anastomótico, complicações relacionadas ao tubo T, retransplante e complicações não biliares) e qualidade de vida. Os desfechos secundários foram eventos adversos não graves (sistêmicos e outras complicações biliares) e dor. Utilizamos os procedimentos metodológicos padrões esperados pela Cochrane e Módulo Cochrane Hepato-Biliary Group e realizamos as análises usando o Review Manager 5.4. Usamos uma meta-análise de modelo de efeitos aleatórios e apresentamos os resultados da revisão incorporando a qualidade metodológica dos estudos usando GRADE. Na nossa revisão utilizamos resultados dicotômicos e expressamos os resultados como razão de risco (RR) com intervalo de confiança de 95% (IC). Resultados: A revisão incluiu sete ensaios clínicos randomizados, com um total de 881 participantes adultos, idade média de 50,4 anos e seguimento médio de 8 a 35 meses. Foi demonstrada a ocorrência de maior número de estenose anastomótica no grupo controle (sem tubo T), assim como observou-se maior número de complicações relacionadas ao tubo T e maior risco geral de eventos adversos graves nesse mesmo grupo, sendo essas diferenças, estatisticamente significantes. Não houve evidência de diferença global significante entre os grupos com tubo T e sem tubo T, considerando os outros desfechos. A heterogeneidade entre os estudos foi variável. Todos os estudos apresentaram alto risco de vieses e classificamos as evidências como de baixa qualidade a muito baixa qualidade. Conclusões: Houve evidências de baixa qualidade a muito baixa qualidade mostrando que a anastomose biliar sem tubo T pode estar associada a um risco aumentado de estenose anastomótica e que a anastomose biliar com tubo T pode estar associada a um risco aumentado de complicações relacionadas ao uso deste tubo, como vazamento e colangite e ao aumento no risco geral de eventos adversos graves. Sugerimos mais ensaios clínicos randomizados, principalmente, com um período de observação mais longo e melhor qualidade de evidência.
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